Ele teve uma carreira meteórica. Sem
apadrinhamentos ou uma carinha bonitinha dos auge dos 20 anos, Alexandre Nero conseguiu seu primeiro
trabalho em 2008, quase um figurante que
tomou ares de coadjuvante de grande importância dentro da trama de A Favorita,
do autor João Emanuel Carneiro.
Assim em 10 anos de carreira na
teledramaturgia se tornou um dos queridinhos do autores e mostrou que mesmo
estreando tarde, a tv precisava do seu
talento em personagens que só ele
poderia ter defendido.
Além de ator, Alexandre Nero tem uma carreira consolidada também como cantor, com
mais de 50 trabalhos em musicais e montagens de teatro onde atua desde 1995. É idealizador e criador da Associação dos Compositores da Cidade
Curitiba, fundada em 1994 e foi
integrante do Grupo Fato de 1997 à
2007.
Em Onde Nascem os Fortes, vivendo o protagonista
Pedro Gouveia, o ator dar mais um exemplo de como é perito no que faz e consegue
se transformar de forma visceral em qualquer tipo de personagens.
Para comemorar os 10 anos de
carreira e mais um impecável trabalho na teledramaturgia, Alexandre Nero é o homenageado do post
deste mês.
Vanderlei
de A Favorita (2008)
Alexandre
Nero estreou em novelas sem
nenhuma pretensão, vivendo um personagem
quase figurante, o verdureiro Vanderlei de A Favorita, do João Emanuel Carneiro. Sem
um intérprete de talento provavelmente o personagem teria passado em branco,
mas aos poucos e com a ajuda de Lília Cabral, que vivia a personagem Catarina, e que se envolvia com Vanderlei
depois de sofrer agressões do marido, o papel cresceu, João Emanuel Carneiro percebeu que tinha um diamante a ser lapidado
em mãos e o Nero ganhou projeção, e pouco mais de 8 anos depois ganharia o
protagonista em uma das tramas do autor como veremos depois.
Terêncio
de Paraíso (2009)
Em 2009,
Alexandre Nero ganhou um dos
personagens centrais do remake de Paraíso, do autor Benedito Ruy Barbosa, o peão Terêncio, que na primeira versão da
novela havia sido interpretado pelo ator Roberto
Bomfim, grande amigo do Zeca Diabo, o protagonista da trama vivido pelo Eriberto Leão.
Gilmar
de Escrito nas Estrelas (2010)
Em Escrito nas Estrelas, trama da autora Elizabeth Jhin, Alexandre Nero voltou
ao horário das seis como o mau caráter Gilmar, secretário e assistente direto
do Dr. Ricardo, personagem do Humberto Martins. Sempre teve vergonha da sua origem humilde e usa de vários
subterfúgios para subir na vida. No decorrer da novela se envolve com várias
mulheres, sempre as menosprezando, humilhando e tirando algum
proveito. O personagem embora vilão e
odiado pelo público, tinha uma pegada cômica que lhe dava um certo charme e não poderia ter um final mais inusitado. O
Gilmar depois de fugir, é engolido por
um tubarão em alto mar!
Baltazar
de Fina Estampa (2011)
Na trama de Fina Estampa, do Aguinaldo Silva, Nero ganhou o personagem Baltazar, um homem
violento e homofóbico, que ao lado de Dira Paes, que fazia sua esposa na
trama, protagonizou cenas fortes e emocionantes. Por outro lado, Baltazar formava uma trinca
hilária com Crô e a empregada Marilda,
personagens do Marcelo Serrado e Kátia
Moraes, que roubaram a cena, e depois do término da trama saltaram para o
cinema no filme Crô.
Esse personagem mostrou toda a versatilidade do ator que soube como poucos
dosar apresentando um personagem com uma história densa, de violência contra a
mulher e ao mesmo tempo com uma pegada para o humor, o que fez o público ao
invés de odiá-lo, torcer por sua
recuperação e quem sabe um final feliz com a esposa que tantas vezes agrediu.
Stênio
de Salve Jorge (2012)
Na pele do advogado vaidoso Stênio, na trama de Salve Jorge, da autora Glória Perez, Alexandre Nero de novo dá um show de humor com um personagem
que roubou a trama em parceria com Giovanna Antonelli, sua ex-mulher na história. A Dobradinha com a Antonelli foi tão
incrível que o casal chegou a ofuscar o casal principal Morena/Théo (Nanda
Costa e Rodrigo Lombardi), marcando mais um grande personagem no currículo do
ator.
José
Alfredo de Império (2014)
Em 2013,
Alexandre Nero vivia Hermes,
um dos principais personagens da insossa trama de Além do Horizonte, dos autores Carlos Gregório e Marcos Bernstein. Seu
personagem deixou a trama antes do seu término depois que o ator foi convidado
por Aguinaldo Silva para protagonizar
sua próxima trama. Aguinaldo bateu o pé e disse que não imaginava outro homem
na pele do Comendador José Alfredo se não Alexandre
Nero. O Ator assumiu a responsabilidade de viver seu primeiro protagonista em horário nobre e dividindo
esse protagonismo com ninguém menos que Lília
Cabral, com quem estreou lá em A Favorita (2008). Como
Aguinaldo Silva previu, Nero deu para o Comendador tudo que ele pedia e por
esse trabalho o ator entrou de vez, em pouco mais de 5 anos de trajetória na
tv, para o hall dos grandes atores da sua geração. Conquistou o telespectador
com seu talento, seduziu o público feminino na pele do homem quarentão que
tinha todo vigor com uma amante de pouco mais de 18 anos, e abocanhou todos os
prêmios de Melhor Ator daquele ano, em destaque o Melhores do ano do Faustão
e o Troféu Imprensa. Sua química fluía
como água corrente com praticamente todos que contracenavam com ele, e
imortalizou grandes momentos em Império com Lília Cabral, Andreia Horta, Marina Ruy Barbosa, Drica Moraes e Marjorie Estiano.
Romero
Rômulo de A Regra do Jogo (2015)
Cinco meses depois do término de Império,
Nero foi escalado para viver o protagonista de outra trama das nove, desta vez
do autor João Emanuel Carneiro, A Regra do Jogo. Assim que a imprensa divulgou seu
nome como protagonista ficou no ar a
pergunta: Seria possível se desvencilhar tão rapidamente de um personagem forte
e que marcou a teledramaturgia como o Comendador João Alfredo de Império?
Com o
Romero Rômulo de A Regra do Jogo,
Alexandre Nero provou que era possível e apresentou um personagem totalmente
diferente e entregue a nova história. Assim o ator fez um grande divisor entre
o Comendador de Império e o ex-vereador corrupto da trama do JEC. Apesar do ineditismo da trama de A Regra do Jogo,
que primou pela história policial em detrimento ao folhetim, o que a
caracteriza mais como um seriado que novela, não agradou, mas os elogios à
atuação de Nero só cresciam junto às críticas negativas à trama. O Ator fechou
a trama com mais um belo trabalho, valendo ainda destacar a volta da dobradinha de sucesso com Giovanna Antonelli (A Atena), que havia dado certo em Salve Jorge (2012).
Geraldo
Bulhosa de Filhos da Pátria (2017)
Em Filhos da Pátria, a série do Bruno Mazzeo, que acompanhou
a formação da essência brasileira, daquele jeitinho brasileiro, com muito humor
e crítica inteligente, Nero deu vida ao português Geraldo Bulhosa, um homem de
bem solícito e de boas intenções por natureza. Como o Brasil está cheio de
gente de boas intenções desde sempre, devido aos desmandos da sua esposa
materialista e do filho fanfarão ele acaba “cedendo” há alguns favores em razão
da sua posição. Geraldo começa a se envolver passivamente em atos
questionáveis, que vão desde favorecer obras públicas à conferir títulos de nobreza indevidos. Nero sambou com o belo texto da série e
mostrou uma interpretação digna de grandes humoristas fazendo comicidade
inteligente, brilhando de igual para igual com a perita neste tipo de
personagem, Fernanda Torres, que deu vida a Maria Tereza, sua esposa.
Fonte:
Texto: Evaldiano de
Sousa
Pesquisa: www.teledramaturgia.com.br www.wikipédia.com.br
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