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10 Motivos para não perder a reprise de “Baila Comigo” no Viva



        Mais um clássico inesquecível da nossa teledramaturgia está de volta a partir deste mês  graças ao Canal Viva.
Baila Comigo, do autor Manoel Carlos, um dos títulos mais pedidos desde a estreia do Canal,  reestreia no próximo dia 20  substituindo  Sinhá Moça na faixa das 14:30h e reprise à 01:15h.
    A novela é a primeira solo do Manoel Carlos , onde o autor apresentou sua primeira Helena, imortalizada  pela  interpretação irretocável da saudosa Lílian Lemmertz e deu um novo status a carreira de Tony Ramos  que viveu os gêmeos protagonistas Quizinho e João Victor.
    Esses e outros motivos,  que veremos abaixo, fazem de Baila Comigo uma trama impossível de perder:

Primeira trama solo do autor Manoel Carlos

        Baila Comigo é a primeira novela solo do Manoel Carlos no horário nobre da Globo. O Autor que já tinha se firmado com muitas adaptações de sucesso no horário das seis, como   Maria, Maria (1979) e  A Sucessora (1979), ganhou a  credencial para o horário nobre  como o  destaque na trama de Água Viva (1980) em parceria com  Gilberto Braga um ano antes, e dada às devidas proporções, Baila Comigo bebeu muito da fonte de Água Viva, em destaque para estética e o estilo solar de ambas as tramas. Com Baila Comigo , o autor deu início a uma série de novelas que abordaram o sacrifício de uma mãe em busca da felicidade de seus filhos, tema recorrente em todas as  tramas seguintes do Maneco, regadas a muito realismo e crônicas do cotidiano, tendo sempre a figura da mulher como a principal força da história.
        Segundo Manoel Carlos, a inspiração para a trama surgiu da notícia publicada em jornais, de um filho  legítimo do presidente João Goulart estaria reivindicando uma parte da herança da família. Esse foi o ponto de partida da história.

Lilian Lemmertz, como a primeira Helena do autor

        A saudosa Lílian Lemmertz deu vida a primeira Helena do autor. A personagem batizada com esse nome  passou a ser a protagonista  de todas as outras tramas do Manoel Carlos. Lílian Lemmertz  foi aclamada pelo público e pela crítica pela interpretação crível  e sofrida da Helena, que passou por muitos momentos memoráveis dentro de Baila Comigo. Sem dúvidas um dos melhores personagens defendidos por essa grande atriz.
        Manoel Carlos idealizou a  Helena  sabendo que Fernanda Montenegro viveria sua primeira Helena, porém a direção preferiu escalar Lilian Lemmertz para o papel, e o autor acabou criando uma personagem especialmente para Fernandona. A Atriz acabou saindo antes do término da  trama para entrar no elenco de Brilhante (1981), do Gilberto Braga,  que sucedeu Baila Comigo.
        As outras Helenas do Maneco:
·        Maitê Proença em Felicidade (1991);
·        ReginaDuarte em História de Amor (1995)
·        Regina Duarte em Por Amor (1997)
·        Vera Fischer em Laços de Família (2000)
·        ChristianeTorloni em Mulheres Apaixonadas (2003)
·        Regina Duarte em Páginas da Vida (2006)
·        Taís Araújo em Viver a Vida (2009)
Na trama de Em Família (2014), última novela do autor até então, ele homenageou Lilian Lemmertz  através da sua filha Júlia Lemmertz, ao escala-la  para viver a Helena da trama.

Tony Ramos e os gêmeos Quinzinho e João Victor

        Tony Ramos já vinha numa crescente de bons personagens quando ganhou de vez o público e a crítica pela interpretação dos gêmeos protagonistas Quinzinho e João Victor. O Ator tinha uma tarefa muito difícil, interpretar os dois papéis gêmeos utilizando apenas de recursos técnicos de voz, postura corporal e respiração, e conseguiu imprimir para o telespectador as diferentes personalidades entre os irmãos. Inesquecível   a cena   do primeiro encontro dos gêmeos. Foi exigido muito da produção e de Tony Ramos para dar a maior veracidade possível  de que eles estavam realmente frente a frente.  

A Garota voluntariosa – Outro personagem marcante nas tramas do autor

        Outra personagem característica nas tramas do Maneco é a garota voluntariosa, sem papas na língua, inconveniente , inconsequente, mimada ou egoísta, fazendo as vezes de vilã.  O Autor inicia esse perfil de personagem também em Baila Comigo, com a Mira Maia, vivida pela Lídia Brondi.
        A Mira foi em Baila Comigo o que a Joyce (Carla Marins) foi em História de Amor (1995); a Laura (VivianePasmanter)  em Por Amor (1997); a Íris (Déborah Secco) em Laços de Família (2000); a Dóris (Regiane Alves) em Mulheres Apaixonadas (2003), a Izabel (Adriana Birolli) em Viver a Vida (2009) e a Luiza (Bruna Marquezine) em Em Família (2014).

Betty Faria como  Joana Lobato

        A Bela Joana Lobato, interpretada pela não menos bela Betty Faria, não tinha uma maior função dentro de Baila Comigo, a não ser difundir a dança moderna que era usada como pano de fundo da trama. A novela vinha no rastro do filme Fama, de Alan Parker (1980), e em consequência, a moda dos bailarinos do filme se popularizou no Brasil por meio da novela, com polainas de lã e collants usados  pela Betty e os dançarinos da trama.

A história de amor entre Otto (Milton Gonçalves)  e Letícia (Beatriz Lyra)
        O preconceito racial  foi abordado através da história de amor entre o negro Otto (Milton Gonçalves)  e a branca Letícia (Beatriz Lyra).  O Entrecho criou polêmicas após a exibição da cena de beijo entre os dois personagens. A atriz chegou a ser hostilizada na rua.  

O público mudou o rumo da história

        A Empatia do público ao personagem  Plínio, vivido pelo Fernando Torres, mudou o rumo da história. Guilherme Fonseca, personagem do Cláudio Cavalcanti, foi desenvolvido de forma diferente da sinopse original e  do que fora proposto ao ator. Conforme inicialmente planejado, Guilherme se aliaria a vilã Marta (Tereza Rachel) em um vingança pessoal contra Quim (Raul Cortez), já que este abandonaria a mulher para unir-se a Helena, que ficaria viúva de Plínio. Porém o público protestou contra a morte do personagem, um dos mais queridos da trama, e o autor teve que ajustar  a história e manteve o Plínio até o final, fazendo com que Guilherme perdesse função  na história.

O Batismo da novela
        Baila Comigo foi batizada por causa da música homônima de  Rita Lee e Roberto de Carvalho, do disco dela de 1980. Porém a gravação suave  da Rita não serviu para ilustrar a abertura, na qual o bailarino Lennie Dale (Um dos fundadores do Dzi Croquettes), comandava uma ágil coreografia. A Solução para manter  a música e o titulo da novela, foi encomendar aos arrajadores Robson Jorge e Lincoln Olivetti uma versão instrumental e mais frenética, com uma base eletrônica, que casou perfeitamente com a abertura.

Estreia de Lilian Lemmertz, Fernando Torres e Fernanda Montenegro na Globo

        Baila Comigo marcou a estreia em novelas da Globo de três grandes nomes da teledramaturgia: Lilian Lemmertz, que veio de grandes papeis na Excelsior e Rede Bandeirantes; Fernanda Montenegro e Fernando Torres como ator, já que  ele  havia trabalhado como  diretor na emissora na década de 70.

A Censura em “Baila Comigo
        Manoel Carlos declarou em entrevista que sofreu com a censura em Baila Comigo. Os censores cortaram o relacionamento dos personagens interpretados por Raul Cortez e Fernanda Montenegro, absolutamente necessário ao seguimento da história. Também impediu o tiro levado pelo personagem do Carlos Zara. Deixa que um marido seja enganado,  mas corta sua vingança,  obrigando  o autor deixar um furo no roteiro.  Coisas da censura!!
Outros Post´s relacionados: 
Novelas Inesquecíves - Baila Comigo (1981) 

Trilha Sonora Eterna - Baila Comigo (1981) 

Trilha Sonora Eterna - Baila Comigo Internacional (1981)

Homenagem e10blog - Manoel Carlos 
Fonte:
Texto: Evaldiano de Sousa

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