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“A Dona do Pedaço” chega ao capítulo 100 aclamada pela audiência e devendo na qualidade



        Já faz tempo que sei que qualidade e audiência em se tratando de teledramaturgia são palavras que nem sempre conversam.  A Dona do Pedaço, do autor Walcyr Carrasco  é   uma  prova disso. A novela que chega ao capítulo 100 nesta quinta (12.09) é um dos  maiores sucessos de audiência do horário das  nove, elevando seu autor, considerado um mago  em chamar público para suas tramas, sejam em quaisquer horários, em uma espécie de amuleto dentro da Globo. 

        Sempre que a emissora precisa salvar um horário, Walcyr está lá pronto para escrever mais um fenômeno (alguns casos  pelo menos  só na audiência), como foram O Cravo e a Rosa (2000), Chocolate com Pimenta (2003) , Alma Gêmea (2005), Êta Mundo Bom (2016) no horário da seis; Caras e Bocas (2009) e Morde e Assopra (2011) às sete; Amor à Vida (2014) e O Outro Ladodo Paraíso (2017) no horário das nove e; Gabriela (2012) e  Verdades Secretas (2015) às  onze.
        A Dona do Pedaço viu sua audiência crescer em meio ao  roteiro complexo, texto grotesco e didático, as frases de efeito  repetidas  à exaustão, assim como os desserviços que beiram quase irresponsabilidade na abordagem de certos assuntos como a homossexualidade, a transição de gênero, o uso de armas de fogo, enfim um conjunto perigoso  para ser apresentado na teledramaturgia de hoje que deve seguir outros caminhos além do puro entretenimento.

        Deixando de lado à responsabilidade social das novelas de hoje e focando só no entretenimento sem compromisso com a coerência, A Dona do Pedaço é um prato cheio para os noveleiros,  com personagens fortes e carismáticos como a Jô da Ágatha Moreira, atualmente alçada a grande estrela da trama. A Atriz que começou com uma personagem apagada,  ao revelar todo o seu ódio à  talvez própria mãe ,  o público a elegeu a persona não grata da vez e  sua patologia dentro da trama vem credenciando o ótimo trabalho da Àgatha, uma das grandes profissionais da sua geração.
        A Pobreza fez muito bem a Maria da Paz, personagem da Juliana Paes.  Retornando às origens   vendendo bolos nas ruas , a personagem e bem mais crível do que a extravagante dona da fábrica de bolos que fala em um tom acima do tolerável como se estivesse sempre em um circo.  
        Impressionante como é possível vermos a diferença gritante da interpretação da personagem em ambos os status, e com uma Maria da Paz mais centrada  e bem menos exagerada, Juliana Paes consegue aparecer e mostrar seu delicado trabalho à frente da protagonista que se molda ao roteiro complexo, no sentido de complicado mesmo do Walcyr Carrasco.

        Uma pena que alguns personagens que prometiam muito no início tenham entrado apenas em um círculo de acontecimentos que se repetem semanalmente como se estivéssemos vendo o mesmo episódio de um seriado – Vivi Guedes da Paolla Oliveira, sempre às voltas com um ensaio fotográfico e uma ida e vinda com Chiclete (Sérgio Guizé), o que é uma pena por que o casal é certamente o de mais química dentro da trama. A Fabiana da Nathalia Dill perdeu o posto de grande vilã para a Jô, e além de ter sempre a mesma frase para iniciar suas falas “É que eu fui criada em um convento” , está sempre  fazendo uma maldadezinha ao estilo bruxas do Walt Disney, beirando a infantilidade. Até a dupla Kim e Márcio, o destaque do humor vividos pela Mônica Iozzi e Anderson di Rizzi  perdeu o fôlego e consequentemente a graça.

        Nesta semana em que a trama chega ao centésimo capítulo o autor promete uma grande reviravolta com o primeiro encontro  da Maria da Paz com Joana, a personagem da Bruna Hamú, que provavelmente seja a verdadeira filha dela. A Imprensa já divulga desde a estreia da novela que talvez a Jô tenha sido trocada na maternidade e não seja a  filha mesmo da Dona do Pedaço, talvez só isso explicasse tanta maldade e ódio contra  a Maria da Paz. Se a história vai se concretizar só o decorrer dos capítulos vai contar, mas seria uma boa ver a Josiane além de perder tudo, ainda perder o amor de mãe,  o que seria um final brilhante para a personagem.

Veja Também : 
Post´s sobre A DONA DO PEDAÇO 
Meus Pesonagens Preferidos da PAOLLA OLIVEIRA 
Aberturas das Novelas do Autor Walcyr Carrasco
Fonte:
Texto: Evaldiano de Sousa

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