Nicette
Bruno encerra esta semana mais uma personagem cativante e feita com a
perfeição que já é característica do trabalho da atriz. A Dona Izabelita de I Love Paraísópolis, foi chegando aos poucos e acabou conquistando
todo o Brasil com sua ternura. Quem não gostaria de ter uma avó como ela?
Nicete é uma das grandes atrizes
brasileiras e muito atuante também como empresária teatral. Seu talento já foi reconhecido com o recebimento
do prêmio Moliere e da Associação
Paulista dos Críticos de Artes.
A Atriz é mãe da Betty
Goulart, Bárbara Bruno e Paulo Goulart Filho, todos também atores. A família começou a ser
formada em 1952, quando Nicete conheceu
seu marido, o também ator Paulo Goulart,
morto no início do no passado.
Nicette
Bruno estreou nas artes ainda muito cedo quando aos 4 anos declamava e
cantava no programa infantil do Alberto
Manes, na Rádio Guanabara. Sua estreia oficial aconteceu em 1947, na
peça A Filha
de Iório. Sua estreia lhe rendeu a medalha de ouro de atriz
revelação pela ABCT. Aos 17 anos ,
fundou em São Paulo, o Teatro de Alumínio, na Praça das
Bandeiras, edifício sede do Teatro
Íntimo Nicete Bruno.
Na Tv,
estreou na década de 60 passando
por várias emissoras como a Excelsior , Tupi, Globo entre outras.
Nem sei se tenho tamanha competência para falar sobre a carreira de uma atriz
impar do cenário nacional, mas no post de hoje vou tentar singelamente relembrar
seus melhores momentos na Tv, prestando
uma homenagem mais que merecida para essa atriz que já é um patrimônio
nacional.
Margarida
Olinto de A Muralha (1968)
com MARIA ISABEL DE LIZANDRA e NATHALIA TIMBERG |
Em 1968, Nicette Bruno viveu sua primeira personagem de destaque. Foi na Tv
Excelsior na primeira adaptação de A Muralha, da Ivani
Ribeiro, baseada no romance homônimo da Dinah Silveira de Queiroz. Na trama ela deu vida a doce Margarida,
uma mulher que via seu marido ser morto por índios durante as várias batalhas
acirradas apresentadas pela trama.
Dona
Lola de Éramos Seis (1977)
com GIANFRANCESCO GUARNIERI |
Todos temos na memória a Dona Lola, imortalizada
pela Irene Ravache na versão de 1996
da clássica novela Éramos Seis, exibida pelo SBT. Mas em 1977, Nicette
Bruno também viveu a Dona Lola, na
versão baseada no romance de Maria José
Dupré, exibida pela Rede Tupi. Nicette Bruno foi a terceira Lola
adaptada para a Tv e essa versão é uma das mais elogiadas pela crítica graças
ao belo texto dos autores Silvio de
Abreu e Rubens Edwald Filho e intepretação apurada da atriz da sensível
personagem.
Dorinha
de Como Salvar Meu Casamento (1979)
Em 1979, Nicette Bruno estrelou a última novela exibida pela Rede Tupi. Como Salvar Meu Casamento, dos autores
Edy Lima, Ney Marcondes e Carlos
Lombardi, acabou não apresentando seus últimos 20 capítulos. A Tupi entrou em sua última crise e
acabou fechando as portas em 14 de Julho de 1980. Mesmo tendo sido feita a
toque de caixa, Como
Salvar Meu Casamento conseguiu monopolizar
o público interessado no tema e rendeu a Nicette
Bruno o prêmio de Melhor Atriz do ano de 1979 cedido pela APCA.
Juju
Sampaio de Mulheres de Areia (1993)
Em
1993, Nicette Bruno arrancou muitas
risadas na pele da Juju Sampaio no
remake de Mulheres
de Areia, da autora Ivani
Ribeiro. Uma dondoca assumida, A Juju sempre deixava os familiares em uma
situação desagradável com suas tiradas fora de hora.
Nina
de A Próxima Vítima (1995)
A Nina, que a Nicette viveu na trama de A Próxima Vítima,
do autor Silvio de Abreu , é uma típica paulista de classe média baixa.
Despachada, é
falante e simpática, apesar do eterno mau-humor. Parece sempre que levantou com
o pé esquerdo, mas tem uma imensa humanidade e um enorme carinho por sua
família, e pela qual é responsável. Tem uma mania: mete-se na vida de todos.
Úrsula
de O Amor Está no Ar (1997)
Uma vilã é sempre um trunfo na mão de
uma atriz. A Nicette mesmo com a aquela cara de mulher boazinha foi muito feliz
quando interpretou a perversa e má
Úrsula na trama de O Amor Está no Ar, do autor Alcides Nogueira. Na trama, Úrsula tinha um grande ódio pela nora Sofia,
da saudosa Betty Lago, e nutria um
grande afeto pela neta Luiza (Natália Laje). Muito austera e altiva, seu calcanhar
de Aquiles era Guima, personagem do Nuno
Leal Maia, que no passado havia sido seu grande amor. No decorrer da trama
é mostrado que Úrsula nunca o esqueceu., o que a faz ir contra o circo que ela
administra na pequena cidade de Ouro
Velho como vingança. O Tema da
Personagem, “A Mulher em Mim”,
interpretada pela Roberta Miranda,
marcou muito a trajetória da Úrsula e ganhou as Rádios do Brasil.
Judite
Mota de Andando nas Nuvens (1999)
com Marcos PALMEIRA |
A Judite Mota, que a Nicette viveu na
trama de Andando
nas Nuvens, do autor Euclydes
Marinho, era uma mulher possesiva ao extremo. Porém engana-se quem pensa
que essa possessão era para cima de um marido. Na Verdade Judite fazia isso com
o filho Chico Mota (Marcos Palmeira) e infernizava a vida de qualquer mulher
que chegava perto dele.
Dona
Benta do Sítio do Pica Pau Amarelo (2001)
Viver a personagem Dona Benta deve ser
uma sensação mágica para qualquer atriz.
Nicette Bruno passou por essa
experiência em 2001 quando foi escolhida
para viver a Avó mais famosa da
história da teledramaturgia infantil. A Versão do Sítio do Pica Pau Amarelo dos anos 2000, ficou 6 anos no ar, marcada pelo sucesso. Eu
que tinha a imagem da Zilka Salaberry como
a personagem, graças a versão de 1977, a qual acompanhei, vi novamente a
personagem ser imortalizada com sensibilidade e talento por Nicette Bruno.
Julia
Spina de Ti Ti Ti (2010)
Em 2010, Nicette Bruno foi um dos destaques do remake de Ti Ti Ti,
da autora Maria Adelaide Amaral. Na
trama ela deu vida à Júlia Spina, tia de André (Alexandre
Borges), que o criou como
mãe. Mulher boa e carinhosa, atenciosa com Pedro (Marco Pigossi), Val (Juliana
Paiva), Lipe (David Lucas) e Mabi (Clara Tiezzi). Seu sonho é reencontrar a
irmã, Cecília (Regina Braga), que foi embora e nunca mais deunotícias.
Iná
de A Vida da Gente (2011)
com FERNANDA VASCONCELLOS e MARJORIE ESTIANO |
As personagens femininas de A Vida da Gente,
da autora Licia Manzo, foram o grande
destaque da novela, e a Nicette Bruno
viveu uma das melhores da trama. A Iná foi uma espécie de ponto de equilíbrio
entre os personagens. Fazia a ponte nas
brigas entre a filha Eva (Ana Beatriz Nogueira) e as netas Ana (Fernanda
Vasconcellos) e Manu (Marjorie Estiano).
Sempre com uma palavra positiva, Iná era sinônimo de coerência e compreensão.
Na trama, ela tinha um namoro de anos
com Laudelino, personagem do Stênio
Garcia. O Relacionamento da terceira idade foi amplamente divulgado na
trama e a certa altura Laudelino sofre
com um câncer e com o tratamento que lhe
deixaria impotente. O Fato faz com que Laudelino repense sua relação com Iná, e
os dois acabam mostrando o drama dos
homens que passam literalmente por esse tipo de problema. Aliás, para o
telespectador cada cena com Nicette e Stênio era um presente.
Fonte :
Texto : Evaldiano de
Sousa
Pesquisa :
teledramaturgia.com, memóriaglobo.com
Em A Muralha que morre é a própria Margarida e não o Leonel.
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