Antônio Calloni fez mais um trabalho
incrível na pele do visceral Libanês Halim, na
segunda fase da minissérie Dois
Irmãos. Mais um personagem do ator que comprova seu talento e capacidade de
se reinventar.
O
Halim também marca na carreira do Calloni mais um personagem estrangeiro. Além do
libanês da trama da minissérie da Maria
Camargo, o ator já fez português,
italiano, turco e marroquino na tv, como veremos na seleção de personagens que
ele imortalizou.
Calloni
estreou como ator na tv na trama de Hipertensão em
1986, na Rede Globo , e mesmo tendo
feito tímidos trabalhos na década de 80, via sua carreira se firmar na tv mesmo
durante a década de 90 em papéis de
destaque a cada novo trabalho.
Além
de ator, Antônio Calloni é também
escritor e poeta. Tem uma carreira de
sucessos linear no cinema e no teatro. Em 1990, ganhou o prêmio
Moliere de
melhor ator no papel de Karl Marx, com o espetáculo A secreta obscenidade de cada
dia de Marco Antonio de la Parra. Em 2007, recebeu o prêmio ACIE (Associação dos Correspondentes de
Imprensa Estrangeira no Brasil) de melhor ator, pelo filme Anjos do Sol.
Em 2000, recebeu o Prêmio Jorge de Lima (Academia Carioca de Letras e UBE -
União Brasileira de Escritores) como autor revelação, com o livro de poemas Os Infantes de Dezembro.
Para
coroar e comemorar o trabalho
irrepreensível do Antônio Calloni em Dois Irmãos, nada melhor do que relembrar os melhores
trabalhos na tv desse grande ator.
O
Claudionor, Clau Clau de Anos
Dourados (1986)
O
Claudionor era o segundo personagem do Calloni na tv, e o primeiro a dar uma
maior notoriedade ao seu trabalho. Claudionor, o Clau Clau, como seus amigos o
chamavam, integrava a trama da
minissérie Anos Dourados, do autor Gilberto Braga, e era uma espécie de saco de pancadas para os amigos do ginasial que adoravam fazer
bulling com ele.
William
Camargo de O Dono do Mundo (1991)
Em
1991, Antônio Callini voltou a tv
numa trama do autor Gilberto Braga.
Ele entrou na segunda parte da narrativa da novela O
Dono do Mundo, dando vida ao milionário William.
Sendo um homem muito rico, porém tímido e introspectivo, William acaba ficando
amigo de Olga (Fernanda Montenegro) que era também amiga de seu recém-falecido
pai. No decorrer da história William tenta encontrar uma mulher que não veja
como atrativo nele apenas sua fortuna. É nesse momento que Olga coloca em seu caminho Taís, a personagem
da Letícia Sabatella. William se
apaixona por Tais, que apesar de não amá-lo acaba casando com ele. Mesmo sendo uma pessoa de
boa índole, William acaba sendo revelado no final como um desiquilibrado que
acabou fazendo algumas vilanias contra Beija-Flor (Ângelo Antônio), o grande
amor de Tais. Era um personagem pequeno, mas o autor com certeza viu que o
Calloni poderia segura-lo em quaisquer proporções, e com base nisso foi lhe
dando corda.
Maneco
Dionísio de Era Uma Vez . . . (1998)
Em
1998, Antônio Calloni deu vida ao
hilário andarilho Maneco Dionísio na trama de Era Uma Vez, do autor Walther Negrão. O personagem chega à trama junto com Madalena, a protagonista
vivida pela Drica Moraes, e é
contratado por Xistus, do saudoso Cláudio Marzo, para pintar afrescos na pequena e modesta igreja de
Frei Chicão (Diogo Vilella), que logo de cara não simpatiza nenhum pouco
com ele. Para piorar a situação, Maneco ainda vai morar junto com o padre. A
Dupla então proporciona cenas hilárias a novela
com as implicâncias mútuas.
Bartolo
de Terra Nostra (1999)
No
finalzinho da década de 90, Antônio
Calloni da vida ao personagem que seria um grande divisor de águas em sua
carreira. Acho que teve o Calloni antes
e depois de Terra Nostra. Na trama do Benedito Ruy Barbosa, o ator
deu vida ao seu primeiro personagem estrangeiro. Bartolo era um dos imigrantes italianos que
chegavam ao Brasil no Navio Andrea I,
junto com Lu Grimaldi, o ator
protagonizou uma das cenas mais impactantes, emocionantes e emblemáticas da
trama. Durante a viagem de vinda para o Brasil, o bebê que Bartolo e a mulher
traziam é dado como morto devido a peste que assolava a tripulação. Nas crenças
da época, todos os comedidos pela peste tinham que ser jogados ao mar para que
não infectassem os outros. Desesperado pela suposta morte do bebê, Bartolo e
Leonora (Lu Grimaldi), a mãe, não permitiam que os oficiais jogassem seu bebê ao mar. Os soldados o tomam a força, e ao levantarem para jogá-lo
ao mar, o bebê chora e emociona todos os
tripulantes e telespectadores. A Cena consagrou o casal de atores que no
decorrer da trama foram considerados duas grandes revelações da novela.
Palma
Cavalão de Os Maias (2001)
Em
Os
Maias, Calloni deu vida a mais um estrangeiro
em seu currículo. Na trama da autora Maria Adelaide Amaral, baseada no romance de Eça
de Queiroz, foi o jornalista português Palma Cavalão, amigo e comparsa de
Artur Corvello (Rodrigo Penna), que era apaixonado por Rachel Cohen (Maria Luisa Mendonça). Para ajudar o amigo a ficar com sua amada, Palma arma um plano para
dar um golpe no marido desta, Jacob Cohen (Cécil Thiré).
Mohamed
de O Clone (2001)
O
Marroquino Mohamed foi outro personagem muito popular vivido pelo ator na tv.
Na trama de O Clone, da autora Glória Perez, sua dobradinha com Letícia Sabatella (Revivendo o casal de O Dono do Mundo/1991) foi um dos grandes destaques da novela. O
Brasil se encantou com as brigas, paixões e loucuras do casal Mohamed e Latiffa.
Assis
Chateaubriand de Um Só Coração (2004)
Eu
sempre digo que fazer um personagem da vida real é um grande desafio para um ator. Além das comparações, tem o risco de cair no caricaturismo. Antônio Calloni viveu esse desafio na
trama de Um
Só Coração, da autora Maria Adelaide Amaral, quando deu vida à Assis Cheteaubriand, o magnata das comunicações entre os anos 30 e 60 no Brasil. Mas o ator
tirou de letra e deu vida com o máximo de realidade possível a um personagem tão importante para a história
da tv.
Mustafá
de Salve
Jorge (2012)
Outro
estrangeiro, desta vez um Turco, apareceu para o currículo de Calloni na trama
de Salve Jorge, da autora Glória Perez. Na trama, o personagem mostrou um lado obscuro da história tratando
sobre adoção ilegal. Mustafá era muito rico, casado com Berna (Zezé Polessa) e que adotou Aisha (Dani Monteiro). A menina
adotada era brasileira e fora levada
ainda bebê para a Turquia. Quando adolescente, Aisha começa a questionar sua
adoção e manifesta o desejo de conhecer sua família biológica. No decorrer da
novela, é revelada que a adoção da menina foi irregular com a complacência da própria
mãe, Berna. Isso acaba abalando a relação da mãe com a filha e com o marido.
Luis
Carlos, O LC de Além do Horizonte (2013)
O
Primeiro vilão do Antônio Calloni
veio em 2013, na pele do Luis Carlos, o LC da trama de Além
do Horizonte, dos autores Carlos Gregório e Marcos Bernstein. Empresário de sucesso, some sem
dar explicações a mulher Heloísa (Flávia Alessandra) e a filha Lili (Juliana
Paiva). Depois de um tempo, é dado como morto. Apesar da boa vida, era um homem
com muitos conflitos e parte em busca de sua felicidade. Ao lado da amante,
Tereza (Carolina Ferraz), e do amigo Hermes (Alexandre Nero), cria um grupo e
uma comunidade, na floresta Amazônica. Constrói dentro da comunidade a “Maquina da Felicidade” que ele acredita
fazer qualquer pessoa feliz esquecendo todos os seus problemas. Em busca dessa “Felicidade”
doentia, acaba se tornando um homem mal e desequilibrado, morrendo no fim da
trama vítima da máquina que criara.
Antenor
Ferraz de Justiça (2016)
Outro
vilão vivido como maestria pelo Calloni foi o Antenor Ferraz de Justiça, minissérie da Manuela Dias. Antenor era o
personagem da minissérie que passeava pelos quatro histórias. Ele era o sócio
do Euclydes (Luis Carlos Vasconcellos), pai do Vicente (Jesuíta Barbosa) na G
Transportes, empresa que ele deu um golpe deixando o sócio na miséria; foi ele também quem atropelou a noiva do Mauricio (Cauã
Reymond) lhe deixando tetraplégica, o
que obrigou o noivo a praticar a eutanásia.
Enfim, foi mais um grande momento do ator na tv que viveu com maestria o
político corrupto, o homem violento e vários outros perfis que o personagem
apresentava.
Fonte:
Texto: Evaldiano de Sousa
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