Nesse post o e10blog vai falar sobre um autor que pode ter seu trabalho resumido
em uma palavra: Deboche! Esse foi o
estilo escolhido pelo autor que tinha como principal alvo tipos da alta
sociedade brasileira pincelados com muita tinta que acabaram se transformando na tv em personagens
inesquecíveis em suas tramas.
Bráulio
Pedroso nasceu em São Paulo, e embora ligado ao cinema como assistente de
direção, montador e crítico ganhou notoriedade como autor de teatro ao escrever
O Fardão,
que foi agraciado com um prêmio Moliére.
Na Tv, Bráulio estreou em 1968 na Rede
Tupi ao escrever o fenômeno em forma de novela que foi Beto Rockfeller, trama idealizada
por Cassiano Gabus Mendes e que
consagrou o seu protagonista vivido pelo Luiz
Gustavo. A novela foi considerada
uma inovação e dividiu a teledramaturgia nacional entre antes e depois de Beto Rockfeller.
A novela é considerada uma espécie de nacionalizadora das novelas brasileiras, que depois de se
transformaram e tramas mais próximas da
nossa realidade e cotidiano.
Ainda na Tupi tão logo finalizou a trama de Beto Rockfeller, Bráulio Pedroso escreveu para a emissora a menos
notável Super Plá (1969). A trama fazia uma mistura
interessante de cinema, teatro, tv e história em quadrinhos. A trama não chegou
nem perto do sucesso da anterior, mas nem isso ofuscou a credibilidade do autor
que no ano seguinte estreou na Globo
em alto estilo com a trama de O Cafona (1971).
O Cafona explorou o
tema da ascensão social através de uma sátira ao movimento hippie e a sociedade carioca. Na trama o autor acabou
eliminando as inventivas que o tornaram conhecido
no gênero, aplicando então uma sequência mais comportada e cheia de humor. Francisco Cuoco esteve impecável na pele do novo rico protagonista
da trama, e Bráulio Pedroso começava
em O Cafona o tema que
virou sua marca registrada, o deboche e
a desmoralização da alta sociedade.
O Autor continuou nessa mesma linha de
pensamento em outros sucessos como O Bofe (1972), que
trazia personagens excêntricos na busca de ascensão social; O Rebu (1974), a ousada novela policial que entrou para a história da teledramaturgia
por ter toda sua ação passada em apenas 24 horas; e O Pulo do Gato (1978), que tinha um personagem playboy como protagonista
e através dele satirizava a alta sociedade.
Entre O Bofe e O Rebu, em 1973, o autor volta a Tupi para escrever a continuação de Beto Rockfeller, intitulada de A Volta de Beto
Rockfeller, com a maioria dos
atores vivendo os personagens da trama original. Uma pena que a ideia da
Tupi tenha se esvaído e a trama não tenha chegado ao esperado e merecido
sucesso. Mas o autor não comprometeu o personagem e Luiz Gustavo brilhou novamente revivendo o protagonista.
De volta à Globo, depois de O Rebu e O Pulo do Gato,
o autor homenageia as chanchadas brasileiras com a trama de Feijão Maravilha (1979). O sucesso da trama fez com
que a Globo começasse a apostar em
tramas mais dosadas em comédia para o horário das sete.
Feijão Maravilha foi
a última novela do autor. Bráulio finalizou
a década de 70 escrevendo alguns
episódios do seriado Plantão de Polícia (1979),
em parceria com Doc Comparato, Aguinaldo Silva e Antônio Calmon.
Na década de 80, Bráulio Pedroso se dedicou aos seriados e foi co-autor de Amizade Colorida (1981), autor principal de Parabéns pra Você (1983) e Mário Fofoca (1983).
Em 1985, Bráulio Pedroso foi contratado pela extinta Rede Manchete e na emissora escreveu a minissérie Tudo em Cima
(1985) e alguns episódios do humorístico
Tamanho Família
(1985-1986).
O debochado Bráulio Pedroso nos deixou precocemente aos 59 anos, vítima de uma
fratura na coluna cervical causada por uma queda em seu banheiro em 15 de
Agosto de 1990. O Autor já sofria há alguns anos do Mal de Parkinson.
Depois de sua morte duas novelas suas ganharam um remake: O Pulo do Gato (1978) que em 1992 ganhou uma nova versão na tv Chilena
e O Rebu (1974), que em 2014, foi apresentada no horário das 23:30 da Globo.
O Remake de O Rebu, escrito por George Moura e Sérgio Goldenberg com colaboração de Charles Peixoto, deu um gostinho para a nova geração da cabeça
inventiva de Bráulio Pedroso, que já
na década de 70 procurava novos rumos para as narrativas das novelas.
Fonte:
Texto:
Evaldiano de Sousa
Pesquisa: www.wikipédia.com.br
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