Por favor, não me apedrejem, mas eu estou
gostando dessa nova versão de bom rapaz que o autor Walcyr Carrasco está dando para o Félix (Mateus Solano) de Amor à Vida.
Acho que o autor não tinha essa intenção no início, pois afinal dois crimes do
Félix são imperdoáveis. O fato de ter jogado a Paulinha ainda bebê na caçamba e
a tentativa de assassinato contra o Atílio (Luis Mello). É impossível imaginar
que o Félix de hoje, esse que ajudou o Nikos (Thiago Fragoso) a recuperar o filho tomado pela Amarylis (Danielle
Winits) e que criou uma relação afetuosa
maternal com a Márcia (Elizabeth Savalla) sem nenhuma segunda intenção, seja o
mesmo que cometeu esses crimes.
O Próximo passo do Félix é conseguir o perdão
da Paloma (Paolla Oliveira) juntando-se a irmã que ele tanto prejudicou a
livrar o pai César (Antônio Fagundes) das garras da verdadeira vilã da trama, a
Aline (Vanessa Giácomo).
Parece novidade essa moda de
redenção dos vilões, nas últimas tramas
praticamente todos esses vilões tiveram uma segunda chance. Eles passaram por
seu calvário, mas depois de “pagar por seus pecados” ganharam a empatia do
público e perdão por parte dos seus autores. Foi assim com a Amora e o
Fabinho (Sophie Charlotte e Humberto Carrão
em Sangue
Bom), O Hélio (Raphael Vianna
em Flor do
Caribe) , a Carminha (Adriana
Esteves em Avenida
Brasil) entre outros. Pelo desenrolar da trama de Joia Rara da Thelma
Guedes e Duca Rachid, até o Ernest Hausen (José de Abreu) , parece que será mais um vilão que terá seus crimes
perdoados e transformado em um pessoa melhor.
Vilões perdoados ou pelos menos que não foram castigados no final das tramas sempre existiram. Quem
não se lembra da Bia Falcão (Fernanda Montenegro) de Belíssima (2005)
? A Vilã depois de prejudicar toda a
família e forjar a própria morte ganhou no final da trama um Cauã Reymond de presente. Outra que também se deu bem foi a Maria
de Fátima (Glória Pires) em Vale Tudo (1988).
No final a vilã casou-se com um príncipe riquíssimo e continuou com César (Carlos Alberto Ricelli)
de amante.
Outro fato interessante de empatia com vilão aconteceu em Direito de Amar (1987)
do autor Walther Negrão. O Senhor de
Montserrat , vivido magistralmente por Carlos
Vereza, mesmo sendo o vilão e o
algoz da mocinha Rosália (Glória Pires) a certa altura da trama começou a
ganhar a empatia do público feminino , e o autor teve que intensificar ainda
mais suas maldades.
Pelo visto o perfil dos grandes vilões das novelas mudou, mas
humanizados e mais simpáticos, eles conseguem no decorrer da novela explicar
esse lado obscuro e conseguem até um
final feliz. Vilões assassinados no final como a Odete Roitmann (Beatriz Segall de Vale Tudo) e queimados como a
Cristina (Flávia Alessandra em Alma Gêmea)
estão mais difíceis de repetir.
Fonte :
Texto : Evaldiano de Sousa
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