Em
1975, a censura federal proibiu a primeira versão da novela Roque Santeiro de ir para o ar bem
no dia da sua estreia. A Globo para
tapar o buraco colocou um compacto de Selva de Pedra (1972), e encomendou às pressas a Janete Clair uma nova sinopse. A Autora
apresentou então Pecado Capital , a
história do taxista que acha esquecido no banco do seu carro uma grande quantia
em dinheiro, fruto de um assalto. A Trama marcou um novo rumo no estilo de Janete, que vinha sendo
criticada devido suas tramas muito melodramáticas. Assim a Novela se tornou a
melhor da autora segundo a própria crítica especializada. A novela mostrava muito realismo e inovava com uma mocinha e galã bem diferentes dos costumeiros,
nem tão ingênuos e românticos.
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Na
época da novela Janete Clair ,
confessou que a inspiração para os tipos tão pitoresco do subúrbio carioca, ela
tirou dos personagens da novela Bandeira 2 (1971) do autor Dias Gomes , que sabia tão bem escrever sobre esses personagens tão
popularescos.
A
novela começou e terminou com cenas que foram para os anais da teledramaturgia.
No primeiro capitulo o assalto ao banco e dinheiro esquecido na carro de Carlão
( Francisco Cuoco ) , e no último a
antológica cena da morte, onde ele é assassinado com tiros em plena obra do
metrô, com a mala de dinheiro nos braços , tendo sua morte anunciada no mesmo jornal em que a
manchete trazia a notícia do casamento de Lucinha ( Betty Faria ) e Salviano
(Lima Duarte) explicando a tragédia
urbana que a autora desenvolveu durante a novela. O personagem do “galã” que
agiu de má fé ficando com o dinheiro que não lhe pertencia, pagava com a
própria morte.
O
Trio de protagonista com certeza contou muito para o grande sucesso da trama, Lima Duarte, Betty Faria e Francisco Cuoco
viveram grandes papéis , com Salviano, Lucinha e Carlão respectivamente. O
elenco usado para Pecado Capital foi praticamente
todos que estavam gravando Roque Santeiro.
Foto : http://1.bp.blogspot.com/_ |
Betty
Faria que iria fazer a Porcina desta versão, quando lhe foi apresentada a Lucinha a atriz
não se identificou muito com a personagem, alegando que o jeito doce e
romântico dela tinha mais o perfil de Regina
Duarte. Coincidência ou não, Betty
Faria deu a Lucinha tudo que a personagem pedia e virou musa nacional, já Regina Duarte 10 anos depois substituiu
Betty dando vida a Porcina que também alcançou um sucesso estrondoso.
Foto : http://ce.imguol.com/album/b |
Essa dúvida em viver os
personagens certamente tomou conta de
todos eles, afinal estavam todos escalados
para outro tipo de papel e tiveram que
se adaptar. Será que se situação fosse
outra Francisco Cuoco teria sido escolhido para viver o anti-galá Carlão
? E Lima Duarte viveria um
personagem tão “reto” , sem trejeitos que era sua marca registrada ? O Fato é
que o fator surpresa e pressa na
concepção da trama ajudaram nesse sucesso. Mas a coragem de Janete Clair foi além dos personagens. E o fato dela matar o
protagonista no final ? Isso desagradou a muitos inclusive a autora, que
gostaria de ter salvado o Carlão, mas sua
morte era importante para fechar
com coerência a trama realista.
Além do trio de protagonistas, no elenco vale destacar também a perfeita interpretação de Débora Duarte , que deu vida a Vilminha
, a filha problemática de Salviano Lisboa. Vale lembrar que Débora é filha de Lima na vida real.
Foto : http://lh4.ggpht.com/_g5_ |
Em 1998 , Glória Perez
reescreveu o remake de Pecado Capital. Uma pena que a novela não tenha
chegado nem perto do sucesso da original, mas valeu por apresentar a um novo
público a história de Carlão , Lucinha e Salviano.
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Nesta versão Eduardo Moscovis,
Carolina Ferraz e Francisco Cuoco,
que na primeira versão havia feito o Carlão,
formaram o trio de protagonistas.
Betty Faria e Lima Duarte fizeram uma participação afetiva no remake e Paloma
Duarte reviveu o papel que sua mãe
viveu em 1975.
Foto : http://i1.ytimg.com/vi/dO |
Mesmo feita às pressas e com tudo torcendo contra, Pecado Capital é a melhor novela de Janete Clair. Com personagens inesquecíveis que marcaram seus interpretes
e uma história tão crível que nos víamos em um ou outro personagem.
Ficha Técnica :
Novela da autora Glória Perez
Direção Geral : Daniel Filho e Jardel
Mello
Exibição : 24 de Novembro a 05 de
Junho de 1976
Fonte :
Texto ; Evaldiano de Sousa
Pesquisa : Wikipédia.com ,
teledramaturgia.com
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