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Homenagem do Blog : Dina Sfat


25 anos sem uma estrela

Dina Kutner de Sousa, mais conhecida como Dina Sfat, (São Paulo, 28 de agosto de 1939  Rio de Janeiro, 20 de março de 1989)

       No último dia 20 de março,   fez 25 anos que perdemos uma das grandes estrelas da Tv,  teatro e cinema, a deusa Dina Sfat.

      A Atriz perdeu a guerra para um câncer aos 49 anos de idade no dia 20 de março de 1989, deixando um currículo recheado de grandes personagens.

Bebê a bordo


       Eu infelizmente, só tive o prazer de vê-la em cena em seu último trabalho, na novela Bebê a Bordo (1988) do autor Carlos Lombardi. A Laura era uma mulher bem ao estilo do Lombardiano, sarcástica, amargurada e má. Mas eu ficava encantado com a interpretação da atriz, tão forte e tão sensível, tão humana e tão perita ao mesmo tempo.


         Filha de judeus polacos, Dina sempre quis ser artista. Estreou nos palcos em 1962, em um pequeno papel no espetáculo Antígone América, dirigida por Antonio Abujamra. Daí pulou para o teatro amador e foi parar no Teatro de Arena, onde estreou profissionalmente vivendo a personagem Manuela de Os Fuzis da Senhora Carrar de Bertold Brecht. A atriz se transformou em uma grata revelação dos palcos e mudou seu nome artístico para Dina Sfat. Alguns alegam que a mudança seria uma homenagem à localidade cidade natal de sua mãe, entretanto não há nenhuma localidade denominada Sfat na Polônia.
Participou de espetáculos importantes na década de 1960 em São Paulo e conquistou o Prêmio Governador do Estado de melhor atriz por seu desempenho em Arena Conta Zumbi em 1965, um musical de Gianfrancesco Guarnieri e Augusto Boal. Foi para o Rio de Janeiro e estreou nos palcos de um teatro na peça O Rei da Cidade.
Em 1966 estreia no cinema em Corpo Ardente do diretor Walter Hugo Khouri e no cinema se consagra em 1969 vivendo a guerrilheira Ci de Macunaíma, filme premiado de Joaquim Pedro de Andrade, ao lado do marido, o ator Paulo José que ela conheceu nos tempos do Teatro de Arena.



Na televisão Dina estreou também na década de 60. Em 1966 protagonizou a novela Ciúme , da autora Thalma de Oliveira, ao lado de Cacilda Becher e Sebastião Campos, na extinta TV Tupi. Ainda na Tupi participou das novelas : O Amor tem Cara de Mulher (1966) do Cassiano Gabus Mendes e A Intrusa (1967) do autor Geraldo Vietri.  
Em 1968, Dina Sfat protagonizou a novela Os Fantoches, um dos grandes sucessos da Ivani Ribeiro na Tv Excelsior, e em 1969, agora na Rede Record, protagonizou Os Acorrentados, novela da Janete Clair ,  ao lado de Leila Diniz. A Isabel de Os Acorrentados , foi o primeiro personagem de Janete Clair defendido por Dina Sfat. Na Globo a autora ainda escreveria papéis que foram divisores de águas na carreira da atriz.
Dina Sfat estreou na Globo em 1970, na novela Assim na Terra como no Céu do autor Dias Gomes, vivendo a personagem Helô. No final do ano de 1970 ela viveu mais uma protagonista do autor na novela Verão Vermelho.
Assim na terra como no céu
Renatão e Helô
com Jardel Filho 

Em 1971, Janete Clair escreveu O Homem que Deve Morrer, e mesmo Dina Sfat estando grávida da sua segunda filha, a autora fez questão de sua presença. Assim  a atriz gravou grávida, deixou a trama para dar a luz, e voltou meses depois para finalizar sua participação na novela.



Em 1972, a atriz  pode finalmente viver uma grande personagem escrita por Janete Clair. A vilã Fernanda , do grande sucesso que foi a novela Selva de Pedra , foi um divisor de águas em sua carreira. Dina esbanjou charme , talento e beleza na pele da desiquilibrada antagonista da Simone (Regina Duarte).
Selva de pedra
Fernanda, Cristiano e Caio
Com Francisco CUoco e Dado Dolabella

No ano seguinte Dina  viveu Isabel , protagonista da novela Os Ossos do Barão (1973), do autor Jorge Andrade; Foi a Chica Martins de Fogo sobre Terra (1974) da Janete Clair e em 1975 foi a inesquecível Zarolha de Gabriela do autor Walther George Durst.
Fogo sobre terra  Os ossos do barão (1973)  Gabriela


Em 1976,  Dina Sfat encanta o Brasil como a Risoleta da novela Saramandaia , do autor Dias Gomes. Na trama a personagem se apaixona pelo professor Aristóbulo , vivido pelo Ary Fontoura, que era o lobisomem da história. A Dupla rendeu ótimas cenas  dramáticas e hilárias para a novela.
Saramandaia
Risoleta
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O astro

Em 1978, nasceu um astro !  Brincadeira, eu nasci  neste ano, e foi exatamente nele que Janete Clair escreveu a novela O Astro que trazia Dina Sfat com a protagonista Amanda. A personagem é  a minha preferida da atriz. Não assisti à novela original, mas em algumas cenas que vi pela internet me apaixonei pela Amanda. Como era linda,  e como a Dina foi impecável vivendo a personagem.

Amanda e Herculano
Com Francisco Cuoco 

Depois de O Astro , a atriz protagonizou a novela Os Gigantes (1979) do Lauro César Muniz; foi a Paula da minissérie Avenida Paulista , dos autores Daniel Más, Leilah Assumpção e Luciano Ramos e em 1983  protagonizou Eu Prometo ao lado de Francisco Cuoco,  a última novela de Janete Clair.
Os gigantes Avenida Paulista Eu prometo

Em 1984, Dina Sfat viveu outra personagem muito popular, a Eleusina da minissérie Rabo de Saia , do autor Walther George Durst. A Eleusina era uma das esposas  do mulherengo Quequé (Ney Latorraca).
Rabo de saia
Com Ney Latorraca 

Dina Sfat ficou marcada pela alta carga dramática da maioria de suas personagens, e a atriz sabia fazer um drama como ninguém, divando mesmo sofrendo e chorando rios. É um clichê dizer que Dina foi embora cedo demais, nos deixando órfãos de seu talento. Mas é a mais pura das verdades. Se viva estivesse a atriz ainda nos teria presenteado com grandes personagens e ótimos momentos na Tv.


Dina Sfat foi casada por 17 anos com o ator Paulo José, e com ele teve três filhas : Bel e Ana Kutner , também atrizes e Clara.
Em  janeiro de 1982, a atriz protagonizou  um ensaio sensual para revista Playboy. Dina nunca foi capa da revista, o ensaio era secundário, e único trabalho nesse estilo feito pela atriz.


Dina Sfat , uma grande saudade de sua beleza e talento!

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Fonte :
Texto  : Evaldiano de Sousa
Pesquisa  : teledramaturgia.com , Wikipédia.com

Comentários

  1. As fotos em questão do ensaio sensual não foi para a Playboy e sim para a Revista Status, fotos de Bubby Costa, em 1975.

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