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Novelas Inesquecíveis – Dona Xepa (1977)

37 anos da última adaptação de Gilberto Braga para a Tv



        A Novela Dona Xepa esta fazendo hoje 37 anos de sua estreia. A Primeira versão adaptada da peça de Pedro Bloch estreou dia 24 de maio de 1977  no horário das  seis da Globo.
        A trama foi adaptada por Gilberto Braga que já vinha de outras adaptações de sucessos  no horário, como Helena (1975), Senhora (1975) e o fenômeno Escrava Isaura (1976). O sucesso de Dona Xepa abriu as portas do horário nobre para o autor, que no ano seguinte assinou  uma das principais novelas  da história da  teledramaturgia nacional, a inesquecível Dancin´Days (1977) , que atualmente é reprisada pelo Canal Viva.

Dona Xepa
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        A novela narra o cotidiano da feirante Dona Xepa (Yara Cortes), que criou sozinha  os filhos Rosália (Nívea Maria) e Edson (Reinaldo Gonzaga). Apesar das dificuldades financeiras, Xepa faz de tudo para educar os filhos da melhor maneira possível. Os dois ascendem socialmente e passam a ter vergonha da mãe. Rosália tem como objetivo de vida se casar com um homem rico e bem-sucedido e rejeita a paixão que sente por seu vizinho Daniel (Edwin Luisi). Já Edson quer ser escritor, mas encontra dificuldades para entrar no mercado de trabalho. Ela se casa com Heitor (Rubens de Falco), cuja madrasta, a socialite falida Glorita (Ana Lúcia Torre), humilha Xepa sempre que pode.
        As cenas externas de Dona Xepa foram gravadas no antigo Mercado de São Cristovão na estrada velha da Tijuca e no Jardim Botânico no Rio de Janeiro. Uma das principais locações da trama  era a banca da Xepa.
        A Globo teve uma preocupação principal  com o núcleo pobre da trama, na sua maior parte formado pelos feirantes amigos da Xepa. A Emissora fez uma minuciosa pesquisa sobre o dia a dia dos feirantes  e as tradições que envolvem as feiras livres.

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        Yara Cortes se consagrou vivendo com maestria a feirante forte e apaixonante. Protagonizou cenas antológicas, tanto no drama como no humor.



        Nívea Maria foi outro destaque da novela. A Atriz vivia sua primeira grande vilã na Tv na  pele da ambiciosa e inescrupulosa Rosália, filha da Xepa, deixando para trás as personagens românticas e cândidas, as quais estávamos acostumados a vê-la interpretando.


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        Ana Lucia Torre também brilhou vivendo a tresloucada Glorita.  A personagem fazia questão de humilhar Xepa sempre que podia.


        Dona Xepa foi a primeira novela a ser reapresentada no Vale a Pena Ver de Novo. Antes  já haviam reprises, mas ainda sem a seção batizada como  é  até hoje.  A reprise  foi ao ar em 05 de maio de 1980, quase 2 anos depois da sua estreia. A Trama foi vendida para vários países, entre eles Chile, Canadá e Suiça.

        A peça de Pedro Bloch já teve outras duas adaptações. Em 1990, o próprio Gilberto Braga colaborou com Ana Maria Moretzsohn que escreveu Lua Cheia de Amor como um remake da sua trama de 1977. Marília Pera deu vida a camelô Genu, que correspondia a Xepa dessa versão. Em 2013, Gustavo Reiz escreveu mais um remake para a trama. Na Record a Dona Xepa foi interpretada por Ângela Leal.


        Dona Xepa foi uma trama sem pretensões e que acabou sendo um divisor de águas para o horário das seis global. A trama inovou ao trazer uma história contemporânea, diferente das antecessoras que eram  novelas de épocas. O Público claro que logo se identificou com a Xepa da Yara Cortes, que podia ser  a tia , a mãe ou uma vizinha de algum telespectador tamanha a veracidade e brilhante composição da protagonista.


        A trama seria uma ótima reprise para o Canal Viva, mesmo com 37 anos de idade Dona Xepa já valeria a pena só em rever Yara Cortes  em um dos seus melhores momentos na Tv.  Isso sem falar que Dona Xepa é  a última adaptação de Gilberto Braga, que depois que entrou pro hall dos grandes autores com o sucesso de Dancin´Days  (1978) , abandonou as adaptações e começou a trilhar no seu estilo inconfundível falando  dos dramas, alegrias e segredos da alta sociedade em decadência.


Ficha Técnica :
Dona Xepa
Novela do Autor Gilberto Braga
Adaptada da peça teatral de Pedro Bloch
Direção Geral : Herval Rossano
Exibição : 24 de Maio a 24 de Dezembro de 1977
Capítulos : 132

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Fonte :
Texto : Evaldiano de Sousa
 Pesquisa ; teledramaturgia.com, memóriaglobo.com


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