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“Pecado Mortal” termina como uma novela forte, ousada e injustiçada.

     
        Forte e ousada a  novela de estreia do Carlos Lombardi na Record terminou nesta sexta-feira (30.05) sem grande sucesso de audiência mas consagrando o estilo do autor.  Eu considero a baixa audiência da trama uma total injustiça, pois Pecado Mortal pode ser considerada a melhor novela entre as que estão no ar. O Texto do Lombardi em horário nobre pode ser ainda mais ampliado e  a  trama  sem dúvidas foi também a melhor do autor.

        Muitos fatores que fugiram ao controle do autor também ajudaram a  aumentar o desinteresse do público na trama. Desfalque  no elenco, na direção, troca de horário, o embate  injusto  com as novelas do horário nobre global (Amor à Vida e Em Família), mas mesmo assim o autor se manteve ao texto e apesar de ter algumas histórias sacrificadas, conseguiu contar uma trama “redondinha”.


       
        Um dos grandes desfalques da trama foi a Jussara Freire. Até hoje não entendi porque ela saiu. A trinca  com Betty Lago e Luiz Guilherme era um dos pontos fortes de Pecado Mortal e prometia muito. A Saúde de Betty Lago também não ajudou, e assim o núcleo veterano acabou sendo suplantado.
        A última semana foi marcada por cenas fortíssimas quebrando aquele estigma de politicamente correto das novelas atuais. A Cena do Carlão (Fernanda Pavão) matando o Michelle (Luis Guilherme) , seu pai, a tiros para evitar que ele sofresse nas mãos de Picasso (Vitor Hugo) já entrou pro hall  das inesquecíveis da história da teledramaturgia, assim como a carnificina final com o Otávio (Felipe Cardoso) eliminando toda a família Ashcar.
       
        O Casal Carlão e Patrícia (Simone Spoladore) conquistou o Brasil. Não teve quem não  sofresse com as idas e vindas do casal, e com certeza muita gente soltou rojões com  o final romântico para os dois.


       
        Aliás,  o Fernando Pavão  foi impecável vivendo o Carlão, não só mostrou uma beleza plástica física que o personagem pedia, como brilhou absoluto segurando na ponta da língua o texto do Lombardi. Lembrou-me o Humberto Martins  em Quatro por Quatro (1994). E a Patrícia foi a melhor personagem da Simone Spoladore desde que ela entrou na Record.



        O Elenco de Pecado Mortal foi espetacular. Destaque especial para Paloma Duarte, sempre perfeita vivendo mulheres poderosas e perigosas;   Vitor Hugo, que marcou  a trama como o psicopata vilão Picasso;  Carla Cabral , uma pena sua personagem ter perdido um pouco de espaço e Denise Del Vecchio, uma espécie de Eva Wilma da Record.
       
        Pecado Mortal acabou se tornando em sua reta final uma ótima opção para os que  rejeitavam  o marasmo que se tornou a trama de Em Família. Eu mesmo que havia deixado de acompanhar a trama desde janeiro quando estreou  a minissérie Amores Roubados, voltei a assistir quando a trama trocou o horário  de apresentação para durante a trama global.

        Fazendo o balanço de Pecado Mortal  foi fácil ver que a novela é muito boa, e com certeza teria sido um novelão bem ao estilo “Quatro por Quatro” considerada a clássica do autor até então. Mas por não se tratar de uma produção apresentada na Globo é necessário fazer a proporção, e se comparada as duas últimas produções da casa (Máscaras e Balacobaco ambas em 2012) Pecado Mortal conseguiu no mínimo apresentar uma  ótima trama, aliada um texto melhor ainda e uma produção impecável.

        Mesmo sem um  beijo gay entre Carlão e Picasso, o autor chocou ao fazer o grande vilão confessar sua paixão pelo protagonista, usando de frases de efeito que até nos fizeram pensar, quem sabe, em uma redenção para o Picasso.

        Pura ousadia , Pecado Mortal foi sim um novelão !!



Fonte :

Texto : Evaldiano de Sousa 

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