Casamento de Clara e Marina no final de “Em Família” vai acabar de vez com o tabu do relacionamento gay em novelas
Manoel
Carlos bateu martelo e declarou que no final de Em Família ,
além de um beijão entre as personagens Clara (Giovanna Antonelli) e Marina
(Tainá Muller), vai acontecer o primeiro casamento gay oficial de uma novela global.
As duas vão selar o amor com papel passado e tudo.
O Casamento entre elas vai acabar de vez
com esse tabu sobre o relacionamento gay nas novelas. A Expectativa do beijo
foi quebrada em Amor
à Vida, tanto que o selinho entre elas há alguns capítulos nem causou a comoção que se esperava. Porém ainda faltava a oficialização dessa
união, o “casamento” entre pessoas do mesmo sexo ser mostrado na Tv com tamanha
naturalidade como vem sendo feito há
anos na vida real.
Imaginar que há alguns anos o simples
fato de uma menção sobre um relacionamento homossexual em uma novela era visto
como algo que poderia “chocar” a sociedade e a família que acompanha aquela
trama. Por muitas vezes o autor teve que ajustar a novela de modo que o
relacionamento desaparecesse ou pelo menos não fosse percebido.
Lembro-me da morte da personagem Cecília
(Lala Deheinzelin), que apesar do autor Gilberto
Braga afirmar categoricamente que não houve censura contra o relacionamento dela com Laís (Cristin
Prochaska), e que a morte da Cecília já estava na sinopse desde o começo,
confirma que uma cena em que elas duas confessam a Helena (Renata Sorrah) sobre
o relacionamento e o preconceito que
sofriam foi vetada na hora de ir para o ar. Isso ocorreu em Vale Tudo no
ar em 1988, a primeira novela a tratar de maneira mais explícita e sem
caricatura esse tipo de relacionamento.
Em 1998, o autor Silvio de Abreu teve que dar uma reformulada na trama de Torre de Babel.
E usou a já prevista explosão do
shopping para dar fim nos personagens que não tinham ganhado empatia junto ao público.
Entre eles estava Leila (Silvia Pffeifer) e Rafaela (Cristiani Torloni). As
duas viviam juntas como casal, e isso
jogado assim logo nos primeiros capítulos, foi visto com olhos de rejeição pelo grande
público.
Lógico que esse tipo de relacionamento que faz parte
da nossa sociedade há anos , mas cedo ou mais tarde teria que ser
retratado e aceito em uma novela, veículo que mostra
exatamente a história refletida na sociedade. Era apenas uma questão de
tempo. O próprio Maneco em 2003
apresentou na trama de Mulheres Apaixonadas o relacionamento entre as adolescentes Clara
(Alinne Moraes) e Rafaela (Paula Picarelli) que foi abordado de maneira tão
delicada que o Brasil inteiro torceu pelo final feliz das duas.
Aguinaldo
Silva em Senhora
do Destino (2004) também teve uma boa aceitação com o casal Jennifer
(Barbara Borges) e Eleonora (Mylla Crhistie), porém o tão aguardado beijo não
aconteceu.
Adicionar legenda |
O Primeiro beijo gay feminino da
teledramaturgia nacional foi dado na verdade em 2011 na trama de Amor e Revolução,
novela do autor Tiago Santiago, exibida pelo SBT. A cena do beijo entre
as personagens Marcela (Luciana Vendramini) e Marina (Giselle Tigre) exibida em 12/05/2011 foi um chamariz para a trama e
virou notícia nos quatro cantos do Brasil.
Agora o tabu foi derrubado, os
personagens gays deixaram de ser mostrados apenas como figuras caricatas e
ganharam história e tramas próprias, assim como são na vida real.
O Casal “Clarina” como os fãs nas redes sociais da Clara e da Marina as apelidaram, quase não
decolou. Manoel Carlos ensaiou o
romance no início de Em Família, porém o bom relacionamento entre Clara
e Cadu (Reynaldo Gianecchinni) , o marido apaixonado, virou um obstáculo. O Público enxergou na Marina uma devoradora e
uma destruidora de lares. Foi preciso esperar quase metade da trama, para que
o casamento da Clara e Cadu se desgastasse
e assim ela pudesse se entregar de vez nessa nova relação. O Recuo foi estratégico e crucial para a
trama. O público aceitou o casal e o final feliz entre elas é o mais aguardado
no último capítulo.
Fonte
:
Texto : Evaldiano de Sousa
Pesquisa
: teledramaturgia.com
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