O blog estreia hoje uma nova seção “Grandes Minisséries”. Nesta
seção vamos relembrar mensalmente uma dessas minisséries que marcaram a
teledramaturgia e entraram para a
história.
As minisséries brasileiras começaram
na década de 80, e foi exatamente nesta década e na de 90 que as melhores foram produzidas. A Globo chegou a apresentar 3 por ano.
A escolhida para estrear a seção é
exatamente a primeira apresentada pela Globo
: Lampião e Maria Bonita, minissérie do Aguinaldo Silva e Doc Comparato.
A Minissérie foi um estrondo de sucesso
graças a perfeita caracterização e
pesquisa de época, roteiro e um elenco perfeito encabeçado por Nelson Xavier e Tânia Alves. Lampião e Maria Bonita ganhou
a medalha de ouro no Festival de Filmes e Televisão de Nova Iork.
Claro, que com o sucesso de Lampião e Maria
Bonita estava consolidado o formato
das minisséries, e a Globo passou a
investir anualmente neste tipo de produção.
O enredo da minissérie se baseava nos
seis últimos meses de vida da dupla. Virgulino Ferreira da Silva, o Lampião,
foi uma figura lendária do cangaço nordestino entre os anos de 20 e 30. A
Minissérie enfocava os dois lados do personagem: O Líder sanguinário, combatido
pelas autoridades; e o Herói, como era visto pela grande população do sertão
nordestino.
A trama se iniciava com o sequestro do
geólogo inglês (Michel Nenaugh) pelo bando de Lampião. Em seguida começavam as
negociações do cangaceiro como o Governo
baiano e , paralelamente , a perseguição do grupo pelas
tropas do tenente Zé Rufino (José Dumont). Os confrontos são entremeados pela
relação de amor entre Lampião e Maria Bonita, com quem tem uma filha, Expedita
(Adriana Barbosa). Os conflitos se acirram ainda mais quando Maria Bonita se
afasta do bando e ao ser tratada pelo Geólogo, depois de uma doença, este acaba
se apaixonando pela bela e brejeira mulher.
A
Caracterização de Nelson Xavier e Tânia
Alves como Lampião e Maria Bonita foi impecável. Impossível falar da dupla
e não imaginar a imagem deles dois imortalizando os personagens. Um dos
figurantes da minissérie, no interior do estado do Pernambuco, uma senhora com
mais de 70 anos, chegou a conversar com Nelson
Xavier como se ele fosse o próprio Lampião ainda vivo.
Sem dúvidas Lampião e Maria Bonita foi o melhor momento de Nelson Xavier e Tânia Alves na Tv. Eles
fizeram um trabalho irrepreensível.
O Texto da minissérie é uma obra de
ficção, mas mesmo assim a Globo
encomendou uma minuciosa e cuidadosa pesquisa histórica para ambientar as
locações externas que retratavam o árido sertão nordestino e os costumes dos
nativos. Assim como o figurino usado por
Lampião , Maria Bonita e seu bando, que eram constituídos por indumentárias e
acessórios criados por eles mesmos.
Na abertura da minissérie um clássico na
voz da cantora Amelinha, “Mulher Nova, bonita e carinhosa faz o Homem
Gemer sem Sentir Dor” ajudou no
clima irresistível da produção.
A Minissérie criou uma nova linguagem
nas produções globais, depois de Lampião e Maria Bonita vários outras figuras lendárias do
nordeste foram retratadas nas minisséries seguintes (Padre Cícero/1984 e O Pagador de Promessas/1988) comprovando o sucesso
do novo formato e linguagem.
Uma das cenas mais fortes da minissérie
foi apresentada no último capítulo:
“Em
28 de Julho de 1938, antes do nascer do sol, na margem sergipana do Rio São
Francisco, soldados da polícia liderados pelo tenente José Batista (Gilson
Moura) descobrem o esconderijo de Lampião, e o bando é dizimado”
No elenco da minissérie ainda tivemos
nomes como : Roberto Bonfim, Regina
Maria Dourado, Cláudio Corrêa e Castro, Jofre Soares, Helber Rangel, Antônio
Pompeo, Lu Mendonça, Maria Alves, Ilva Nino, Arnaud Rodrigues entre outros.
Ficha
Técnica :
Autores
: Aguinaldo Silva e Doc Comparato
Direção
Geral : Paulo Afonso Grissoli e Luis Antônio Piá
Exibição
: 26 de Abril à 07 de Maio de 1982
Capítulos
: 8
Fonte
;
Texto
: Evaldiano de Sousa
Pesquisa
: Guia Ilustrado Tv Globo – Novelas e Minisséries
Comentários
Postar um comentário