A Novela Império chegou ao
seu final nesta sexta (14.03), e apesar
de todo o seu final ter sido revelado pelo próprio autor na internet semanas
antes, resolvemos assistir com a esperança de que as revelações de Aguinaldo Silva fossem apenas pistas
falsas para que o verdadeiro final apoteótico da trama não fosse descoberto.
Decepção total! O último
capítulo foi exatamente como divulgado: José Pedro (Caio Blat) era mesmo o
Fabrício Melgaço, grande inimigo do Comendador; e por falar em Comendador ele
morreu mesmo assassinado pelo próprio filho; Drica Moraes não retornou . . .
ou seja o capítulo final da trama
foi um espécie de reprise do que já constava na imprensa há semanas.
Claro que a revelação do
José Pedro como o grande inimigo do próprio pai chocou o publico, apesar de ter
uma certa coerência, pois afinal ele
desde o primeiro capítulo nunca escondeu que queria ser o novo dono do império ,
mas ao mesmo tempo acho que o autor ou a direção se perderam ao revelar o personagem
como o grande vilão, e deixaram pontas soltas que não batem com a revelação.
Exemplo: Se o José Pedro era o grande vilão, por que se deixar ser pego pela
polícia depois de ser denunciado por Maurílio (Carmo Dalla Vecchia); e o fato
de perder a esposa que ela dizia amar? Enfim tivemos que dar uma “voadinha”
para aceitarmos esse parricídio fechando
Império.
No conjunto da obra Império não foi de todo um sucesso ou fracasso, a novela passou
os oito meses no ar em uma espécie de montanha russa com recordes de audiência,
mas ao mesmo tempo com chuva de críticas por causa do texto fraco e das
situações inaceitáveis para uma novela contemporânea e sem o recurso do
realismo fantástico sempre presente nas tramas regionais e clássicas escritas
pelo Aguinaldo Silva.
Porém se dividirmos Império em fatias e
olharmos os destaques e grandes atuações de um elenco ímpar , a trama foi um
novelão clássico do autor.
O Comendador poder até ter
morrido no final, mas sua lenda vai ficar para sempre na história da
teledramaturgia nacional, e será para Alexandre
Nero, o grande divisor de águas da sua carreira. Poucas vezes se viu um
ator com tão pouca experiência transformar um personagem em um mito, graças a
sua estupenda interpretação.
Com esquecer personagens que não prometiam, mas se tornaram destaque na
trama : A Dupla Xananá do Ailton Graça e
da Viviane Araujo, essa sim a verdadeira revelação do ano; A Lorraine, a
Xerém vivida pela atriz Dani Barros;
o homofóbico Enrico do Joaquim Lopes,
o caricato mais adorável Téo Pereira, do Paulo Betti e compreensível Beatriz,
da Suzy Rêgo, em seu melhor momento
em novelas.
No elenco vale destacar
também a sempre impecável Lilia Cabral,
que apesar de não ter feito da sua Maria Marta uma grande personagem, conseguiu
tirar leite de pedra.
Leandra Leal, Andrea Horta e Marina Ruy Barbosa também defenderam
muito bem suas personagens, apesar da troca de perfil das mesmas no decorrer da
trama, o que as transformaram em alguns
momentos tão chatas que ficava impossível torcer por elas na reta final.
Zezé Polessa e Tato Gabus foram, sem dúvidas, o melhor casal de Império. A Dupla de trambiqueiros Magnólia e Severo por muitas vezes salvaram os
“puxados” capítulos da trama. Uma pena que o Severo tenha sido castigado no
final com a doença, ele não merecia!
Não tem como não reverenciar no final de Império a
personagem que sem dúvidas, depois do Comendador é a marca registrada da
novela. Cora dos Anjos, pode não ter sido a vilã desejada e prometida, mas a troca
das interpretes na metade da trama transformou a personagem em um amuleto para Império.
Drica Moraes e Marjorie Estiano
serão para sempre citadas por esse diferencial na história das novelas.
Com direito a troca de interpretes, troca de
noivas, banhos de dinheiro a lá Tio Patinhas, do Walt Disney, Império terminou deixando a mesma sensação da última trama do
autor, Fina
Estampa em 2011. Muito esperado e
pouco mostrado.
Fonte :
Texto : Evaldiano de Sousa
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