“Viver em dois tempos
ao mesmo tempo . . . Romper 100 anos em 1 segundo”
Esse era
o slogan da superprodução que a Rede
Manchete lançou em 1991 com o intuito de repetir o grande sucesso de Pantanal (1990), do Benedito Ruy Barbosa. A trama dos autores Jorge Duran, Denise Bandeira e Regina
Bandeira foi um dos projetos mais caros produzidos pela emissora, que na
época já estava em crise financeira. Infelizmente a trama de Amazônia que se passava simultaneamente em dois séculos distintos
nos anos de 1899 e 1991, não cativou o público e acabou contribuindo muito para
o fechamento da emissora em 1999.
A novela tinha a proposta de unir dois séculos: o final do XIX e o início do XXI, através da história da Amazônia.
No futuro, a ação é
protagonizada por Milla (Cristiana Oliveira), uma jovem jornalista que troca o
Rio de Janeiro por Manaus em busca de aventura, e seu envolvimento com Lúcio (Marcos
Palmeira), chefe de uma gangue de trambiqueiros do Porto de Manaus, um rapaz
que tem visões. Nelas surgem as tramas de 1899, onde a exploração dos seringais
amazônicos domina a cena.
É lá que Lúcio se vê
como Caio (Marcos Palmeira), filho do todo-poderoso Comendador Mangabeira
(Antônio Petrin), e noivo da doce Júlia , filha do comerciante de borracha, Sr.
Peçanha (Leonardo Villar), duas famílias enriquecidas pela borracha.
Com a rejeição do
público à trama, a Rede Manchete
resolveu simplificar os acontecimentos da novela e a partir do capítulo 43 centrou
a história apenas no passado abandonando os dois tempos apresentados até então.
Mas era tarde demais, o público não
voltou.
Cristiana Oliveira e Marcos Palmeira que
protagonizaram à trama , tão logo terminaram Amazônia foram
para a Globo seguir uma carreira marcada de sucessos. Ele
voltava à emissora, e reestreou em Renascer (1993), se
consagrando como o João Pedro . Cristiana
Oliveira, sondada desde Pantanal (1990), foi contratada pela emissora carioca, foi
capa da revista Playboy em fevereiro
de 1992 e estreou em agosto do mesmo ano como protagonista da novela De Corpo e Alma (1992), da autora Glória Perez.
Jaime Monjardim seria o diretor da
novela, mas antes do início da produção o autor abandonou o projeto. A direção
de Amazônia ficou com Tizuka
Yamazaki e Marcos Schertman.
A abertura da primeira fase da novela mostrava
modernos recursos de computação gráfica e era embalada pela música “Eldorado” do Marcus Viana. A Abertura recebeu vários prêmios na época, mas
curiosamente com o início da segunda fase da trama Amazônia – Parte II , o vídeo foi substituído.
Amazônia tinha uma temática fadada ao sucesso, tal qual foi Pantanal,
mas a narrativa da trama em dois tempos pode ter sido o grande problema da
história. A novela perdia a simplicidade
e regionalismo que Pantanal tanto explorava quando a história voltava para a
atualidade.
Contar uma história em
dois tempos é uma estrada de mão dupla. O telespectador pode se perder com a novidade da narrativa. A Globo já apostou algumas vezes neste
tipo de história como em O Casarão
(1976) do Lauro César Muniz e mais
recentemente em Além
do Tempo (2015) da Elizabeth Jhin, ambas marcadas pelo
sucesso. Já no remake de O Rebu,
do George Moura e Sérgio Goldenberg,
que também tinha uma narrativa inovadora, o sucesso de público não foi
alcançado.
Ficha
Técnica :
Autores : Denise Bandeira, Jorge Duran e Regina Braga
Direção Geral : Carlos Magalhães, Tizuka Yamazaki, Luis
Carlos Magalhães, Marcos Schertmann
Elenco:
MARCOS
PALMEIRA – Caio (1899) / Lúcio (1991)
CRISTIANA OLIVEIRA – Camilla (1899) / Milla (1991)
JULIA LEMMERTZ – Maria Luísa
ANTÔNIO PETRIN – Comendador Mangabeira
LEONARDO VILLAR – Sr. Peçanha
RAUL GAZOLLA – Daniel / Lírio Pessoa
HELENA RANALDI – Andréa
PATRÍCIA TRAVASSOS – Francisca
BETINA VIANNY – Françoise
JUSSARA FREIRE – Bárbara
JOSÉ DE ABREU – Marcelo Loureiro / Ryan Molina
TATIANA ISSA – Leninha
MARCÉLIA CARTAXO – Das Dores
LÚCIA ALVES – Maria Rabuda
ROBERTO BOMFIM – Quim
ANSELMO VASCONCELLOS – Ezequiel
RICARDO BLAT – Celestino
MARCELO GALDINO – Tonho
JOSÉ DUMONT – Raimundo
PASCHOAL VILLABOIM – Genival
VICENTE BARCELLOS – Noel Pereira
IVAN DE ALBUQUERQUE – Velho Índio (Pajé Moraicá)
RONEY VILELLA – Uira
ANTÔNIO GONZALEZ – Cacique Criá
JÚLIO BRAGA – Caixi
PAULO ROBERTO – Werner
HENRIQUE TAXMAN – Harry / Dr. Orlando Charcor
MARÍLIA BARBOSA – Olinda / Rosa
HENRIQUE CUCKIERMANN – Nando / Adiba / Regatão
GILSON MOURA – Ratão
TIÃO D’AVILA – Matias
TONICO PEREIRA – Gaspar
ANDERSON MÜLLER – Rudy / Adão
IRACEMA STARLING – Assunção
IZA DO EIRADO – Lolita
GLÁUCIA RODRIGUES – Marlene / Flor
RAFAELA AMADO – Mariana / Aritsé
MARIA SÍLVIA – Rosana
PAULO BARBOSA – Gandô
HAROLDO COSTA – Tinoco
WALDIR ONOFRE – Inocêncio
DAVID HERMAN – Mr. Yale
MARIA DULCE SALDANHA – Pérola
CATARINA ABDALLA – Severina
VERA SETTA – Josefina
MARTA RICHTER – Maria
NELSON PAULINO – Nepomuceno
PAULO VESPÚCIO – Alexandrino
EDMUNDO FÉLIX
e
JARDS MACALÉ – Dorotéo
EDUARDO CONDE – Gustavo Gusmão
RÚBENS CORRÊA – Muru
ANTÔNIO ABUJAMRA – Xerife / Dr. Homero Spinoza
CRISTIANA OLIVEIRA – Camilla (1899) / Milla (1991)
JULIA LEMMERTZ – Maria Luísa
ANTÔNIO PETRIN – Comendador Mangabeira
LEONARDO VILLAR – Sr. Peçanha
RAUL GAZOLLA – Daniel / Lírio Pessoa
HELENA RANALDI – Andréa
PATRÍCIA TRAVASSOS – Francisca
BETINA VIANNY – Françoise
JUSSARA FREIRE – Bárbara
JOSÉ DE ABREU – Marcelo Loureiro / Ryan Molina
TATIANA ISSA – Leninha
MARCÉLIA CARTAXO – Das Dores
LÚCIA ALVES – Maria Rabuda
ROBERTO BOMFIM – Quim
ANSELMO VASCONCELLOS – Ezequiel
RICARDO BLAT – Celestino
MARCELO GALDINO – Tonho
JOSÉ DUMONT – Raimundo
PASCHOAL VILLABOIM – Genival
VICENTE BARCELLOS – Noel Pereira
IVAN DE ALBUQUERQUE – Velho Índio (Pajé Moraicá)
RONEY VILELLA – Uira
ANTÔNIO GONZALEZ – Cacique Criá
JÚLIO BRAGA – Caixi
PAULO ROBERTO – Werner
HENRIQUE TAXMAN – Harry / Dr. Orlando Charcor
MARÍLIA BARBOSA – Olinda / Rosa
HENRIQUE CUCKIERMANN – Nando / Adiba / Regatão
GILSON MOURA – Ratão
TIÃO D’AVILA – Matias
TONICO PEREIRA – Gaspar
ANDERSON MÜLLER – Rudy / Adão
IRACEMA STARLING – Assunção
IZA DO EIRADO – Lolita
GLÁUCIA RODRIGUES – Marlene / Flor
RAFAELA AMADO – Mariana / Aritsé
MARIA SÍLVIA – Rosana
PAULO BARBOSA – Gandô
HAROLDO COSTA – Tinoco
WALDIR ONOFRE – Inocêncio
DAVID HERMAN – Mr. Yale
MARIA DULCE SALDANHA – Pérola
CATARINA ABDALLA – Severina
VERA SETTA – Josefina
MARTA RICHTER – Maria
NELSON PAULINO – Nepomuceno
PAULO VESPÚCIO – Alexandrino
EDMUNDO FÉLIX
e
JARDS MACALÉ – Dorotéo
EDUARDO CONDE – Gustavo Gusmão
RÚBENS CORRÊA – Muru
ANTÔNIO ABUJAMRA – Xerife / Dr. Homero Spinoza
Exibição: 10 de Dezembro de 1991 à 29 de Junho de
1992
Capítulos: 162
Fonte:
Texto : Evaldiano de Sousa
Pesquisa : redemanchete.net, teledramaturgia.com, Wikipédia.com
Boa noite, Evaldiano! Parabéns pela sua matéria sobre a novela AMAZÔNIA! Apesar de ter sido considerada um fracasso na época de exibição e gerar dívidas à emissora, para mim, a história em si foi apaixonante e prendia a minha atenção. Os poderes paranormais do personagem de Marcos Palmeira (Lúcio) faziam com que a história saltasse do futuro (2010) para o passado (1899), bastando Lúcio observar um antigo porta-retrato que furtou de uma loja de antiguidades no centro de Manaus. Permita-me apenas uma correção? Fontes relatam a história futurista como passada em 1991. Porém, o ano de 1991 foi quando AMAZÔNIA foi produzida pela Manchete; o ano em que a história futurista se passava era de fato 2010 (engraçado, há 08 anos atrás), onde vimos figurino e cenário cuidadosamente preparado para ambientar esse período. A novela foi produzida numa época em que os atores estavam no auge de sua vitalidade: a beleza de Cristiana Oliveira, Jussara Freire e Tatiana Issa (sumida das novelas); o vigor de Marcos Palmeira, Raul Gazolla e Anselmo Vasconcelos (que viveu o feroz capataz de Nova Esperança Ezequiel). Além das grandes atuações de Rubens Correia, Antônio Abujamra e Ivan de Albuquerque, dentre outros. Se eu não me engano, foi em Amazônia que Helena Ranaldi estreou na Tv, vivendo Andrea, amante de Lúcio. Bem, vamos esperar se um dia alguma emissora brasileira (SBT ou Band) reprisem esse material, que pra nós, é deveras VALIOSO! Um super abraço e sucesso em 2018... e além!
ResponderExcluirValeu amigo !!!
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