Sol Nascente chega a sua reta final   e
parece que vai  terminar  com o estigma de um das tramas mais fracas do
autor WaltherNegrão. 
        Com um
par romântico que não empolgou no começo e que acabou ficando rotulado pela
falta de química entre seus intérpretes 
(Giovanna Antonelli e Bruno
Gagliasso), Sol
Nascente não brilhou como o esperado. E essa falta de química
respingou na história central da trama. Era difícil comprar a Alice, uma mulher
cosmopolita, formada  no Japão, ser tão
ingênua e depois se descobrir apaixonada pelo amigo de infância depois de anos
de convívio. 
        Enfim,  Sol Nascente  se segurou esses meses no ar graças
suas tramas paralelas que acabaram tomando uma projeção maior que  a trama central, e são dessas tramas a
maioria dos personagens que tiveram mais destaque dentro de Sol Nascente,
dano a luz que  novela precisava . . . 
O César do Rafael
Cardoso 
        Viver
um vilão do Walther Negrão é sem
dúvidas um grande momento na carreira de um ator. Os vilões do autor são sempre
bem delineados e construídos e quase sempre terminam completamente loucos e
desiquilibrados, embriagados por seus próprios traumas que  explicam, porém não justificam seus desvios. O
César é um desses. Desde o início sempre gostei mais do César do que do Mário
(Bruno Gagliasso), o mocinho da trama. O César é um vilão tão sedutor, que com
certeza se não fosse essa característica dos vilões do Negrão sempre terminarem
enlouquecidos, o personagem poderia muito bem ter uma redenção e quem sabe
conquistar mesmo o coração da Alice (Giovanna Antonelli). No mínimo a química
entre a Giovanna e o Rafael Cardoso
sempre deu de 10 à 0,  na com o
Gagliasso. Mas o César já dá indícios de loucura e o Rafael Cardoso que segurou o personagem com umas e dentes, vai
terminar a novela coroado por um trabalho impecável na composição do  vilão, com até mais destaque do que quando
foi astro no horário nobre, como em Império (2015), por
exemplo. 
A Dona Sinhá 
da Laura Cardoso 
        Laura
Cardoso sempre foi um amuleto para as tramas do Negrão, a atriz esteve presente
na maioria delas. Em Sol Nascente,  logo que entrou em cena, Dona Sinhá, a
vovozinha do Mal, se transformou na personagem mais querida da trama, apesar de
já sabermos que ela é a grande vilã. 
Independente do talento da Laura
Cardoso, que já conhecemos e que consegue transformar qualquer personagem
que interpreta por menor que seja, em um grande momento na tv, a Sinhá teve uma
luz especial e isso ficou nítido quando a atriz teve que se afastar da novela
por problemas de saúde. Sol Nascente perdeu
muito sem   a Sinhá. A personagem   conseguiu até curar Laura Cardoso para voltar 
nessa reta final da novela. 
A Geppina da AracyBalabanian 
        Ela já
tem mais de 50 anos de carreira, mas sempre me 
 surpreende com a total  entrega a um novo personagem. Está sendo assim
que a Aracy Balabanian vem fazendo
com Geppina na trama de Sol Nascente. Uma legítima Mama e Nona Italiana,  a personagem é o epicentro da família De
Angeli  e tem sempre uma tirada de
impacto para cada situação. Voraz e carinhosa ao mesmo tempo, sua dobradinha
com Francisco Cuoco foi um dos
destaques da trama, e que transformaram a personagem  ser tão marcante na trama do Negrão. Vale
lembrar que Aracy já é perita em fazer italianas na tv. A atriz viveu a Gemma
de Passione em 2010, e a Filomena Ferreto, descendente de
Italianos,   na trama de A Próxima Vítima (1995), ambas as tramas do Silvio de Abreu. 
O Tanaka do Luís Mello 
        A
escalação dele como o Japonês Kazuo Tanaka causou uma grande revolta. Ficou
mais do que claro que o Luis Mello não
tem  traços orientais, mas mesmo assim
foi o escolhido para viver um dos protagonistas da história. Polêmica à parte e
independente da aparência oriental, que cá prá nós, se olharmos com boa vontade
dá até para confundi-lo como um  sem
problemas, Luis Mello defendeu o
personagem com dignidade e o talento que já lhe é peculiar. Calou a boca de
muita gente e provou que poderia fazer  e
dar credibilidade ao personagem, e assim o fez. 
A Lenita da Letícia Spiller 
        A
Letícia Spiller está no ar ininterruptamente
desde 2011  , emendou uma trama na outra
desde a temporada de Malhação   (2011), passando por Salve Jorge (2012), Joia Rara (2013), Boogie Oogie
(2014) e I
Love Paraisópolis (2015), mas sem
dúvidas a Lenita é uma das suas melhores personagens do últimos anos. Mesmo não
sendo a protagonista, não consigo imaginar Sol Nascente sem
ela.  A      
personagem que no início da trama tinha uma pegada mais rock and roll  com
direito  à tatuagens e show´s ao vivo na voz da própria Letícia, foi
começando a tomar formas de uma mulher forte sim, porém com  um grande
drama escondido.  Seu relacionamento com
Vitório  (Marcelo Novaes) foi outro ponto
da história da  personagem. É  uma espécie de reviva do Rai e Babalú de Quatro por Quatro (1994), além do primeiro encontro em cena dos
atores que na vida real são ex-casados. Nesta fase final da trama, Lenita
revelou ter dado uma filha em adoção quando era adolescente, e esse drama
sempre esteve presente em seu coração. Esse reencontro de mãe e filha  promete nos emocionar muito e ainda
proporcionar a Letícia Spiller
brilhar ainda mais na pele da roqueira boa praça. 
O Ralf Tatoo do Henri Castelli  
        Eu
confesso que não apostei uma moeda nesse tatuador que o Henri Castelli ganhou na trama de Sol Nascente. Achei que logo nos
primeiros capítulos a versão rock and roll do mal do personagem iria se esvair,
 e ele ficaria ali como uma figuração de
luxo. Graças a Deus me enganei! Assim como a Lenita, o personagem foi muito
além do que o tatuador invocado,  e sua
química com a personagem da Giovanna
Lancelotti  foi crucial para ele  passar ileso ao marasmo da trama.
A Milena da Giovanna Lancelotti 
        E
na dobradinha com o Henri Castelli,
claro que a Milena da Giovanna
Lancelotti foi outra personagem maravilhosa de Sol Nascente. Inicialmente sem
nenhum peso na trama, foi só formar casal como o Ralf que ambos os personagens
ganharam história e vida própria dentro da trama. A personagem teve a fase
rebelde, mas sem aquele entrecho cansativo que poderia ter durado até o final
da novela. Os autores dosaram suas fases e a Milena foi um personagem solar e
que representou com maestria a turma jovem da novela. 
A Karol da Maria Joana 
        Falando
em personagem que inicialmente não tinha peso na trama, também não posso deixar
de citar a Karol da  Maria Joana. Com ares de que seria apenas uma personagem que serviria  para atrapalhar a felicidade entre Alice e
Mário, enquanto o César não podia ser revelado o grande vilão,  Karol acabou ganhando nesta reta final  grande importância na luta para provar as
vilanias do desiquilibrado vilão. Depois de se rebelar contra seu cúmplice,
Karol começou a gravar provas de todos os crimes do César, podendo assim
comprovar  a inocência da Alice. Foi uma
transformação delicada, onde os autores e a  atriz aos poucos mostravam os indícios do
arrependimento da personagem. 
O Vitório do Marcelo Novaes 
        Juro
que pensei que depois do Max de Avenida Brasil, o Marcelo Novaes estivesse fadado a personagens que sempre seriam
comparados  e perderiam nesta comparação  para o vilão da trama de João Emanuel Carneiro. Foi assim com o vilão arrependido Kléber de Além do Horizonte (2013) e o Vavá de A Regra do Jogo (2015). Mas o Vitório, mesmo sendo um personagem simples,
e depois de passada a novidade   do par formado com Letícia Spiller, se mostrou  importante e muito bem construído pelo ator.
Sua relação com os filhos, com os pais, com Lenita e até com ex-esposa Loreta
(Cláudia Ohana)  são sempre cenas  simples e é exatamente essa simplicidade que
o torna ainda mais difícil de interpretar, mostrando assim o bom trabalho do
seu intérprete. 
A Mocinha da Nívea Maria 
        Elogiar
o trabalho da Nívea Maria é chover
no malhado. A Atriz com anos de trabalhos e mais de 40 novelas que já
comprovaram seu talento,  entrou na trama
de Sol Nascente para fazer às vezes da personagem Sinhá, vivida pela Laura Cardoso, quando esta teve que se
afastar da trama por problemas de saúde. Mas o que seria uma emenda, acabou virando
uma  personagem fixa e importantíssima
para o desenrolar da trama. Além de ter se tornado o interesse romântico do
Tanaka, que até então não tinha despertado para o amor. Já está claro que será
ela quem  irá salvar o japonês das
armações da irmã vilã, só nos resta saber se  será perdoada e os dois poderem ter um belo
final feliz. 
Menção honrosa para Giovanna Antonelli e Bruno Gagliasso: 
        Parece
estranho não citar entre os 10 melhores personagens de Sol Nascente
exatamente seus protagonistas,  Alice e Mário. Mas como já falei  a falta de química que pairou sobre eles
praticamente a trama inteira não me deixou analisa-los separadamente. Não
citá-los nada tem a ver com a interpretação do personagem dada pelos atores,
dois nomes consagrados da nova geração, mas pura e simplesmente a  um  perfil talvez  equivocado de dois  personagens que não mereciam se encontrar em
cena. 
Sol Nascente” chega ao capítulo 100 contornando a fraca trama principal com as histórias paralelas
Fonte:
Texto: Evaldiano de Sousa 












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