Um dos mais versáteis autores da sua
geração com textos irreverentes, cômicos e inteligentes, Mário Prata passou por todos
os veículos. Escreveu livros, peças teatrais, colunas em jornais e claro as
novelas.
Estreou no teatro com a ótima O Cordão
Umbilical e Besame Mucho, que foi levada ao cinema
e rendeu ao autor o prêmio de melhor
roteiro no Festival de Gramado.
Antes do teatro, Mário Prata, quando ainda cursava economia na USP, escreveu seu
primeiro livro, O Homem que Morreu de Rir , que unia 14 contos novos e 5 antigos, já
mostrando essa linha irreverente que o
autor gosta de seguir.
Nas novelas o autor estreou com o pé
direito com o fenômeno Estúpido Cupido (1976) . Mesmo sem muita experiência, o autor traçou
um ótimo panorama da não tão distante sociedade e juventude da década de 60 , que já era bem diferente daquela do final da
década de 70, tempo atual da trama. A
Novela se transformou em um grande sucesso popular fazendo o pais voltar a
dançar os hits da época e os concursos de twist se multiplicaram em festas e
colégios. Mário Prata foi aclamado pelo mídia e a Globo
tratou logo de escalá-lo para uma nova trama.
Assim em Setembro de 1977, voltou às
novelas com SemLenço, Sem Documento que
abordava o mundo das empregadas domésticas e a relação com suas patroas. Infelizmente esse segunda
investida do autor pelas telenovelas acabou não rendendo o resultado esperado.
O Clima intelectual que pairava na trama, contrastava com sua temática
principal, o mundo simples das domésticas, e isso acabou afastando o
público. O autor tentou abordar vários
temas dentro da novela sem uma protagonista oficial. Assim os personagens
tinham seus perfis traçados no decorrer da trama. Esse emaranhado de
informações e histórias teve que ser resumido
na tentativa de salvar a trama, e com uma passagem de tempo de seis
meses a novela teve sua narrativa simplificada para tentar chamar o público de
volta.
No final dá década de 70, o autor deixa
a Globo e escreve para a Tupi a novela Dinheiro Vivo. A trama que trazia um laboratório
de ideias e criação foi recusada pela Globo. Assim o autor apresentou a Tupi, que já estava em sua fase de
falência e claro isso repercutiu na audiência e sucesso da trama que passou
quase despercebida.
Na década de 80, o autor escreveu alguns tele romances para a Tv Cultura : O Vento do Mar Aberto (1981), O Resto é o Silêncio (1981) e Música ao Longe (1982).
Voltou a Globo em 1985 com o relevante sucesso na trama de Um Sonho a Mais,
onde colaborou com o autor Daniel Más.
Em 1987, Mário Prata dividiu com Dagomir
Marquezi e Reynaldo Moraes a
adaptação de Helena,
clássico do Machado de Assis, na Rede Manchete. Os autores criaram
vários personagens que não existiam no romance e conseguiram uma boa repercussão
da trama no canal dos Bloch´s.
Depois de quase 10 anos sem emplacar uma
trama, Mário Prata dividiu com Ricardo Linhares a autoria de O Campeão (1996)
apresentada pela Rede Bandeirantes;
e em 2005 voltou a Globo com a trama
de Bang Bang,
que se passava num estilizado velho oeste, até então sua última novela
no ar.
Uma pena que depois de Estúpido Cupido,
Mário Prata não tenha conseguido escrever para a tv nenhuma trama a sua
altura. Porém o autor continuou atuante nos romances, cinema e teatro, nesses
campos sim , marcado por muito sucesso.
Talvez Mário Prata tenha sido injustiçado em suas outras investida na tv,
mais mesmo sem o reconhecimento esperado na tv,
o autor conquistou uma carreira sólida em outros campos o que lhe
consagrou como um grande profissional.
Fonte:
Texto: Evaldiano de
Sousa
Pesquisa : www.wikipédia.com.br www.memoriaglobo.com.br
Comentários
Postar um comentário