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Novelas Inesquecíveis – Hipertensão (1986)


        Neste mês de outubro um dos remakes da Ivani Ribeiro produzidos pela Globo completa 31 anos – Hipertensão que era uma adaptação do sucesso da autora Nossa Filha Gabriela,   apresentada pela Rede Tupi em 1971.
        A Autora mudou o nome de alguns personagens, inclusive o nome da protagonista, que de  Gabriela, passou para  Carina, incluiu  outras tramas à espinha dorsal e apresentou a novela que parecia uma novela das seis apresentada no horário das sete.

        A novela  começava com a chegada do Teatro mambembe de Sandro Galhardi (Cláudio Cavalcanti)  à pacata cidade de Rio Belo e muda o comportamento de todos os habitantes. Carina (Maria Zilda Bethlem), a estrela da companhia, paixão de Sandro, volta à terra natal de sua mãe e conhece três simpáticos velhinhos: Candinho (Paulo Gracindo), Romeu (Ary Fontoura) e Napoleão (Cláudio Correa e Castro), que disputam entre si a atenção da bela moça. O que ela não sabe é que no passado os velhinhos haviam se casado com trigêmeas e uma delas era a mãe de Carina. Quem será seu verdadeiro pai? Enquanto cada velhinho luta pela paternidade de Carina, um crime mobiliza a cidade: a jovem Luzia (Cláudia Abreu) é assassinada.

        Carina, a protagonista foi vivida por Maria Zilda Betlhem no auge da sua beleza. Em Nossa Filha Gabriela a personagem foi da Eva Wilma. Sandro Galhardi, vivido pelo Cláudio Cavalcanti em Hipertensão, foi vivido pelo saudoso Gianfrancesco Guarnieri  na versão da Tupi.

        Cláudio Corrêa e Castro voltou a interpretar o mesmo personagem que havia feito em Nossa Filha Gabriela: o metódico e autoritário Napoleão, um dos velhinhos da trama. Os outros velhinhos, Candinho (Paulo Gracindo) e Romeu (Ary Fontoura), foram interpretados na novela original por Ivan Mesquita e Abrahão Farc, respectivamente.

        Fafy Siqueira  imortalizou na trama a beata fofoqueira Fifi – que vivia nas janelas tecendo comentários maldosos contra todos da violência. O Sucesso da personagem  foi tão grande  que “Fifi” acabou virando sinônimo para se referir a pessoas futriqueiras e mexeriqueiras – “Ela é uma Fifi!”.
        As belas Monique Evans e Sandra Bréa fizeram participação especial na trama como babás dos filhos de Marcos (Carlos Eduardo Dolabella) e candidatas ao seu coração.

        Hipertensão marcou a estreia em novelas dos atores Antônio Calloni, Cláudia Abreu, Carla Marins, Eri Johnson e Alexandra Marzo. O Ator Jonathan Nogueira, então com sete anos, também estreou na tv na trama. César Filho, já famoso como apresentador, estreou como ator na trama,  e seu personagem Túlio teve muito destaque ganhando inclusive a capa da trilha internacional com seu par romântico na trama,  a atriz Carla Marins.

        Uma das coisas que mais me lembro de Hipertensão é da colorida abertura ao som de “Gosto do Prazer” de A Cor do Som. No vídeo, o caminhão do grupo de Teatro Mambembe por onde passava espalhava um colorido pelas ruas e casas. Um show de abertura!

        Uma das tramas que chamou atenção em Hipertensão foi o núcleo de Donana, da inesquecível e saudosa Georgia Gomide. A viúva é  mulher autoritária exerce grande influência sobre a comunidade de Rio Belo. Ela tem dois filhos: Raquel (Deborah Evelyn), a quem hostiliza por considerá-la responsável pela morte do marido, e Raimundo, o Rai (Taumaturgo Ferreira), um playboy que deixou a cidade para estudar na capital. Quando volta a Rio Belo, Rai acaba se envolvendo com Luzia (Cláudia Abreu), filha de Odete (Lupe Gigliotti), empregada da fazenda Santa Lúcia. Os dois vivem um conturbado romance, que se complica quando ela engravida. No decorrer da novela, Luzia morre misteriosamente. Rai, o principal suspeito, foge. Enquanto permanece desaparecido, Donana se esforça para inocentar o filho, mas ele é preso, para desespero da mãe. No final, ela vai até a delegacia e revela ao delegado Joel (Nelson Xavier) que é a verdadeira assassina de Luzia. Donana conta ao delegado que ofereceu dinheiro para a moça, na tentativa de que ela desistisse de se casar com Rai e se mudasse para bem longe de Rio Belo. Luzia recusou o dinheiro, e as duas começaram a se agredir fisicamente. Donana, então, empurrou Luzia, que rolou barranco abaixo.  
        O Desfecho desse assassinato que mobilizou a reta final de Hipertensão acabou duplicando Cláudia Abreu no ar. A Atriz que já estava no elenco de O Outro (1987), aparecia simultaneamente nas duas novelas.
        Rio Belo contava também com outros habitante importantes e que marcaram a trama, como o índio Chico, do Stênio Garcia , que era a reedição do personagem que o ator viveu em A Muralha, novela que a autora adaptou em 1968  para a Tv Excelsior; além do médico Assunção do Ruy Resende e o Padre Vicente do Oswaldo Louzada.

        Hipertensão não é considerada um grande sucesso da autora, apesar da sua trama água com açúcar ter conquistado o público que se apegava a um ou outro personagem. Porém o estilo mais voltado para trama das seis do que das sete, o horário em que ela foi veiculada, fez da trama uma novela certa apresentada em um horário que não lhe fez justiça. Apresentada entre as novelas Cambalacho (1986) e Brega e Chique (1987) , dois clássicos do horário, do Silvio de Abreu e Cassiano Gabus Mendes respectivamente, ambos já consagrados  com o estilo que perpetuava a novela das sete da década de 80. Assim quando entrou Hipertensão o público sentiu a falta do humor com mais força em seus entrechos.  
Ficha Técnica:

Novela da Autora Ivani Ribeiro
Direção Geral: Wolf Maia
Elenco:
MARIA ZILDA – Carina
CLÁUDIO CAVALCANTI – Sandro Galhardi
PAULO GRACINDO – Candinho
ARY FONTOURA – Romeu
CLÁUDIO CORRÊA E CASTRO – Napoleão
GEÓRGIA GOMIDE – Donana
TAUMATURGO FERREIRA – Rai (Raimundo)
ELIZABETH SAVALA – Renata
PAULO BETTI – Laerte
CARLOS EDUARDO DOLABELLA – Marcos Mendonça
DEBORAH EVELYN – Raquel
ELOÍSA MAFALDA – Gioconda
STÊNIO GARCIA – Chico
CÉSAR FILHO – Túlio
CARLA MARINS – Carola
JOSÉ MAYER – Raul Galvão
LÚCIA ALVES – Beatriz
ANTÔNIO CALLONI – Fratelo
LÍLIA CABRAL – Antonieta
RUY REZENDE – Dr. Vitor Assunção
FAFY SIQUEIRA – Fifí
NELSON XAVIER – Joel
CLÁUDIA ABREU – Luzia
LUPE GIGLIOTTE – Odete
BRUNO ROCHA – Viriato
ROMEU EVARISTO – Sabiá
FRANCISCO DANTAS – Américo
ANA ARIEL – Conceição
OSWALDO LOUZADA – Padre Vicente
IDA GOMES – Ma Mére
ERI JOHNSON – Juca
ERNESTO PICCOLO – Beto
ANA BEATRIZ WILTGEN – Soninha
ALEXANDRA MARZO – Taís
CARLOS DUVAL – Seu Vieira
CHAGUINHA – Boca Mole
SILVEIRINHA – prefeito Zequinha
SÉRGIO ROPPERTO – Roque
e as crianças
ANDERSON MARTINS – Pé-de-Meia
KARINE MOURA – Niní
DUDU CARDOSO – Diogo
BRUNO ANDRADE – Tavinho
JONATHAN NOGUEIRA – Lalau
ÍGOR ROBERTO LAGE – Ed
e
DAISY TENÓRIO – governanta da casa de Marcos
DILMA MACHADO – Jurema (empregada de Donana)
HORÁCIO VETER – Tonho
LYS BELTRÃO – Solange (secretária de Donana)
MANOEL ELISIÁRIO – Neco (dono de um bar em Rio Belo)
MARCOS WAIMBERG
MARINO JARDIM – jardineiro de Marcos
MONIQUE EVANS – Alaíde (trabalhou como babá dos filhos de Marcos, candidata ao seu coração)
PAULO CELESTINO FILHO
SANDRA BRÉA – trabalhou como babá dos filhos de Marcos, candidata ao seu coração
THEREZA CASTRO – mulher do prefeito Zequinha
Exibição: 06 de Outubro de 1986 à 18 de Abril de 1987
Capítulos: 167


Fonte:
Texto: Evaldiano de Sousa

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