O Tema hoje é Brega e Chique! Isso mesmo a
clássica novela do Cassiano Gabus Mendes
que tinha ninguém menos ninguém mais que MaríliaPêra e Glória Menezes como protagonistas – A chique e a Brega da história, respectivamente.
A novela foi ao ar em 1987 é junto com Elas por Elas (1982) e Que Rei Sou Eu?(1989) é considerada uma das
melhores do autor. O sucesso da trama
foi tamanho que em poucos meses a novela
já dava mais audiência que a trama das
oito da época, O Outro do autor Aguinaldo Silva, o que causou mal-estar
entre ele e Cassiano Gabus Mendes. Aguinaldo como de costume, andou alfinetando Cassiano, que se fez de cego
e mudo, focou os olhos apenas para o crescente sucesso de Brega e Chique.
Marília Pêra voltava
as novelas depois de um hiato de 13 anos (A última havia sido Supermanoela/1974)
e sem dúvidas estava em estado de graças na pele da chiquérrima Rafaela
Alvaray, o que acabou apagando a Rosemare, a outra protagonista vivida pela Glória Menezes.
Aliás, a dobradinha da Marília com o Marco Nanini, que viveu seu par romântico, o Montenegro, foi o grande destaque de Brega e Chique.
A interpretação de ambos foi impagável e nós telespectadores babávamos a cada
sequência.
Além de Marília Pêra e Glória Menezes, outros grandes nomes integravam o elenco da trama que apresentou uma equipe poucas vezes juntas
na tv: Os saudosos Jorge Dória e RaulCortez , vivendo o mesmo papel, o Herbert Alvaray, em fase diferentes da
história; e Denis Carvalho, Marcos Paulo, Cássia Kiss, Nívea Maria, Tato Gabus,
Cássio Gabus Mendes, Patrícia Travassos, Cristina Mullins, Célia Biar, Hélio
Souto entre outros.
A trilha nacional da trama
assustava pela capa horrorosa - que dividida ao meio trazia uma foto da Glória Menezes e da Marília Pêra caracterizada como suas
personagens. Glória com um saco de compras nos braços e a Marília com aquele
modelito de ombreiras moda dos anos 80. Meu Deus, com certeza o cara que
escolheu aquela capa deve ter sido banido do planeta.
Em contra partida e como compensação
pela capa, a seleção das músicas fez a
trilha valer a pena, que mesmo não sendo uma daquelas clássicas que entraram
para o hall das grandes trilhas da teledramaturgia nacional dos anos 80, cravou alguns hits para sempre em nossa memória.
Não tem como começar falar da trilha sem relembrar o refrão “Uau
que legal, nós dois pelados , aqui!” da música “Pelado” do Ultraje a Rigor.
O hit foi o tema da polêmica abertura da trama. No primeiro capítulo tão
logo a abertura foi veiculada, o Brasil inteiro ficou de boca aberta com o
modelo Vinícius Manne completamente
nu de costas, com o bumbum para quem
quisesse ver. A patrulha dos bons costumes da época protestaram e o bumbum do
cara foi coberto com uma folha de parreira por dois ou três capítulos. Porém depois de outros protestos contra a
censura, Vinícius Manne pode finalmente se apresentar como veio ao mundo
durante toda a exibição da trama. Para provocar ainda mais , a Globo estampou o ator nu na capa da
trilha internacional. Pura ousadia visto hoje, mas que era pratica normal na
década de 80, onde essa nudez na
teledramaturgia era natural.
O Lp
abria com uma composição e
interpretação da Rita Lee e Roberto de
Carvalho – com um título sugestivo – “Pega
Rapaz”, tida como uma das composições mais fracas do casal, eu
particularmente gosto, principalmente da introdução instrumental que muitas
vezes dava a deixa para o inesquecível casal formado na trama por Glória Menezes e Dennis Carvalho, que
viviam o tumultuado caso de amor da
brega Rosemare e mecânico grosseirão Baltazar.
Clássicas composições que se
transformaram em ícones da MPB de grandes nomes do cenários música estão lá
imortalizados na trilha de Brega e Chique – O
Caso de “Cowboy Fora da Lei” do Raul Seixas - Tema do analfabeto Bruno, o hilário personagem do Cássio Gabus Mendes. Outra
música nesse mesmo patamar é “Bla, Blá,
Blá . . . Eu Te Amo” do Lobão, que na trama foi o tema da
personagem Zilda, a alfa 3 – como eram enumeradas as mulheres e amantes de
Herbert, vivida pela Nívea Maria.
Rafaela Alvaray e Rosemere, claro que
também ganharam respectivamente seus temas musicais que acompanharam a
trajetória de cada uma. A ascensão de Rosemere foi embalada por um dueto de Luiz Caldas e Caetano Veloso na música “É Tão Bom”. A Derrocada da Rafaela, que
de grande dama da alta sociedade tinha
que se adaptar a sua nova condição de pobre, tendo que adaptar seus casacos de
vison a bairros menos nobres, ganhou a clássica “Preciso Aprender a Só Ser”, composição do Gilberto Gil, interpretada pelo Caetano Veloso.
LuluSantos, nosso hitmaker, continuava sua trajetória de lançador de ritmos com
“Um do Outro” um dos carros-chefes da trilha, que foi o
tema da personagem Ana Cláudia, vivida pela Patrícia Pillar.
Os temas românticos da trilha também
marcaram o ano e emocionaram muita gente.
“Sem Peso e Sem Medida” do Fábio Jr, tema dos personagens Vânia e Teddy,
personagens da Paula Lavigne e Tarcísio Filho. “Até o Fim” da Verônica Sabino , embalou a personagem Silvana, da Cássia Kiss e Erasmo Carlos,
muito romântico, embalou o personagem João Pedro, do Paulo César Grande, com a música “Coração Jovem”.
Três baladinhas interessantes integraram
a trilha e deram uma boa chacoalhada no repertório das festinhas da época – “Caleidoscópio” da Dulce Quintal, tema da Tamyris, a personagem da Cristina Mullins; “Sinto Saudade” do Evandro
Mesquita, tema da inesquecível Mercedes, personagem da estreante Patrícia Travassos e “Lágrimas de Amor” do Beto Guedes, tema do galante Luis
Paulo, vivido pelo saudoso ator e
diretor Marcos Paulo.
Fechando a trilha entra Léo Gandelman com o tema instrumental “A Ilha” , que embalou o romance do
inesquecível casal Rafaela e Montenegro.
Fonte:
Texto:
Evaldiano de Sousa
Pesquisa:
www.wikipédia.com.br www.memoriaglobo.com.br
Comentários
Postar um comentário