Deus Salve o Rei, trama das sete, do autor Daniel Adjafre, desde o seu início
enfrentou problemas de produção e escalação de elenco, e a expectativa de que
quando a trama entrasse no ar os problema iniciais seriam esquecidos graças a
audiência e boa recepção do público, não
se concretizou. O Desenvolvimento
apático da história, a ausência de
maiores conflitos em seu enredo, a robótica Catarina da Bruna Marquezine entre outros detalhes, fizeram
o público herdado de Pega Pega se esvair,
e nem a trinca Bruna/Marina/Tatá foi chamariz suficiente para a trama.
A Globo
acendeu o sinal vermelho logo nas primeiras semanas, Ricardo Linhares foi chamado para supervisionar o texto do Daniel, que
entre outras alterações eliminou personagens e criou outros.
Porém faltava algo à Deus Salve o Rei.
Na verdade o “Rei”, Afonso (Rômulo Estrela), do título havia renunciado e desde o início
vivia como plebeu, isso dividia a trama ao meio – os acontecimentos no castelo
e fora dele. Essa divisão não
proporcionava encontros que certamente renderiam muito à trama – como embate
entre as duas estrelas – Amália e
Catarina, as personagens da Marina Ruy
Barbosa e Bruna Marquezine. Com isso a solução foi contar história paralelas
ou abusar do humor com os personagens Rodolfo e Lucrécia, vividos pelo Jonny Massaro e Tatá Werneck, o que
rendeu até bons momentos à trama, mas novamente houve um divisão. Rodolfo se apaixona por Catarina e se
transforma em perverso graças a influência da vilã. Tatá
Weneck, digo Lucrécia, foi jogada em um convento e passou aparecer alguns minutos por capítulo como um quadro de
esquete de humor. Enfim a trama regrediu!
A chegada ao capítulo 100, seria sem dúvidas a prova dos nove da trama. A Reviravolta tinha que ser naquele momento se
não a novela estaria fadada a virar um fracasso
do horário. O Capítulo marcou a volta de Afonso ao trono, e isso a criação de vários entrechos que sem
dúvidas deixaram a história bem mais interessante e fluente.
O Tão aguardado embate - Amália e Catarina - começa a tomar formas, e sem dúvidas proporciona as melhores cenas de
Deus Salve o Rei.
Outros entrechos também contribuíram para o crescimento do interesse do público
– O Falso fim do vilão Virgílio, vivido pelo Ricardo Pereira, muito pouco aproveitado na trama; assim como a
injeção de histórias em outros núcleos, como os das bruxas onde se destacam Mel Maia (Agnes), Marina Moschen (Selena) e Bia Arantes, que ainda está no ar em Carinha de Anjo no SBT, e
vive a bruxa má Bruce.
Enquanto Afonso esteve preso, na
primeira tentativa de tomar a coroa do irmão Rodolfo, Amália teve como
companhia o filho de criação Levi, vivido pelo Tobias Carrieres, outro
destaque da novela – um ator mirim que vem fazendo um ótimo trabalho, depois de ter se revelado no seriado Justiça, em 2016.
Essa retomada do trono resolveu dois
graves erros cometidos no roteiro da trama – Vilanizou de vez a até então
robótica Catarina, e proporcionou momentos
para que Bruna Marquezine pudesse mostrar
enfim a sensibilidade da caracterização da sua personagem.
Junto com isso, a volta de Afonso ao
poder, corrigi também a aura de egoísmo
que pairou sobre ele e Amália, e que
sempre deixou o público receoso em torcer pelo casal. Afinal de contas, tudo o
que acontecera à Montemor e Artema, teve como origem a renúncia de Afonso ao
poder – que nas entrelinhas – só pensou nele e em seu amor. Assim como Amália,
que ao descobrir que Afonso era Rei, sequer cogitou a possibilidade de
tornar-se sua rainha em nome desse amor.
Deus
Salve o Rei ainda é irregular, mas
com fôlego para aproveitar o que o autor
ainda tem para contar e terminar com
qualidade e fluência.
Fonte:
Texto : Evaldiano de
Sousa
Comentários
Postar um comentário