Encontros Cênicos - Susana Vieira e Natália do Vale

        O Encontro cênico deste mês vai relembrar os trabalhos de duas grandes atrizes da nossa teledramaturgia – Susana Vieira e Natália do Vale. As atrizes, apesar de serem de uma mesma geração e ostentarem o mesmo nível de talento e trabalhos,  são mulheres completamente opostas, pelo menos a vista do grande público.

        Susana Vieira  é excêntrica, polêmica e adora se fazer notar. E faz questão de dizer isso aos quatro ventos. Não precisaria, pois seus trabalhos marcantes na história da tv falam por si só, mas a Susana é assim – solar.  Estreou na tv em 1962 e a partir de então foi 1 ou mais personagens por ano, marcando a teledramaturgia com grandes mulheres como a Nice da primeira versão de Anjo Mau (1976), a Marina Steen de A Sucessora (1978), a Renata de Um  Sonho a Mais (1985), a Amanda de Cambalacho (1986), a Marta de Bambolê (1987), a Gilda de O Salvador da Pátria (1989), a Lais Souto Maia de Lua Cheia de Amor (1990), a Branca de Por Amor (1997), a Maria do Carmo de Senhora do Destino (2004) entre outras.

        Natália do Vale é o oposto da Susana. Discreta, sempre manteve sua vida particular fora dos holofotes ,  apesar de está na tv desde 1975, quando estreou na novela Gabriela. Defendeu os mais variados tipos na tv, como a Dora de Saramandaia (1976), a Márcia de Água Viva (1980), a Marília de Transase Caretas (1984), a Andréia Souza e Silva de Cambalacho (1986), a Susanne de Que Rei Sou Eu? (1989), a Débora de Olho no Olho (1993), a Júlia Scheneider de O Amor Está no Ar (1997), a Silvia de MulheresApaixonadas (2003), a Carmem de Páginas da Vida (2006), a Ingrid de Viver a Vida (2009), a Chica de Em Família (2014), a Lady Margareth de Orgulho e Paixão (2018) entre outras.

        Há rumores de que  as atrizes não se dão bem nos bastidores, mas fofocas a parte, o fato é que vez ou outra elas se encontram em cena e quase sempre suas personagens não se deram muito bem também não. Será que a arte omita a vida ou vice-versa?

Paula e Lúcia de Baila Comigo (1981)

        O Primeiro encontro das damas foi na trama de Baila Comigo do autor Manoel Carlos, atualmente reprisada pelo Canal Viva. Susana Vieira foi a ambiciosa Paula,  e Natália  foi a médica pediatra Lúcia Fernandes, que no decorrer da novela se envolve com Quinzinho (Tony Ramos), para desaprovação de Caio (Carlos Zara), seu pai, que não suportava a ideia de dividi-la com ninguém.

Amanda e Andreia de Cambalacho (1986)

        Em Cambalacho, do Silvio de Abreu, elas viveram as irmãs, porém inimigas,  Amanda e Andreia. A grande vilã da novela foi Andreia, a personagem da Natália, que entre outras coisas  foi capaz de tentar tomar o marido da própria irmã,  o que lhe rendeu alguns tapas por parte de Amanda. Os duelos das arqui-inimigas rendeu momentos memoráveis à trama.

Ana e Helena de A Próxima Vítima (1995)

        Em A Próxima Vítima, também do Silvio de Abreu, Susana e Natália voltaram a se encontrar e dividir o amor do mesmo homem. Na trama  foram Ana e Helena, e se envolviam amorosamente com Juca, o personagem do Tony Ramos.

Lorena e Silvia de Mulheres Apaixonadas (2003)

        A Lorena e a Sílvia de Mulheres Apaixonadas, do Manoel Carlos, pouco se encontram em cena, apesar de seus filhos terem casado no inicio  da trama.  As personagens tinham perfis muito parecidos – Mulheres acima dos 50, seguras e plenas – se envolvendo com homens mais jovens. O Único diferencial era que, ao contrário de Lorena, Silvia a personagem da Natália ainda era casada.

Cora e Kiki de Os dias Eram Assim (2017)

        Foi na trama de Os Dias Eram Assim , a supersérie da Ângela Chaves e Alessandra Poggi, que os rumores em que a amizade entre em Susana Vieira e Natália do Valle já não era mais tão forte assim surgiram. A imprensa especializada passou toda a série noticiando reclamações das atrizes uma da outra e desentendimentos.  Na história, inicialmente eram amigas, apesar de Cora, a personagem da Susana, apenas suportar Kiki, por ela ser  uma mulher muito rica. O Público foi ao delírio na cena em que Kiki depois de descobrir o verdadeiro caráter da sogra da filha, esbofeteia Cora, lavando  a alma do telespectador!

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Encontros Cênicos

Fonte:

Texto: Evaldiano de Sousa