Neste último dia 05 de maio, a seção de
reprises da Globo – Vale a Pena Ver de novo completou 40
anos no ar. DonaXepa (1977), do Gilberto Braga , baseado na peça homônima de Pedro Bloch, foi a primeira novela a
ser reprisada na faixa.
As reprises sempre existiram dentro da programação da Globo, inclusive no horário de 13:30 da
tarde, o primeiro horário do VPVN, a
emissora já exibia novelas - Helena (1975), Senhora (1975), Escrava Isaura (1976), Locomotivas (1977),
Estúpido Cupido (1976) e À Sombra dos
Laranjais (1977), foram alguns títulos reapresentados entre março de
1976 e 02 de maio de 1980, na segunda
seguinte, 05 de maio de1980 estreava Dona Xepa já sob o
selo de Vale a Pena Ver de Novo.
Na primeira década da seção os destaques
foram as reprises de A Sucessora (1978), clássico do Manoel Carlos com Susana
Vieira, Rubens de Falco e Nathalia TImberg como protagonistas, reprisada
entre novembro de 80 e março de 1981; Plumas e Paetês (1980), do Cassiano
Gabus Mendes no ar entre Janeiro e setembro de 1983; e Pecado Rasgado (1978),
primeiro novela do autor Silvio de Abreu,
reapresentada entre setembro de 1983 e fevereiro de 1984.
Foi nesta década que a seção apresentou a primeira trama do
horário das oito, Água Viva (1980),
do Gilberto Braga, reprisada entre
fevereiro e agosto de 1984. As novelas
do horário das 8 ou 9, são mais difíceis de figurar nesse horário por causa
da classificação etária, são muitos
cortes para que a trama consiga passar. Das 90 novelas exibidas até hoje , apenas
27 são reprises de novelas desse horário.
A Segunda metade da década de 80
trouxe clássicos títulos do horário das
sete que deram altos índices de audiência ao horário como Elas Por Elas (1982), reprisada entre fevereiro de julho de
1985; Vereda Tropical (1984) , de
volta entre março e outubro de 1987; Ti Ti Ti (1985),
reapresentada entre abril e outubro de 1988
e Brega eChique (1987), que fez a virada da
década de 80 pra 90, reapresentada entre julho de 1989 e janeiro de 1990.
Gabriela, a primeira versão de 1975, é a única
novela apresentada no horário das dez a
ser reapresentada no VPVN, reprisada
entre outubro de 1988 e fevereiro de 1989, assim como Avenida Brasil (2012), recentemente terminada, é a única do horário
das 9 apresentada até então.
O Horário das seis foi muito bem
representada nesta metade de década também com as reprises de Paraíso (1982); na seção entre abril e outubro de 1986; Amor com Amor se
Paga (1984), de volta entre outubro
de 1987 e abril de 1988 e a clássica A Gata Comeu (1985),
no ar entre fevereiro e julho de 1989. Aliás,
A Gata
Comeu, da autora Ivani
Ribeiro, foi a primeira novela a ser apresentada 2 vezes no VPVN. Em 2001, a faixa vespertina sofria com uma baixa audiência nunca vista antes, nem Roque Santeiro
(1985), o clássico do autor dias Gomes que estava sendo reprisada foi capaz de
chamar o público de volta. A Globo
resolveu então depois do término da trama em uma ação inédita, não apresentar
uma nova novela. A escolha foi
edição do Você Decide, programa em que o telespectador escolhia o final por
telefone, sucesso dos anos 90, seria a melhor
opção. Ledo engano! As edições que
tinham como apresentadora a atriz e modelo Suzana Werner deitada em uma cama, foram um fisco. O Programa só
ficou três semanas no ar, a audiência continuou caindo, foi aí que a Globo
escalou a re-reprise de A Gata Comeu (1985). A Ação foi acertadíssima. O Vale a Pena Ver de Novo tomou novo
fôlego.
De volta aos anos 90, o Vale
a Pena Ver de Novo realizou desejo dos telespectadores apresentando seus
melhores títulos como – Roda de Fogo (1986), o clássico do Lauro César Muniz, mais picotada no horário até então. A novela
que marcava a volta das novelas das 8 ao VPVN
foi apresentada em um compacto de 35 capítulos, contra seus 179 originais.
Sassaricando (1987);
Top Model (1989); Cambalacho (1986); Fera Radical
(1988); Vale Tudo
(1988); Barriga de Aluguel (1990);
Rainha da Sucata
(1994); Tieta (1989); Pedra sobre Pedra (1992);
Renascer (1993); Despedida de Solteiro (1992);
Mulheres de
Areia (1993); A Viagem (1994);
O Salvador da
Pátria (1989); Quatro por Quatro (1994); O Rei do Gado (1996) e A Indomada (1997)
que marcou a virada dos anos 90 para os anos 2000 reapresentada entre agosto de
1999 e março de 2000, foram outros títulos de sucesso da década.
Os anos 2000 se iniciam com a reprise de
Tropicaliente (1994), trama ambientada em Fortaleza no Ceará , do autor Walther Negrão; seguida por A Próxima Vítima (1995), do Sílvio
de Abreu, única novela que teve seu
final alterado na reprise. A Globo
apresentou um dos outros finais alternativos
gravados para a primeira exibição, feito para esconder o final
correto da imprensa.
Foi durante essa década que a Globo apresentou títulos como História de Amor
(1995), Por Amor (1997), Laços de Família (2000) Mulheres Apaixonadas (2003),
do Manoel Carlos; O Cravo e a Rosa (2000),
Chocolate com
Pimenta (2003) e Alma Gêmea (2005), do Walcyr
Carrasco.
Anjo
Mau (1997), reprisada a partir de agosto de 2003; Terra Nostra
(1999), reprisada entre junho e novembro de 2004; a segunda reprise de A Viagem (1994), de volta entre fevereiro e julho de 2006; Da Cor do Pecado (2004), reprisada entre maio e novembro de 2007 e Senhora do Destino (2004) foram outras títulos que tiveram uma boa
audiência em suas reprises na década.
Os anos 2010 foram difíceis para a
faixa. Não faltaram notinhas na imprensa de que a Globo pensava seriamente em
desativar o VPVN, assim como fez com
o Vídeo Show. Mas algumas
re-reprises que marcaram a década, foram
as principais responsáveis por salvar a faixa – Mulheres de Areia (1993) voltou a seção em 2011, novamente aclamada
assim como na exibição original e na
primeira reprise; o que abriu os olhos da Globo
que abusou das re-reprises como carta na manga – e trouxe em seguida as
re-reprises de Chocolate com Pimenta (2003) e Da Cor do Pecado (2004)
em 2012. Em Agosto de 2013 veio a re-reprise de O Cravo e a Rosa (2000); em 2015, a novela O Rei do Gado (1996), em 2016; a re-reprise do remake de Anjo Mau (1997);
Senhora do
Destino (2004) que voltou ao seção em
2017 e Por Amor (1997), a última re-reprise até então, considerada um
dos maiores sucessos do VPVN de
todos os tempos.
Títulos que marcaram o horário das oito
foram apresentados com maior frequência na faixa nesta década , claro que
devido a flexibilidade da faixa etária, que não obrigava a Globo a retalhar tanto as tramas com histórias mais densas – Assim
fizeram sucesso no horário as reprises de O Clone (2001), de volta entre janeiro e setembro
de 2011 e Caminho
da Índias (2009), reprisada entre julho de 2015 e abril de 2016,
ambas da autora Glória Perez.
Em compensação, outras tramas
consideradas sucesso de crítica e audiência em sua exibição original, se mostraram grande decepção no Vale a Pena Ver de Novo , o caso das
reprises de Celebridade (2003), do Gilberto
Braga, reapresentada entre dezembro de 2017 e julho de 2018 e Belíssima (2005), do Sílvio
de Abreu, no ar entre junho de 2018 e janeiro de 2019.
O
Vale a Pena Ver de Novo chegar aos
40 anos é uma grande vitória. Nos dias de hoje,
quando praticamente todas as
novelas você encontra no You Tube,
manter um público cativo é uma tarefa difícil. Eu acompanho a seção há décadas,
e como não lembrar ótimas tardes que ele já me proporcionou ao rever novelas
que até então eu ainda nem tinha
visto. Algumas eu só vi pela primeira
vez no VPVN.
Assim o VPVN vir um quarentão
marcado por ótimas escolhas, como Por Amor (1997) e Avenida Brasil (2012),
que na verdade foi uma escolha do público, que rejeitou Êta Mundo Bom (2016), que atualmente é a atração da seção, e curiosamente, eu
que fui um dos primeiros a não gostar da escolha, começo a me apegar aos poucos
à trama. Não sei se é efeito da
quarentena, o isolamento social, mas enfim , vejo o Candinho (Sérgio Guizé),
Mafalda (Camila Queiroz), Sandra (Flávia Alessandra) e cia com outros olhos.
Texto: Evaldiano de
Sousa
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