A Pandemia do coronavírus certamente
nunca será esquecida, mexeu com o mundo de tal modo, que nunca voltaremos a ser
os mesmos depois que o vírus for vencido. Essa pandemia nos obrigou uma
adaptação rápida e instantânea para sobrevivermos e continuar
produzindo e evoluindo durante essa quarentena, noventena . . .
No
campo da teledramaturgia, a notícia de que os estúdios globo parariam de gravar suas
novelas e séries, caiu como uma bomba. Em mais de 25 anos acompanhando teledramaturgia nunca
imaginei passar por isso.
As
emissoras tiveram que se virar para manter a programação no ar, segurando o
interesse do público e , principalmente
entretendo esse público que se viu de uma para outra com uma programação quase que 80% de notícias
pesadas sobre a doença.
Não
tinha como ser diferente, sem capítulos novos, a solução foi rechear a
programação com reprises, solução que teve acertos e erros entre horários e
emissoras.
Praticamente
todas as emissoras abertas do país tiveram que abrir mão desse artifício e o
público foi escolhendo que novela
realmente valeria a pena ver de novo.
Com
uma grande frente de capítulo, o SBT
continua ainda apresentando capítulos inéditos de As Aventuras de Poliana, sua única produção
de teledramaturgia inédita, ou seja não houve muita diferença em sua grande
neste setor.
A
Rede Globo nem em seus mais negativos planejamentos imaginou
que pudesse estar com todos os seus horários de novelas preenchidos com uma
reprise, porém o que poderia ser um risco, acabou se tornando uma grande sacada
da emissora. Das suas 5 reprises no ar 3 são sucessos unânimes no
quesito audiência e 2 ainda tem tempo de se firmar nos trilhos. Totalmente Demais (2015), da dupla Rosanne
Svartman e Paulo Halm, mesmos de
Bom Sucesso (2019), é sem dúvidas o grande acerto. O público se
apaixonou novamente pelo conto de fadas de Elisa (Marina Ruy Barbosa) e seu
príncipe Arthur (Fábio Assumpção) e sapo Jonatas (Felipe Simas), a trama tem a
melhor audiência e novamente é aclamada pela crítica. Êta Mundo Bom (2016), do Walcyr Carrasco,
apesar de ter sido execrada quando escolhida para o VPVN, deu tapa com luva de pelica na cara de todo
mundo, e vem conseguindo segurar a audiência e público cativo do horário que se
firmou desde a reprise de Por Amor (1997)
e Avenida
Brasil (2012).
Fina Estampa (2011), do AguinaldoSilva, é um caso à parte. Claro que o horário nobre da Globo tem seu público cativo, e que qualquer trama exibida em seu
horário teria uma audiência satisfatória, porém
mesmo com uma boa audiência é fato que a trama é tosca, até mesmo para
2011, imagine agora 10 anos depois.
Novo Mundo (2017) e Malhação –
Viva a Diferença (2017) , duas tramas reconhecidamente sucesso em suas
primeiras exibições, até então não mostraram a que veio em suas reprises. Confesso que na primeira
exibição só consegui me apegar a Novo Mundo, da dupla Thereza Falcão e Alessandro
Marson, a partir da sua metade, fase em que a trama começa a partir desta
semana, quando Ana (Isabelle Drumond)
descobre a verdadeira face de Thomas (Gabriel Braga Nunes) e a Princesa
Leopoldina (Letícia Colin) entra de vez na corrida pela independência do
Brasil.
Malhação – Viva aDiferença (2017), a tão famosa temporada das five´s, vencedora
do Emmy , do Cao Hamburguer, ainda
está tímida, mas tem muito fôlego para repetir o sucesso da primeira exibição.
Na
contramão dessas boas escolhas de reprise,
a RecordTv conseguiu
emplacar 2 insucessos. Vários são os
requisitos para explicar essa mão ruim
na escolha de Apocalipse (2017)
e Jesus (2018) – a recente apresentação original, o gênero
bíblico saturado entre outros, mas sem dúvidas
foi de um mau gosto incalculável
trazer Apocalipse,
uma trama que fala do fim do mundo, em um momento tão delicado. Não a toa que a reprise de A Escrava Isaura (2004), nas tardes, é a maior audiência e repercussão do canal.
Sem
dúvidas o ano de 2020 ficará marcado como o ano das reprises na teledramaturgia, o Viva , canal pago do Grupo
Globo , que completou 10 anos no ar, também comemora o sucesso de seus três
títulos atualmente em reprises - Chocolate com Pimenta (2003), O Clone (2001) e Brega e Chique (1987), isso
somado ainda a inserção gradativa de
grandes sucessos do passado da teledramaturgia da Globo em sua plataforma de streaming e os 40 anos da seção Vale a Pena Ver de Novo , reforçam essa tese de que o ano foi escolhido para celebrar as reprises.
Veja Também:
Novelas Inesquecíveis - Brega e Chique (1987) |
Fonte:
Texto:
Evaldiano de Sousa
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