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2020 – O Ano das reprises



        A Pandemia do coronavírus certamente nunca será esquecida, mexeu com o mundo de tal modo, que nunca voltaremos a ser os mesmos depois que o vírus for vencido. Essa pandemia nos obrigou uma adaptação rápida  e  instantânea para sobrevivermos e continuar produzindo e evoluindo durante essa quarentena, noventena . . .
No campo da teledramaturgia,  a  notícia de que  os estúdios globo parariam de gravar suas novelas e séries, caiu como uma bomba. Em mais de  25 anos acompanhando teledramaturgia nunca imaginei  passar por isso.
As emissoras tiveram que se virar para manter a programação no ar, segurando o interesse do público  e , principalmente entretendo esse público que se viu de uma para outra  com uma programação quase que 80% de notícias pesadas  sobre a doença.
Não tinha como ser diferente, sem capítulos novos, a solução foi rechear a programação com reprises, solução que teve acertos e erros entre horários e emissoras. 
Praticamente todas as emissoras abertas do país tiveram que abrir mão desse artifício e o público  foi escolhendo que novela realmente valeria a pena ver de novo.  
Com uma grande frente de capítulo, o SBT continua ainda apresentando capítulos inéditos de As Aventuras de Poliana, sua única produção de teledramaturgia inédita, ou seja não houve muita diferença em sua grande neste setor.


A Rede Globo nem em  seus mais negativos planejamentos imaginou que pudesse estar com todos os seus horários de novelas preenchidos com uma reprise, porém o que poderia ser um risco, acabou se tornando uma grande sacada da emissora. Das suas   5  reprises no ar 3 são sucessos unânimes no quesito audiência e 2 ainda tem tempo de se firmar nos trilhos. Totalmente Demais (2015), da dupla Rosanne Svartman e Paulo Halm, mesmos de Bom Sucesso (2019), é sem dúvidas o grande acerto. O público se apaixonou novamente pelo conto de fadas de Elisa (Marina Ruy Barbosa) e seu príncipe Arthur (Fábio Assumpção) e sapo Jonatas (Felipe Simas), a trama tem a melhor audiência e novamente é aclamada pela crítica. Êta Mundo Bom (2016), do Walcyr Carrasco, apesar de ter sido execrada quando escolhida para o VPVN,  deu  tapa com luva de pelica na cara de todo mundo, e vem conseguindo segurar a audiência e público cativo do horário que se firmou desde a reprise de Por Amor (1997)  e Avenida Brasil (2012).


Fina Estampa (2011), do AguinaldoSilva, é um caso à parte. Claro que o horário nobre da Globo tem seu público cativo, e que qualquer trama exibida em seu horário teria uma audiência satisfatória, porém  mesmo com uma boa audiência é fato que a trama é tosca, até mesmo para 2011, imagine agora 10 anos depois.
Novo Mundo (2017)  e Malhação – Viva  a Diferença (2017) , duas tramas reconhecidamente sucesso em suas primeiras exibições, até então não mostraram a que veio  em suas reprises. Confesso que na primeira exibição só consegui me apegar a Novo Mundo, da dupla Thereza Falcão e Alessandro Marson, a partir da sua metade, fase em que a trama começa a partir desta semana, quando  Ana (Isabelle Drumond) descobre a verdadeira face de Thomas (Gabriel Braga Nunes) e a Princesa Leopoldina (Letícia Colin) entra de vez na corrida pela independência do Brasil.  
Malhação – Viva aDiferença (2017),  a tão famosa temporada das five´s, vencedora do Emmy , do Cao Hamburguer, ainda está tímida, mas tem muito fôlego para repetir o sucesso da primeira exibição.


Na contramão dessas boas escolhas de reprise,  a RecordTv conseguiu emplacar  2 insucessos. Vários são os requisitos para explicar  essa mão ruim na escolha de  Apocalipse (2017) e Jesus (2018) – a recente apresentação original, o gênero bíblico saturado entre outros, mas sem dúvidas  foi de um mau gosto incalculável  trazer Apocalipse, uma trama que fala do fim do mundo, em um momento tão delicado. Não a toa que a reprise de A Escrava Isaura (2004), nas tardes, é a maior audiência e repercussão do canal. 


Sem dúvidas o ano de 2020 ficará marcado como o ano das reprises  na teledramaturgia,  o  Viva , canal pago  do Grupo Globo , que completou 10 anos no ar, também comemora o sucesso de seus três títulos  atualmente em reprises  -  Chocolate com Pimenta (2003), O Clone (2001) e Brega e Chique (1987),  isso somado ainda a inserção gradativa  de grandes sucessos do passado  da  teledramaturgia da Globo em sua plataforma de streaming e os 40 anos da seção Vale a Pena Ver de Novo ,  reforçam essa tese de que o ano  foi escolhido para celebrar as reprises.



Veja Também: 
Novelas Inesquecíveis - Brega e Chique (1987) 

Fonte:
Texto: Evaldiano de Sousa


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