José Luiz Villamarim e seu estilo conceitual para a teledramaturgia

        A escolha de José Luiz Villamarim como substituto de Sílviode Abreu na direção de teledramaturgia da Globo me  deixou   apreensivo e otimista , ao  comparar   a gestão do Silvio com os trabalhos do Villamarim, que atualmente é o responsável pela direção de Amor de Mãe.

        Considerado um  diretor conceitual, é  mais citado por trabalhos como Amores Roubados  (2014), O Rebu (2014) e Onde Nascem os Fortes (2018),  que são  produções mais densas e preocupadas com o conteúdo, sem ter um único intuito de entreter  ou chamar audiência, como foram os trabalhos escolhidos pelo Silvio em sua  gestão. Walcyr Carrasco foi alçado ao posto de grande autor do Silvio com vários trabalhos mostrados nesses 6 anos de administração,  em  detrimento a outros que não primavam por esse perfil.  Nomes como   Thelma Guedes e Duca Rachid por exemplo, que ganharam o Emmy na semana passada por Órfãos daTerra, tiveram tramas indeferidas pelo Sílvio.

        Justiça seja feita, José Luiz Villamarim também  é um chamariz de audiência mesmo em trabalhos mais complexos e detalhistas –  Nada Será como Antes (2016) , Justiça (2016) e O Canto da Sereia (2013)  falam por ele, e isso pode ser um sinal de que venham  por ai novelas com mais consistência e coerência, capazes também  de cativar o público.

        As mudanças são sempre bem  vindas, e na teledramaturgia isso é  mola  mestra desde  o final da década de 60 , quando Glória Magadan  foi substituída na teledramaturgia da Globo e o gênero  brasileiro de fazer novelas se perpetuou.

        Que venham as mudanças  . . .

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Fonte:

Texto : Evaldiano de Sousa