Há cerca de 15 dias,
assisti uma entrevista no Conversa
com Bial, que acabou sendo a
responsável por esse post, post que na
verdade eu já devia para essa grande atriz, mas que ao vê-la tão plena, lúcida
e em total atividade, no auge dos seus
quase 80 anos, não poderia deixar passar dessa vez.
Estou falando da diva Ítala Nandi , atriz, produtora,
diretora , símbolo sexual , considerada uma das grandes damas do teatro
brasileiro, com uma carreira extensa nos palcos iniciada em 1959.
Ítala Nandi é também diretora da Escola Superior Sul-Americana
de Cinema e Tv (CINETV-PR).
Ítala começou no teatro amador em sua cidade natal,
participando de Um Gasto por Outro,
de Jean Tardieu, em 1959, e A Cantora
Careca, de Eugéne Ionesco, no ano seguinte. Ao se
profissionalizar, estreou em 1962, ao mudar-se para São Paulo, substituindo Rosamaria Murtinho, em Quatro num
Quarto, de Valentin Kataev, um dos grandes sucessos do Teatro
Oficina.
Ítala Nandi foi
a primeira atriz a protagonizar nos palco uma nudez frontal em plena ditadura militar. Isso aconteceu no
ensaio geral da peça “Nas Selvas da Cidade” , do José Celso Martinez
Corrêa, em 1969. Após 6 horas de
espetáculo, os sensores declararam que a nudez da atriz era totalmente
angelical e contextual. Ou seja, a
beleza e o talento de Ítala venceram a ditadura.
Nos cinemas, constituiu uma sólida carreira, atuando em
diversos filmes, pelos quais recebeu vários prêmios nacionais e internacionais,
como a Palma de Ouro do Festival de Cannes, em 1972, pelo filme Pindorama;
o prêmio Moliére, em 1975, por sua atuação em Guerra Conjugal e
A Coruja de Ouro, em 1976, pelo filme Os
Deuses e os Mortos, todos na categoria de melhor atriz.
Estreou na Tv em 1964, na trama de Melodia Fatal, da Tv Excelsior. Participou de
inúmeras novelas em diversas emissoras, com destaque especial para sua tríplice
atuação na novela Direito de Amar , da Rede Globo, em 1987, onde deu vida a 3
personagens. Seu último trabalho na tv, até então, foi na Rede Record,
emissora em que ela esteve nos últimos anos,
na trama da série Milagre de Jesus.
Na entrevista que vi no Programa do Bial, que citei que foi
digamos assim, a inspiração para o post dessa seção, Ítala comentou que está preparando sua volta
a tv. Eu estou aqui só aguardando ansioso pelo prazer de revê-la em cena.
Para já comemorar antecipadamente essa volta da Ítala á Tv, no post de hoje escolhi alguns
personagens imortalizados por ela na nossa teledramaturgia e que ajudaram a fomentar o gênero aqui no Brasil.
Joana , Bárbara e
Nanette de Direito de Amar (1987)
Direito de Amar , do Walther Negrão, era a terceira novela da Ítala, depois de um
hiato de 8 anos, a última havia sido O Pulo do Gato em 1979. Sem dúvidas sua participação na trama é
um dos trabalhos mais lembrados e
aplaudidos já feitos pela atriz na tv – Joana,
Bárbara e Nanette. Pela tríplice interpretação Ítala Nandi
foi elogiadíssima pela imprensa da época
, que acompanhou a trama para desvendar os mistérios que cercavam suas
personagens. Inicialmente, Ítala aparece em Direitode Amar como Joana, a louca do
sobrado. A personagem ganhou esse apelido devido aos gritos que dava sempre que
entrava em crise. Ela vivia trancada no sobrado da mansão de Montserrat (CarlosVereza). No decorrer da trama é revelado
que na verdade é Bárbara, a esposa de
Monstserrat, que enlouquecera graças aos maus tratos do marido. A Verdadeira
Joana era sua irmã gêmea e morava em Paris, conhecida como a cortesã Nanette.
Montserrat teve seu filho, Adriano (Lauro Corona), com está, o que provava sua
infidelidade. A chegada de Nanette na reta final da novela revela os segredos do todo poderoso.
Aliás outro ponto que vale a pena destacar em Direito de Amar é a dobradinha entre Vereza é
Ítala, imperdíveis as várias cenas que
eles protagonizaram.
Loulou Lion de Que Rei Sou Eu?(1989)
Em 1989, Ítala Nandi
seduziu todo o Brasil na pele da bela cigana
Loulou Lion na trama de Que Rei Sou Eu , do autor Cassiano Gabus Mendes. Lou Lou é
uma mulher alegre e carismática, a eterna paixão de Corcoran (Stênio Garcia).
Praticamente criou Jean Pierre (Edson Celulari), e o ajudou na conquista do seu
lugar como o Rei de Avilan, ao lado dos rebeldes.
Madeleide de Pantanal(1990)
Em 1990, Ítala Nandi
foi contratada pela Rede Manchete e foi uma das estrelas da novela Pantanal , o
fenômeno teledramaturgia, escrita pelo Benedito Ruy Barbosa , apresentada pela emissora naquele início de década.
Ítala deu vida a sofisticada Madeleine, que na primeira fase da novela foi
vivida pela Ingra Liberato. De família carioca rica, porém falida, Madeleide se apaixonou
na juventude por Zé Leoncio (Paulo Gorgulho/Cláudio Marzo), e casou-se com ele,
salvando a família da falência financeira. Não suportou a vida praticamente
selvagem do Pantanal e abandonou o marido e a fazenda levando consigo o filho recém-nascido.
Maria Eduarda de Prova de Amor (2005)
Depois de alguns trabalhos pontuais em novelas como 74.5 Uma Onda no Ar (1994),
na Rede Manchete; em Colégio Brasil
(1996), no SBT; na série A Justiceira (1997) e na minissérie ACasa das Sete Mulheres (2003) ambas
na Globo, em 2005 fechou contrato com a RecordTv e foi um das estrelas da novela Prova de Amor, do
autor Tiago Santiago.
Dra. Júlia Zacarias de Caminhos do Coração (2007),
Os Mutantes (2008) e Promessas de Amor (2009)
Ainda na RecordTv, Ítala deu vida a Dra. Júlia Zacarias na trilogia Os Mutantes – Caminhos do Coração – Promessas de Amor
, escrita também pelo Tiago Santiago entre os anos de 2007 á 2009. Júlia
era a cientista responsável pela criação dos mutantes que invadem a trama.
Madame Catherine de Dona Xepa (2013)
Em 2013, Ítala Nandi,
integrou o elenco do remake de Dona Xepa,
escrita pelo Tiago Santiago na RecordTv. Na trama, ela deu vida a Madame Catherine, que por
muitos anos foi a estilista preferida das noivas da alta sociedade paulistana.
Com o passar dos anos e as constantes mudanças da moda, seu prestígio diminuiu,
mas seu sonho é voltar a reinar na
sociedade. Para isso, conta com a estravagante Meg Pantaleão, vivida pela LuizaTomé, sua cliente fiel, e também com algumas estratégias mais escusas.
Veja Também:
Novelas Inesquecíveis - Direito de Amar (1986)
Novelas Inesquecíveis - Pantanal (1990)
Meus Persoangens Favoritos da Luiza Tomé
Fonte:
Texto: Evaldiano de
Sousa
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