Em pleno horário
das sete em 2000 o público foi surpreendido com a bumbum do Claudio Heinrich diariamente na tela da Tv estrelando a novela Uga Uga,
do Carlos Lombard. . O Autor apresentou seu melhor trabalho,
eu atrevo-me a dizer que Uga Uga é
melhor que Quatro por Quatro (1994).
A Ideia da trama veio de uma notícia lida pelo autor em um jornal, que falava
sobre um índio que ficou órfão dos pais depois de ter sua tribo dizimada. A
ideia não poderia ter sido melhor. Uga
Uga deu um novo fôlego ao horário das sete ,
revitalizando-o depois d ter ficado chamuscado pelo fraco desemprenho
de Vila Madalena (1999),
e também fez justiça ao Carlos
Lombardi, que foi
bombardeado por críticas negativas pela trama de Vira –Lata (1996), sua novela antecessora.
Uga Uga está completinha, resgatada pela Globoplay
desde o último dia 27.02, esperando para ser maratonada.
Nos padrões morais de
hoje Uga Uga nunca passaria novamente como uma novela das
sete, acho que só as 23h. Além do bumbum
do Claudio Heinrich, que viveu o índio Tatuapu, seu melhor momento
na tv, a trama abusou de corpos desnudos, homens sem camisas e mulheres
seminuas, mas tudo dentro de um contexto que pedia esse tipo de cena, e
exatamente por isso não tenha “chocado” a sociedade do início do século.
Tatuapu, o índio louro
criado pelo autor, Bionda, a personagem da Mariana Ximenes, cativaram o público. Eles ficaram tão populares que até ganharam bonecos
em miniaturas, sucesso entre as crianças.
O Forte apelo sensual da trama foi
mesclado por ótimos entrechos e interpretações memoráveis de LimaDuarte e a saudosa Nair Bello, na pele dos mal-humorados
Nikos e Pierina; e Betty Lago com a enlouquecida aeromoça
Brigitte.
Uga Uga é uma novela tão ágil
que era impossível imaginar perder um capítulo. Acho que o Carlos
Lombardi estava em estado de graça. Tem todos os ingredientes que o autor sempre soube
trabalhar: Nudez, ação, humor sarcástico e três atores que a partir
de então viraram amuletos do autor (pelo menos enquanto ele esteve na Globo)
: Humberto Martins, Marcos Pasquim e Daniele Winits.
Para comemorar o resgate da trama pela Globoplay vamos dissecar no post de
hoje a trilha nacional com sucessos nas vozes da Rita Lee, Ivete Sangalo,
Ney Matogrosso, Sandra de Sá, Marina Lima , Milton Nascimento e os grupos RoupaNova, Raimundos, P.O.Box entre outros.
“Viralata
de Raça”
Intérprete:
Ney Matogrosso
Compositores:
Rita Lee e Beto Lee
Rolando, o personagem do Heitor Martinez, ganha a
faixa da trilha que abre o CD – “Viralata de Raça”, composição da Rita
e Beto Lee, gravada pelo Ney Matogrosso. O personagem é filho de
Santa (Vera Holtz), cunhada de Nikos (Lima Duarte), que mancomunado com a mãe,
quer dar um fim em Tatuapú (Cláudio Heinrich) para ficar com a herança.
“Metamorfose
Ambulante”
Intérprete:
Primo Johnny
Compositor:
Raul Seixas
Mariana Ximenes, como uma noiva em fuga, em um das suas cenas mais marcantes da
trama, na pele da Bionda foi um dos
grandes destaques de Uga Uga . As
calças cinturas alta, brilhos durante o dia, cintos anos 70, brincos e colares
que a personagem desfilou na novela foi a febre da moda daquele ano. Como tema,
ela ganhou uma nova versão de “Metamorfose
Ambulante” , do Raul Seixas, numa regravação da banda Primo
Johnny.
“Kotahitanga
(Union)”
Intérprete
e Compositores: Hinewehi Mohi
A história em quadrinhos da abertura, com os créditos dentro
dos balões de diálogos foi embalada pela banda estrangeira da Oceania Hinewehi
Mohi em “Kotahitanga”. Impossível
ouvir a faixa e não lembrar imediatamente da trama.
“Se
Eu Não Te Amasse Tanto Assim”
Intérprete:
Ivete Sangalo
Compositores:
Paulo Sérgio Valle e Herbert Vianna
Viviane Pasmanter também foi um dos destaques da
trama, vivendo a dura e ao mesmo tempo romântica Maria João. A personagem
trabalhava como mecânica, e fazia questão de ser grosseirona, quase uma
“machona”, porém vivia tendo sonhos eróticos com o noivo Baldochi, que lhe
abandonara no passado. A personagem lembrou a Ângela, que a Maria Zilda Betlhem viveu
em Bebê a Bordo (1988) outra trama do autor. Como tema ela
ganhou a clássica canção “Se Eu Não Te Amasse Tanto Assim”, que consagrou Ivete Sangalo cantando
romântico em carreira solo.
“Aquela”
Intérprete:
Raimundos
Compositores:
Gabriel Tomás
Beterraba, o tiozão
vivido pelo Marcelo Novaes na trama, teve como tema das suas cantadas e
flertes com a mulherada o rock pauleira do Raimundos em “Aquela”.
“Fogueira”
Intérprete:
Sandra de Sá
Compositores:
Paulinho Soledade e Paulo Henrique
No decorrer da trama, Maria João (Viviane Pasmanter), mesmo
apaixonada por Baldochi (Humberto Martins), se casa com Beterraba (Marcelo
Novaes). O Casal ganha como tema “Fogueira”, na voz da Sandra de Sá.
“Tô
sem Grana”
Intérpretes
e Compositores: Elétrika
Baldochi, o
protagonista vivido pelo Humberto Martins, ganhou como tema de aventura
o rock pesado da banda Elétrika.
“Vem”
Intérprete
e Compositora : Patrícia Coelho
Patrícia Coelho embalou o romântico Van Damme,
personagem do Marcos Pasquim, com a faixa “Vem”.
“Deixa
o Amor Acontecer”
Intérpretes:
Roupa Nova
Compositores:
Dudu Falcão
Guinevera, a Gui,
vivida pela Nívea Stelmann, é uma
menina doce e meiga. Apaixona-se por
Tatuapu (Cláudio Heinrich), e tem essa paixão acompanhada pelos campeões em
trilhas – O Grupo Roupa Nova em “Deixa o Amor Acontecer”.
“Não
Tô Entendendo”
Intérpretes
e Compositores: P.O.Box
A Protótipo da Loura Burra foi imortalizado pela Danielle Winits com
a Tatiana de Uga Uga, em um dos seus
melhores momentos cômicos seus na Tv. Como tema a personagem ganhou essa
faixa da Banda P.O. Box que virou
febre no Brasil depois de estourar com o hit “Papo de Jacaré”.
“Uma
Antiga Manhã”
Intérprete
e Compositora: Marina Lima
A Charmosa Stela, personagem da Rita Guedes, ganhou com tema essa composição da Marina Lima.
“Feelings”
Intérprete:
Morris Albert
Compositores:
Louis Gate e Morris Albert
O Velho Nikos, do Lima Duarte, ganhou como tema “Feelings”
, do cantor brasileiro Morris Albert. A Canção foi gravada em 1974 ,
lançada no álbum “After We´re Left Each Other”.
“Kiling
Me Softly”
Intérprete:
Milton Nascimento
Compositores:
Normam Gimbel e Charles
Milton Nascimento regravou “Killing Me Softly”,
do Charles Fox e Norman Gimbel, composição inspirada no poema “Killing me Sofly, His
Blues” do Lori Lieberman, que ela
escreveu depois de ver Don
Mclean cantando a música “Emply
Chais”. A própria Lieberman foi a
primeira a gravar a canção, em 1971, mas foi a versão de Roberta Flack,
de 1973, que tornou a canção sucesso mundial. Em Uga Uga , a música foi o tema da Victória, vivida pela Silvia Pfeiffer.
“Minha
Timidez”
Intérpretes
e Compositores: Fat Familly
Ângelo Paes Leme deu vida na trama de Uga Uga ao tímido Salomão, que ganhou como tema
essa faixa nas vozes da banda Fat Familly.
“Amar,
Amar”
Intérprete:
João Bosco
Compositor:
Cole Porter
Versão:
João Bosco e Francisco Bosco
A trilha fecha com João Bosco em “Amar, Amar”,
versão do cantor para a original do Cole
Porter. A Canção foi o tema da personagem Brigite, a tresloucada aeromoça,
vivida pela saudosa Betty Lago.
Veja Também:
O Beijo do Vampiro Internacional (2002) |
Vidas em Jogo (2011) |
Fonte:
Texto : Evaldiano de
Sousa
Pesquisa: www.wikipédia.com.br www.memoriaglobo.com.br
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