Chegou ao fim nesta sexta-feira (01.11) a novela No Rancho Fundo, do Mário Teixeira, uma continuação direta de Mar do Sertão, com direito até a inserção de alguns
personagens oriundos desta trama, mas que no decorrer da história vimos que era
outro viés, apesar de tão bom quanto.
A novela ficou marcada pela atuação do seu elenco de
veteranos, que tomaram a novela pra si, e mesmo com os protagonistas bem em seu papéis, foram apagados por esses medalhões em cena.
Nomes como Andrea Beltrão, Alexandre Nero e Mariana Lima
totalmente entregues a Zefa Leonel, Tico Leonel e Tia Celeste faziam de cada
cena um acontecimento no ar.
Eduardo Moscovis e Déborah Bloch também impecáveis
como os execráveis e hora humanos Ariosto e Deodora. Aliás, a Deodora, que já havia roubado a cena em Mar do Sertão, subiu de status em No Rancho Fundo. A Déborah conseguiu, em uma personagem
já conhecida, apresentar um novo viés ainda
melhor e mais rica dramaturgicamente.
Destaque também para o casal de trambiqueiros Marcelo Gouveia
e Blandina, numa química perfeita foi impossível não se apaixonar em cena por JoséLoreto e Luisa Arraes. Não a toa que a dupla mesmo depois de despencar de
um despenhadeiro, reaparecem em plena
forma recomeçando seu golpes. Será que eles voltam em uma outra trama do autor? Seria ótimo!
Outros destaques do elenco - Igor Fortunato, grata
surpresa como o último romântico Zé Beltino; Thardelly Lima (Vespertino),
Heloísa Honein (Margaridinha), Haroldo Guimarães (Primo Cícero) e
Rhaissa Batista (Fé).
A direção de Allan Fiterman e equipe foi tão inspirada
quanto à da trama anterior do Mário
Teixeira. Allan já é um dos
melhores da atual geração de diretores artísticos e já está escalado para Dona de Mim, próxima trama das sete, da Rosane Svartman .
O resgate de alguns personagens da trama anterior do autor
foi um acerto, e nesta reta final ainda fomos presenteados com o retorno
de Timbó (Enrique Diaz) e Xaviera (Giovanna Cordeiro).
E
mais uma vez Lukete (Palmito Repentista) e Juzé (Totonho
repentista), com suas cenas dos próximos capítulos foram um show a mais em cada
capítulo. Se reinventaram e não cansaram
o público.
Como ponto negativo tenho que citar a falta de brilho dos
protagonistas - Quinota e Artur, vividos pela Larissa
Bocchino e Túlio Starlig. Os atores não ficaram devendo em atuação, mas o
roteiro os deixou truncado e desinteressantes. Uma pena.
Klara Moneque foi outra que teve o personagem prejudicado na trama. A
Atriz brilhou nos poucos momentos que teve de tela, mas poderia ter dado muito
mais.
É Fato que essa fórmula de apelo popular, quase
folclórico, vem se tornando uma boa saída para ao horário das seis, a Globo sempre que investiu nesse
viés viu essas novelas se transformarem em sucesso, como
foram O Cravo e a Rosa (2000), Êta Mundo Bom (2016) e a própria Mar do Sertão, não à toa já esteja sendo
produzida mais uma continuação, a de Êta Mundo Bom , ou seja é a simplicidade somada a
criatividade provando que nunca sai de moda.
No Rancho Fundo foi sucesso também de audiência. Apesar de, pela metade da trama a história ter
estacionado e passado semanas praticamente sem acontecimentos que fluíssem,
a novela termina com o terceiro maior
aumento de audiência do horário de toda
a história da Globo . Ficou atrás apenas de Alma Gêmea (2005)
e Êta Mundo Bom (2016).
A direção de arte de No Rancho
Fundo desempenhou um belo trabalho
com a ambientação, a fotografia, a cenografia e os figurinos da novela. Toda a
ambientação foi um deleite aos olhos, com destaque para os cenários do hotel,
do rancho a Gruta Azul. As gravações externas foram um espetáculo a parte.
É difícil se despedir de uma trama que nos toca sentimental e tecnicamente. Bem feita, bem
escrita e muito bem interpretada. No Rancho Fundo se
despede entrando para o hall das melhores do horário.
Veja Também:
Déborah Bloch |
Andrea Beltrão |
Alexandre Nero |
Jose Loreto |
Mariana Lima |
Luisa Arraes |
Alexandre Nero |
Fonte:
Texto: Evaldiano de
Sousa
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