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“Deus Salve o Rei” termina com trama regular cheia de altos e baixos



        Deus Salve o Rei chegou ao seu final  nesta segunda-feira (30.07), deixando um rastro de críticas à seus altos e baixos  e  se mostrando uma novela regular que tentou o tempo inteiro entrar nos trilhos. 
        Uma produção luxuosa com efeitos especais  de última geração,  uma dupla de protagonistas com uma  legião de fãs  nas redes sociais , e a história inovadora de capa e espada, que havia feito sucesso no final da década de 80, com Que Rei Sou Sou (1989), parecia a receita certa para o sucesso da trama do Daniel Adjafre.  Infelizmente não foi!




       No último capítulo a emoção ficou por conta do julgamento e sentença de Catarina (Bruna Marquezine), que eu acreditei até o último momento que não seria enforcada, mas foi.  Uma cena forte, chocante e totalmente coerente com a trajetória da personagem. 
        Com a vilã  inicialmente robótica da Bruna Marquezine e a apatia  do galã protagonista vivido pelo Rômulo Estrela, a novela começou a desinteressar  o público e a Globo imediatamente  ligou o sinal vermelho com o intuito de salvá-la. Nem a inserção do humor com a entrada da princesa Lucrécia da Tatá Werneck, foi capaz de dar fôlego a novela, que a esta altura já tinha perdido sua essência de folhetim mostrando a fragilidade da trama.
        Ricardo Linhares  foi chamado às pressas  para acertar as pontas da trama. Algumas intepretações foram atenuadas , principalmente a vilã Catarina da Marquezine que perdeu o ar robótico, e alguns personagens foram eliminados e outros inseridos  com o intuito de dar mais fluidez a história.  
        Justiça seja feita, Deus Salve o Rei melhorou muito da sua metade em diante, principalmente com a inserção dos  novos personagens que  deram velocidade e veracidade a alguns entrechos, como o rei Otavio (Alexandre Borges), a Agnes (Mel Maia), que deu mais força ao núcleo das bruxas e Gregório (Danton Mello).



        O Grande chamariz da trama – suas protagonistas – Amália e Catarina – fez o público torcer por um grande embate entre as personagens, embate esse que só veio a partir da segunda metade da novela, o que prejudicou muito o andamento de Deus Salve o Rei.

        No elenco  alguns  destaques  que conseguiram fazer  personagens marcantes  mesmo dentro da trama frágil – Marina Ruy Barbosa  deu o glamour  sob medida que sua personagem plebeia pedia,  e numa interpretação linear foi suficientemente boa no que o texto lhe permitia.

 Jonny Massaro como o rei Rodolfo, esse sim, fez de Deus Salve o Rei seu palco. Brilhou no humor e no drama ,  nas várias nuances que o personagem apresentou e que ele defendeu com maestria.

        Tatá Werneck com sua Lucrécia, foi de novo Tatá Werneck em cena. Porém  rendeu momentos hilários dentro da  novela  e sua dobradinha com Jonny Massaro salvou muitos capítulos da trama.
        Outros destaques : Marina Moschen (Serena), Mel Maia (Agnes), Alexandre Borges (Otávio), Fernanda Nobre (Diana), Ricardo Pereira (Virgílio).

        Bruna Marquezine  merece um parágrafo à parte. A Atriz amargou uma personagem muito difícil. Era sua primeira vilã e a atriz recebeu um perfil complexo  e acabou mostrando uma interpretação robótica e engessada,  mesmo o diretor tendo assumido a culpa por esse perfil inicial da personagem, o estrago já estava feito. A Catarina nunca será “a grande personagem” da Bruna,  mas sem dúvidas foi a que lhe deu mais trabalho e serviu para nos mostrar que ela é uma grande atriz, e que não se deixa derrubar. É muito fácil colher os louros de um sucesso, mas amargar uma personagem sem apatia junto ao público é uma tarefa ainda mais difícil, e só um grande profissional   sabe lhe dar com essa situação.
        Nesta reta  final  a trama criou força com os desdobramentos da origem de Catarina,  o que deu  mais foco  ao núcleo das bruxas, que foi coadjuvante a trama inteira, e mostrou uma certa surpresa na manga que o autor guardou ao declarar as duas arqui-inimigas Catarina e Amália,  irmãs. Foi um ótimo entrecho sem dúvidas.


        Se a intenção de Deus Salve o Rei era pegar carona no sucesso de Games of Thrones, infelizmente a fragilidade da trama deixou a novela muito longe da sua suposta inspiração. Não foi uma das  piores do horário, como apontava virar em sua fase inicial, mas foi uma trama regular, cheia de altos e baixos, que soube reconhecer suas fraquezas  e chegar dignamente ao seu final.   

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Texto: Evaldiano de Sousa

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