Sabe
aquele seriado brasileiro que de vez em quando sentimos saudades? Armação Ilimitada, Castelo Rá-Tim-Bum, Malu Mulher
... e tantos outros. Nossa como foi bom acompanhar cada um. Alguns foram
importantes para a formação de muita gente, trouxeram mensagens que mudaram comportamentos e a sociedade da
sua época.
Nos
post de hoje vou relembrar através das aberturas desses seriados a importância
que cada um teve.
Armação Ilimitada (1985 à 1988)
Armação Ilimitada foi sem dúvidas um
dos grandes acertos da Globo nessa área.
Idealizado por Guel Arraes e Antônio
Calmon, o programa conquistou o Brasil logo em seus primeiros
episódios. As aventuras de Juba , Lula,
Zelda e Bacana foi uma espécie de Malhação dos anos
80 e consagrou os atores do elenco. Kadu Moliterno e André di Biasi vinham
da novela Partido
Alto (1984), da Glória Perez e Aguinaldo Silva, onde interpretavam personagens
parecidos com os da série. Qual marmanjo não se apaixonou pela Zelda Scoth,
vivida pela Andrea Beltrão , a musa
do seriado que vivia dividida entre os irmãos? Eu delirava com as cenas
marcadas por uma taxa preta, que em muitas vezes escondia a nudez da atriz,
isso em pleno ano de 1985, ainda sob a
Censura quase velada. Se a marmanjada se
apaixonou pela Zelda, a mulherada se dividia entre os irmãos Juba e Lula, e
também pelo menino Bacana, vivido pelo ator Jonas Torres, que no seriado, muitas vezes era mais adulto que Juba
e Lula. A Linguagem do programa fugiu dos padrões brasileiros que estávamos acostumados
e nos remetia ao mundo do cinema mudo, caracterizado mais pelas ações do
que as falas. Nara Gil (Black Boy), Catarina Abdala (Ronalda Cristina) e o
saudoso Francisco Milani
(Chefe) também imortalizaram seus
personagens.
Castelo Rá – Tim – Bum (Tv
Cultura
- 1994 à 1995)
Castela Rá Tim Bum é a série de maior sucesso e repercussão produzida
pela Tv Cultura. O programa dava média de 12 pontos de
audiência, isso mesmo concorrendo com A Viagem (1994) na Globo e Éramos Seis (1994)
no SBT. O Programa teve vários
produtos licenciados e em 2001 foi lançado o filme da série. Castelo Ra Tim Bum era uma
criação de Cao Hanburguer, porém
diversos autores escreveram histórias para série. O personagem principal da
série era Bino, vivido pelo Cássio
Scarpin, um menino que por ter 300 anos não era aceito em nenhuma escola
dita normal. Assim com seus poderes Bino atrai três crianças para o castelo :
Pedro (Luciano Amaral), Biba (Chinyia Rachel) e Zequinha (Freddy Allan). Bino conquista
a amizade dos três que a cada novo episódio voltavam ao castelo para viver uma
nova aventura. O programa consagrou atores, que apesar de já terem uma
currículo com alguns personagens, brilharam mesmo no Castelo, como Rosi
Campos (Morgana), Sérgio Mamberti
(Dr. Victor) e Paschoal da Conceição
(Dr. Abobrinha).
Carga
Pesada (Globo - 1979 à 1981)
Carga Pesada foi o primeiro seriado brasileiro a retratar os
dramas, dilemas e felicidades dos caminhoneiros do Brasil. O Programa foi
criado por Dias
Gomes que teve a ideia depois do sucesso do Caso Especial Jorge, Um Brasileiro do
autor Oswaldo França Jr, que contava
as aventuras de um caminhoneiro que entregava cargas no interior de Minas
Gerais. Antônio Fagundes e Stênio Garcia,
que viviam os protagonistas Pedro e Bino, foram impecáveis na caracterização
dos caminhoneiros. Era impossível imaginar que eles realmente não eram
caminhoneiros na vida real. Os atores também escreveram 12 dos 54 episódios
apresentados. Em 2003, a Globo
reeditou o Carga
Pesada, contando a história de Pedro e Bino 20 anos depois.
Confissões
de Adolescentes (Tv
Cultura/Bandeirantes – 1994)
Diana (Maria Mariana) , Bárbara (Georgiana Góes),
Natália (Daniele Valente) e Carol
(Déborah Secco/Camuila Capucci) . Quatro irmãs adolescentes descobrindo juntas o mundo. A história
da série adolescente de maior sucesso foi baseada na peça homônima da
autora e atriz Maria Mariana, uma
das protagonistas. Confissões de Adolescentes chamou atenção por ser uma produção
independente, mas que ganhou uma
importância inigualável para a formação de muitos adolescentes que viram
situações como paquera, a primeira menstruação, a primeira transa, aborto entre
outros assuntos do mundo adolescente, serem contados de uma maneira tão clara e entendível.
Muitas participações afetivas ocorreram nos episódios, nomes como Marieta Severo, Déborah Bloch, Maitê
Proença, Lília Cabral, Lucélia Santos, Drica Moraes, Pedro Cardoso e Rubens de
Falco. A participação tinha o nome de “afetiva” porque os atores não
cobravam cachê pela participação. O Programa mesmo sendo independente tinha a
direção luxuosa do Daniel Filho. Ao término da série, Confissões de
Adolescentes foi indicada ao Emmy Ward como melhor série
internacional. Com um roteiro e texto
primorosos o seriado é considerado um biscoito fino entre as séries brasileiras.
A Grande Família (Globo – 2001
à 2014)
Remake
do mesmo seriado produzido pela Globo
entre 1972 e 1975. A Grande Família, criação do Marcos Freire, Oduvaldo Vianna Filho e Armando Costa, ficou treze anos no ar e sempre pontuado pelo
sucesso. A Crítica política embutida no texto original de Vianinha, que na
primeira versão muitas vezes teve que
ser podada devido a censura, nesta nova versão pode ser mostrada sem
pudores, e em muitas temporadas e episódios, assuntos do nosso cotidiano
estavam também retratadas dentro da casa do Lineu (Marco Nanini) e Nenê
(Marieta Severo). Pedro Cardoso, em
2008, foi indicado ao Emmy Internacional de Melhor ator pelo
Agostinho da série. Marieta Severo,
marcada por personagens ricas e sofisticadas na Tv, deu uma show na caracterização da simplória
Dona Nenê. No último episódio da última temporada, que foi ao ar em 11 de
setembro de 2014, a Família Silva se reunia à frente da Tv para assistir a
estreia de A
Grande Família na Tv. Era uma
metalinguagem criada pelos autores para se despedir em grande estilo. Na
história a Globo contratava a Grande
Família para criar um seriado com suas histórias. Grandes nomes do elenco
Global viveram os personagens no seriado
dentro do seriado : Glória Pires
como Nenê; Lázaro Ramos como
Agostinho; Déborah Secco como Bebel;
Tony Ramos como Lineu, Marcelo Adnet como Tuco entre outros. O
programa é o seriado global que ficou
mais tempo no ar.
A Lei e o Crime (Record –
2009)
A Lei e O Crime,
do autor Marcílio Moraes pegou a
ideia usada na trama central de Vidas Opostas (2006),
novela apresentada pela Record com
relevante sucesso. A Luta entre a polícia e os bandidos no submundo das favelas
do Rio de Janeiro, logo cativou o público que deu uma ótima audiência a Record. Francisca Queiroz e
Ângelo Paes Leme estiveram impecáveis no papel dos protagonistas. A Lei e o Crime só tem uma coisa
contando contra, o fato da segunda temporada nunca ter sido feita. A Série
merecia. A Globo vendo o sucesso ,
em abril de 2009, lançou Força- Tarefa que
tinha os mesmos moldes da série da Record.
Fonte :
Texto : Evaldiano de Sousa
Pesquisa : teledramaturgia.com
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