Na semana passada, a autora
Elizabeth Jhin encerrou aplaudida de pé mais um trabalho, a novela Além do Tempo.
Uma das melhores desta década até então.
Novamente com a temática do
espiritismo e reencarnação, a autora ousou ao criar duas novelas em uma. A
trama que inicialmente se passava no XIX conquistou o público com o charme do
século, a história sem didatismo e um elenco primoroso. Por volta do capítulo
80 a autora derrubaria tudo e transporia
os acontecimentos para os dias atuais. Já sabíamos disso desse o começo da
trama, e o risco de finalizar uma fase que estava sendo aclamada pela crítica e
pelo público começando do zero em outra
foi um salto no escuro. Mas Além do Tempo tinha
um texto tão bom que em qualquer século ou qualquer época seria sucesso absoluto, e assim foi. O Público comprou de
novo a novela e autora comemorou dois sucessos em uma mesma trama.
Elizabeth Jhin nasceu em Belo Horizonte, em 1949. Formata em Teatro
pela Uni-Rio, foi aluna da primeira
escola de roteiros da Tv Globo.
Estreou como colaboradora
em 1991, auxiliando o autor Sérgio
Marques na novela Salomé. Ainda colaborou em outros vários sucessos
do horário como Felicidade
(1991) e História
de Amor (1995) ambos do Manoel Carlos; Tropicaliente (1994), Anjo de Mim
(1996) e Era Uma
Vez (1998) todas do Walther Negrão.
Em 1998, junto com Daniel Filho e Antônio Calmon, a autora
foi uma das idealizadoras da clássica série Mulher, protagonizada por Eva Wilma e Patrícia Pillar.
De volta às novelas, em
1998 colaborou com Euclydes Marinho na trama de Andando nas Nuvens e
em 1999 novamente foi colaboradora do Walther
Negrão em Vila
Madalena.
Em 2002, Elizabeth colaborou
com Antônio Calmon na trama
de O Beijo do
Vampiro no horário das sete. E em
2004, estreou como autora titular ainda ao lado de Calmon em Começar de Novo.
Em 2007, com a trama de Eterna Magia,
Elizabeth Jhin estreou solo pela primeira vez como autora de novelas. A
trama que tinha Malu Mader, Thiago
Lacerda e Maria Flor com protagonistas, tinha todos os ingredientes com os
quais a autora trabalharia de ali em
diante – O espiritismos e reencarnações. Especificamente em Eterna Magia, a autora usou como base e
inspiração as bruxas conhecidas como “Winccas”, que era mulheres que praticavam
a religião dos Winccas e eram divididas
por bruxas más e bruxas boas.
Com um saldo bem mais positivo do que a antecessora, Escrito nas Estrelas foi o segundo trabalho solo da autora e que lhe garantiu ótimas críticas da imprensa e um público cativo. A história do pai e filho que disputavam o amor da mesma mulher, apesar de ser um clichê, em Escrito nas Estrelas, veio com um diferencial. O Filho estava em outro plano, havia morrido em um acidente e mesmo assim seu espírito tentava conquistar seu grande amor. Foi uma novela visceral e emocionante. A autora ainda usou a trama para mostrar os avanços da ciência genética em seus aspectos médicos e éticos.
Amor Eterno Amor (2012) é tida como a trama em que autora mais pesou a mão nos assuntos sobre espiritualismo,
reencarnações e suas ramificações. Foi muita religião e pouco romance, o que
prejudicou um pouco o desempenho da trama. Foi muito didatismo em detrimento ao folhetim
e assim a novela ficou arrastada sendo
acelerada apenas faltando cerca de um
mês para o seu final, com atropelamento de situações e tramas paralelas,
consequências do banho-maria dado a algumas delas durante praticamente metade
da novela.
Mas se Elizabeth Jhin pecou em Amor Eterno Amor , está mais do que perdoada depois de nos
apresentar Além
do Tempo, um novelão do horário das seis, os quais não víamos desde
as clássicas da década de 80.
Parabéns Elizabeth Jhin por
seu talento e trabalho e que eles sejam muito,
muito Além
do Tempo!!
Fonte :
Texto : Evaldiano de Sousa
Pesquisa : memóriaglobo.com e teledramaturgia.com
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