Sabe quando a gente falar “Aquele
ator foi a alma daquela novela!”? Claro que isso é uma metáfora. Mas bem que em se tratando da Selma Egrei como a Dona Encarnação de Velho Chico, essa expressão não soa
nenhum pouco como metáfora ou exagero. A
Centenária personagem criada por Benedito Ruy Barbosa para sua trama que se
encerrou na semana passada, sem dúvidas
foi sim a alma de Velho Chico.
Claro que uma boa personagem escrita por
um autor sem uma atriz a sua altura para interpreta-la seria um trabalho perdido. No caso da
Encarnação o casamento texto com a
interpretação foi perfeito. A já consagrada no cinema e teatro Selma Egrei, foi de uma entrega e perícia tão grande na
interpretação da personagem que fomos
tomados de assalto pelo encanto de Dona Encarnação.
O Trabalho da Selma foi tão impactante
que a personagem não ficaria nas três fases da trama. Na sinopse estava
previstas para a primeira e segunda fases, mas logo nos primeiros capítulos
ficou nítido que a trama não teria o mesmo efeito sem a personagem.
Selma
Egrei ingressou na Escola de Artes
Dramáticas (EAD) de São Paulo no
início da década de 70, e logo começou a trabalhar simultaneamente na tv,
cinema e teatro. A Atriz sempre declarou em suas entrevistas que o cinema é o
seu veículo preferido e foi nele que a
atriz conseguiu maior destaque desde que estreou no filme Cordélia, Cordélia (1971), tendo mais de trinta filmes em seu
currículo.
Sua beleza única, logo chamou atenção de
diretores de cinema, transformando a atriz
em uma das prediletas de Fauzi Mansur, Cláudio Cunha, J. Marreco e
Jonh Doo, cineasta de renome que
para fugir da ditadura e continuar produzindo optaram pelas pornochanchadas.
Mas foi nos filmes de Walther Hugo
Kroufi, com quem fez quatro longas, que a atriz conseguiu seu melhor
destaque.
No teatro, que Selma
Egrei se dedicou mais nos últimos anos, a atriz se destacou na
premiadíssima Sra.
Macbeth (2006) e no badalado monólogo Sirimin, baseado em textos
de Guimarães
Rosa, adaptados por ela.
A
Tv sempre foi um veículo esporádico para a atriz. Porém sempre foram
participações impecáveis. Como podia escolher a dedo, sempre viveu as
personagens que quis, independente de contratos.
Para coroar o belo trabalho de Selma Egrei em Velho Chico, o post de hoje vai
relembrar outras personagens que a atriz viveu em novelas e minisséries que
também merecem nossos aplausos.
Irmã Rosário de Papai Coração (1976)
Selma
Egrei estreou na tv em 1970, na trama de Simplesmente Maria, e participou de
outras produções de sucesso como A Gordinha (1970), Hospital e O Preço de um Homem , em 1971 e Eu e a Moto (1972), mas
foi a Irmã Rosário de Papai Coração (1976)
que lhe deu projeção nacional. A novela era uma adaptação do grande sucesso
mexicano do autor Abel Santa Cruz, chamada Que Mundo de Joguete. A trama ganhou várias
versões e a mais famosas delas aqui no Brasil, foi a de 2000 “Carita de Anjo”
apresentada no SBT. Inclusive a emissora está produzindo uma versão brasileira
que estreia ainda este ano. Na pele da Irmã Rosário, uma quase freira que ainda
não tinha feito os votos, Selma encantou o Brasil em cenas hilárias e emocionantes com a pequena
Titina, a estrela mirim vivida pela Narjara Turetta.
Olívia de Um Só Coração (2004)
Em 2004, Selma Egrei deu vida na minissérie Um Só Coração, da autora Maria Adelaide Amaral, a Olívia, tia de Iolanda Penteado, a protagonista vivida
pela Ana Paula Arósio. A atriz fez
um trabalho impecável em parceria com a Ana Paula e Cássia Kiss Magro que fazia sua irmã mais nova na trama.
Dulce de A Favorita (2008)
Selma
Egrei irritou o telespectador quando deu vida a Dulce de A Favorita,
novela do autor João Emanuel Carneiro.
A personagem era uma mulher amargurada e sofrida e que acabou vendo na
neta, um futuro melhor para a filha e
para ela mesma. Dulce não sabia quem era o pai da sua neta, porém quando descobre
que ele tem posses passa a “negociar” a atenção da menina para
com Zé Bob (Carmo Dalla Vecchia) em
troca de auxílio financeiro.
Norma de Felizes para Sempre? (2015)
Em Felizes para Sempre, minissérie do autor Euclydes Marinho, Selma nos emocionou na pele da Norma. A personagem
era uma mulher casada à 50 anos, e que
se via sendo assediada por um homem bem
mais jovem. Norma acaba travando uma batalha interna
decidindo se continua com o companheiro de tantos anos ou se entrega à uma nova
paixão. A Atriz mais uma vez apresentou
um trabalho impecável e ainda reascendeu sua veia sensual no auge da
terceira idade.
Francisca de Os Experientes (2015)
Francisca foi uma personagem que causou polêmica
e chocou o público no último dos quatro episódios do seriado Os Experientes.
Em “Folhas de Outono”, Francisca
inicia o episódio sofrendo com a perda do marido, e no decorrer do mesmo acaba
achando o conforto nos braços da amiga
Maria Helena, a personagem da Joanna Fomm, que na trama havia acabado de perder a mãe. As duas se aproximam e
acabam se apaixonando e começam a namorar. O Episódio foi um espetáculo de ambas as atrizes com direito uma
emblemático beijo totalmente contextual
com a mensagem do seriado.
Dália de Sete Vidas (2015)
Outra personagem inesquecível da Selma Egrei foi a Dália de Sete Vidas, trama da autora Lícia
Manzo. Dália era a mãe de Lígia
(Débora Bloch) e Irene (Malu Galli), uma mulher sem filtro e / ou papas na língua e que sempre irritava as filhas com suas
observações e preceitos sobre todos que a cercavam.
Fonte:
Texto :
Evaldiano de Sousa
Pesquisa : Wikipédia.com.br
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