Muito
antes dessa febre de Chiquititas , o
Brasil também investiu em novelas infantis com a temática criança abandonada
tendo que se virar em um orfanato. Para homenagear o dia das crianças o e10blog hoje vai voltar muito no tempo para relembrar A Pequena Órfão (1968), primeira novela dedicada a esse público que
acabou gerando várias outras no decorrer dos anos.
A Pequena Órfã foi escrita
por Teixeira Filho, quando o autor
ainda terminava de escrever O Direito de Nascer, às 20 horas e preparava a
substituta no horário. Sua esposa Carmem
Lídia, lhe auxiliou na trama infantil.
A novela contava a história de Toquinho (Patrícia Ayres/Marize Ney), uma
criança abandonada pelos pais, sofre nas mãos da megera Elza (Riva Nimitz),
dona do orfanato onde vive, uma mulher desajeitada no trato com as crianças,
ambiciosa, encrenqueira e possessiva.
Enquanto a mãe de Toquinho, arrasada pelo sentimento de
culpa, luta para reencontrar a filha, a menina encontra amparo no velho Gui
(Dionísio Azevedo), seu protetor, um velhinho que conserta brinquedos e adora
crianças. Foi numa de suas escapadas que Toquinho travou contato com Gui, que
passa a lhe dar carinho e atenção. O bom velho ensina a menina a fazer
barquinhos de papel entoando uma antiga canção de ninar: “vou mandar fazer um barquinho de
papel, de papelão…”.
A novela se transformou em um grande
sucesso dentro da Tv Excelsior e consagrou
a atriz mirim Patrícia Aires, filha
do também ator Percy Aires. Mais no
auge do sucesso da trama, Patrícia resolveu deixar a novela e a Excelsior se viu com um problemão nas
mãos. Como continuar sem a principal personagem . A Solução encontrada foi contratar uma outra
atriz , e assim Marize Ney, três
anos mais velha que a Patrícia assumiu a Toquinho. Para explicar a diferença
nítida de idade entre as duas intérpretes houve um passagem de tempo de 3 anos
na história.
Em uma reportagem publicada na Revista Veja em 25.09.1968, Percy Aires explicou que tirou a filha da novela devido à
grande carga de trabalho na qual ela estava sendo condicionada. O diretor da trama, Dionízio Azevedo rebateu as declarações dizendo que o mesmo havia
tirado a filha da trama para que ela assinasse um contrato mais vantajoso financeiramente
em outra emissora (Na Record, ao
qual Percy era contratado).
Confusões a parte, o fato é que Patrícia
nunca fez uma novela na Record, e no
ano seguinte já estrelava uma nova novela na Excelsior , A Menina do Veleiro Azul (1969)
e em 1970 virou de novo um fenômeno de sucesso na pele da Pituca da primeira
versão de Meu Pedacinho de Chão, do Benedito Ruy Barbosa, na Globo.
Outro grande destaque de A Pequena Órfã,
foi a atriz Riva Minitz que deu vida
a dona do orfanato e a malvada da trama. As vilanias cômicas da Elza , o talento e empatia da atriz junto ao
público transformaram a personagem que deveria ser odiada na mais adorada da
novela. A atriz contou em entrevistas que por muito tempo foi lembrada por essa
personagem. Na época da exibição da novela a Elza virou sinônimo de castigo
para muitos filhos que não obedeciam suas mães. Se os filhos não obedeciam ou
não iam bem na escola vinha logo a ameaça : “Olha que eu te levo pro orfanato
da Dona Elza!”.
A Tv
Globo reprisou a novela em 1971 depois da extinção da Tv Excelsior. Na nova abertura produzida para a trama Glória Pires ainda bem criança estreava
na tv como protagonista do vídeo.
A novela Sonho Meu (1993)
do Marcílio Moraes na Globo e Prova de Amor (2005), do Tiago Santiago
na Record, usaram em suas tramas uma
história baseada em A Pequena Órfã.
A Pequena Órfã foi um grande marco para a teledramaturgia infantil
brasileira mostrando já desde os seus primórdios a preocupação dos autores com
o futuro.
Ficha
Técnica:
Novela do Autor Teixeira Filho
Direção Geral: Dionísio Azevedo
Elenco:
PATRÍCIA AIRES – Toquinho (Maria Clara)
MARIZE NEY – Toquinho (Maria Clara)
DIONÍSIO AZEVEDO – Velho Gui
RIVA NIMITZ – Elza
YARA AMARAL
ANTÔNIO GHIGONETTO
EDUARDO ABBAS – Padilha
JOÃO JOSÉ POMPEO – Nicolau
RACHEL MARTINS – Amazília
RUTHINÉIA DE MORAES
NÁDIA LIPPI
ROBERTO MAYA – Jerônimo
NESTOR DE MONTEMAR
J. FRANÇA – Gasolina
LURDINHA FÉLIX – Madalena
ARNALDO WEISS
ANA MARIA BLOTA
MÁRCIO A. TOLEDO
TONY VIEIRA
MÍRIAM MAIO – Vânia
e
LUTERO LUIZ – Juiz
MARIZE NEY – Toquinho (Maria Clara)
DIONÍSIO AZEVEDO – Velho Gui
RIVA NIMITZ – Elza
YARA AMARAL
ANTÔNIO GHIGONETTO
EDUARDO ABBAS – Padilha
JOÃO JOSÉ POMPEO – Nicolau
RACHEL MARTINS – Amazília
RUTHINÉIA DE MORAES
NÁDIA LIPPI
ROBERTO MAYA – Jerônimo
NESTOR DE MONTEMAR
J. FRANÇA – Gasolina
LURDINHA FÉLIX – Madalena
ARNALDO WEISS
ANA MARIA BLOTA
MÁRCIO A. TOLEDO
TONY VIEIRA
MÍRIAM MAIO – Vânia
e
LUTERO LUIZ – Juiz
Exibição: 01 de Julho de 1968 à Maio de 1969
Fonte:
Texto : Evaldiano de Sousa
Pesquisa : www.wikipédia.com.br
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