Chegou aquela hora do ano de fazer o balanço das novelas. Em
2016, o gênero completou 65 anos, e escolheu exatamente esse ano para inovar ou chocar o público. Se o
intuito era apenas esse, conseguiu. O público voltou a se chocar com beijos de
pessoas do mesmo do sexo (homens e mulheres)
e a violência da vida real retratada no horário nobre, o que levou
algumas tramas a serem rejeitadas por essas características, caso de
A
Regra do Jogo, no início do ano; e em meados de Abril antes mesmo de estrear Liberdade,
Liberdade começou a sofrer uma campanha
negativa nas redes sociais por causa de
um já anunciado beijo e transa entre dois homens.
Mas
alguns horários resolveram beber de velhas fórmulas, os eternos romances “contos de fadas” como
mostrados em Totalmente Demais , apresentada no horário das sete e
considerada grande sucesso do ano.
O Humor inocente e pastelão também foi
relembrado com a volta de Walcyr Carrasco ao horário das seis, que transformou Êta Mundo Bom em outro sucesso do ano.
Enfim, foi mais um ano difícil para a
teledramaturgia que conseguiu sucesso pontuais, cercados por tramas que tiveram
que se rebolar para se manterem dignas.
Eu separei o post sobre o balanço das
novelas em duas partes. Nesse primeiro
vou falar das tramas que saíram do ar em 2016.
Além do Tempo (Globo
– 13 de Julho de 2015 à 16 de Janeiro de 2016)
Além do Tempo, trama da autora Elizabeth Jhin, terminou aos 16 dias do mês de janeiro, ou
seja sua reta final foi ao ar em 2016 e
continuou sendo considerada um “novelão”, título que ela já havia conseguido em
2015 com uma trama inovadora, que contou a história em duas fases, mas com o
diferencial dessas fases serem praticamente metade da trama cada uma. Foi um
risco, pois o público quando já estava acostumado com os personagens no século
19, a história teve uma passagem de tempo de mais de 150 anos e mostrou esses
mesmo personagens em novas vidas nos dias atuais. Seguindo
numa linha reta, a novela foi pouco a
pouco conquistando público com seu texto impecável, direção de cinema e
atuações irrepreensíveis. Alguns
veículos apontavam o sucesso de Além do Tempo devido
a aura do século 19 que pincelava os
romances e os entrechos e
que com a virada do século a trama atualizada sem esse pano de fundo do
século passado pudesse se esvair. Ledo
Engano!
O Elenco de Além do
Tempo tem praticamente 80% de participação nesse sucesso da trama,
veteranas que se renovaram com personagens e atuações dignas de um Oscar como Nívea Maria, Julia Lemmertz, Ana Beatriz Nogueira, Louise Cardoso
e Irene Ravache que se entregou de corpo e alma à
Vitória nos brindando com uns dos seus melhores momentos na Tv. Alinne Moraes e Paolla Olivera,
as protagonistas da história, brilharam de igual para igual no duelo
central da trama. Poucas vezes vimos duas estrelas se equivaleram tanto como
protagonistas de uma novela.
Cúmplices de Um Resgate (SBT - 03 de Agosto
de 2015 à 13 de Dezembro de 2016)
Cúmplices de Um Resgate, versão do SBT da novela mexicana Complices al Rescate,
produzida pela Rosy Ocampo para a Televisa em 2002 e apresentada pelo SBT no mesmo ano, escrita por Íris Abravanel, começou em 2015
mais com 357 capítulos exibidos passou praticamente o ano todo de 2016 no ar. A
trama foi mais uma da linha que o SBT
vem seguindo para agradar o público infantil das tv´s abertas, como faz desde o remake de Carrossel em 2012. A Receita continuou dando certo. A
novela foi um grande sucesso, conquistou um público cativo e elevou a status de
grande estrela da casa a atriz Larissa Manoela, a protagonista que deu
vida as gêmeas Manuela e Isabela.
A Regra do Jogo (Globo
- 31 de Agosto de 2015 à 12 de Março de 2016)
A Regra do Jogo, novela do autor João Emanuel Carneiro, deixou o ano de 2016 em 12 de março, e teve
a incumbência de trazer de volta para o horário das oito o público afugentado
por Babilônia (2015), isso além da trama ser a
seguinte do autor depois do sucesso de Avenida Brasil em 2012. Infelizmente não deu certo.
Não foi rejeitada como Babilônia, mas não conseguiu atrair um grande
público, que desta vez foi afastado devido a violenta trama apresentada. João
Emanuel Carneiro pesou na mão, e A Regra do Jogo talvez tivesse funcionado melhor se apresentada em
forma de seriado. Uma pena que em seu conjunto da obra a trama não
tenha funcionado, mesmo com uma direção cirúrgica da Amora Mautner e o bom texto e roteiro. Em resumo a
trama teve muitas ramificações, muitos núcleos paralelos que prejudicaram o
andamento dos capítulos que se dividiam em FACÇÃO/HUMOR/NÚCLEO MACACA/FACÇÃO.
Com tantas informações o autor acabaria esquecendo alguma coisa, e em A Regra do
Jogo o romance foi “sacrificado” e consequentemente a novela.
Prova disso foi o sucesso que a cena exibida no penúltimo capítulo com o Romero
finalmente declarando seu amor à Atena e lhe pedindo em casamento ter sido um
sucesso nas redes sociais.
Não posso deixar de falar do elenco de A
Regra do Jogo. Nomes como Tony Ramos, Cássia Kiss Magro, Alexandre Nero e Giovanna Antonelli (que
não foi a nova Carminha, mas foi um espetáculo) foram a alma da trama.
Totalmente Demais (Globo
- 09 de Novembro de 2015 à 30 de Maio de 2016)
Totalmente Demais foi
a trama de estreia da dupla Rosane
Svartman e Paulo Halm, e considerada a melhor do ano em todos os aspectos.
O Público se apaixonou pelo conto de fadas modernos que se transformou em viral nas redes sociais. Há
tempos um último capítulo de novela das sete era tão aguardado como foi o de Totalmente
Demais. O Público queria saber com que Elisa
(Marina Ruy Barbosa) ficaria no final : Artur (Fábio Assumpção) ou Jonas
(Felipe Simas)? O que deixou bem claro que o grande trunfo da trama foi esse
romance entre o príncipe, a ruivinha e o sapo. O Capítulo mudou até os padrões
globais, tendo esse último apresentado na segunda-feira e não sexta como é comumente nas
produções de teledramaturgia da emissora.
Se
Eliza e Jonatas foram coroados com o grande final em Paris, seus intérpretes
também não tem do que reclamar. Marina Ruy Barbosa e Felipe Simas foram impecáveis vivendo o casal
romântico. Sem nenhum recurso de trejeitos ou caricaturas, ambos
foram a alma da trama e a novela deu um novo status em suas carreiras.
Mesmo com o romance Jonatas/Elisa/Arthur
como eixo da novela, as tramas paralelas também foram cruciais para o
sucesso de Totalmente Demais. Neste
campo vale destacar a história de Germano (Humberto Martins) e Lili
(Viviane Pasmanter) ; o núcleo de Curicica encabeçado pela Rosangela (Malu
Galli) e Florisval (Ailton Graça); o drama da adoção vivido pela Carolina
(Juliana Paes); Estelinha e Maurice , numa participação mais do que
especial da Glória Menezes e Reginaldo Faria; o Max (Pablo Sanábio) andando de mãos dadas na rua com seu
novo pretendente no último capítulo, que para o horário valeu por um beijo gay,
e claro a Cassandra, da Juliana Paiva, que em muitos
momentos roubou as cenas cômicas da trama. O sucesso da personagem lhe rendeu
inclusive um seriado de 10 capítulos escritos especialmente para ser
apresentado no Globo Play.
Juliana
Paes viveu uma personagem difícil na trama. Inicialmente era uma vilã tão
pincelada que parecia aquelas bruxas da Disney,
o que só acentuava o conto de fadas da novela. No decorrer da trama o carisma e
talento da atriz foi dando o tom certo à Carolina que terminou perdoada e num
final feliz com Arthur.
A Explicação para o sucesso de Totalmente
Demais talvez seja ainda muito procurada no decorrer dos anos.
Será que foi sucesso por ser uma trama simples? Por ser um conto de fadas
moderno? Por ter focado no romance? Ou porque fez desse romance o ponto de
partida? Enfim muitas perguntas ainda ficarão no ar , mas o fato que Paulo Halm e Rosanne Svartmann conseguiram transformar a já
fadada história de amor recheada de melodrama em uma novela
impossível de perder e impossível de ser esquecida. Um literal
“novelão”!
Êta Mundo Bom (Globo
- 18 de Janeiro à 27 de Agosto de 2016)
Êta Mundo Bom deixou muitos órfãos quando se encerrou
em agosto deste ano. A trama que marcou a volta do autor Walcyr Carrasco no horário que lhe consagrou como grande novelista,
foi o grande sucesso de audiência do ano. Walcyr até anunciou nas entrevistas
de estreia que não iria apresentar nada de novo, era o mesmo “feijão com
arroz” que ela já havia apresentado em
outros trabalhos no horário como O Cravo e a Rosa (2000) e Chocolate com Pimenta (2003), mas foi exatamente esse “feijão
com arroz”, devorado pelo público como
um manjar dos deuses, que transformou Êta
Mundo Bom numa
êta novela boa.
No elenco destaque para Flávia Alessandra, na pele da vilã
Sandra, que inicialmente foi comparada com a Cristina de Alma Gêmea (2005),
mas a atriz logo mostrou que a Sandra
tinha vida própria e foi aclamada novamente
como vilã do autor; Elizabeth Savalla, que transformou a
principal crítica à sua personagem, o tom elevado, no maior charme da Boca de Fumo, digo a
Cunegundes! E Sérgio Guizé sem dúvidas será
eternamente o nosso Candinho. O Ator entrou no personagem de tal forma que com
certeza Mazaroppi , que imortalizou o personagem nos
cinemas, se sentiria orgulhoso.
Êta Mundo
Bom criou outro sentido para a palavra “Cegonho”. A personagem Mafalda,
interpretada magistralmente pela Camila
Queiroz, apelidou o órgão genital dos seus pretendentes, vividos pelo Anderson di Rizzi e Kléber Toledo, de Cegonho. E essa busca “pela ave” foi
um dos destaques da história. Uma pena que no final a Mafalda tenha ficado com
Zé dos Porcos (Anderson di Rizzi), minha torcida era para o Romeu. Mas o cara
teve sorte, ficou com a Mafalda na vida real.
Entre os percalços da trama, o fato da protagonista Filomena, vivida pela Debora Nascimento, não ter emplacado. A Personagem foi
enfraquecendo e perdendo espaço para coadjuvante Maria, vivida pela Bianca Bin, que acabou tomando às vezes
de protagonista, sendo o principal alvo da vilã Sandra, e responsável por
descobrir todos os segredos e vilanias da trama.
Apesar de não mostrar nada de novo, e
encher a trama com casamentos que não aconteceram, planos sempre falíveis dos vilões e muita torta na
cara, além das tramas que andavam em círculos, Êta
Mundo Bom nos remeteu aquelas clássicas novelas do horário da década de
80 em que nos tornávamos público cativo, sentadinhos à frente da tv naquele
horário certinho. Mesmo com a possibilidade de vermos a trama em várias outras
plataformas, como o próprio Globo.play da emissora, o gostinho de vê-la
na tela da tv tinha um sabor mais do que especial.
Velho Chico (Globo
– 14 de Março à 1º. Outubro de 2016)
Depois da rejeição as tramas fortes e
realistas apresentadas no horário anteriormente (Babilônia e A Regra do Jogo)
a Globo resolveu inovar e trouxe
para o horário nobre, quebrando até a fila de sucessão, uma trama rural que
marcou a volta do estilo e do autor Benedito Ruy Barbosa ao horário nobre global.
Assim Velho Chico estreou em março mostrando ao
telespectador um espetáculo em forma de novela que contaria sua história às margens do Rio São Francisco com fotografia, direção, texto e elenco em
total sintonia. As duas primeiras fases
de Velho
Chico nos fizeram acreditar que a Globo tinha acertado, que o horário nobre da emissora estava salvo.
Ledo engano! Infelizmente ao chegar em sua terceira fase, que fazendo justiça,
não perdeu em nada para as duas primeiras, a trama e seu ritmo lento começou a cansar aquele público que reclamou da agilidade dos
acontecimentos das tramas anteriores.
Um dos
pontos fortes da novela foi seu elenco que escolhidos a dedo, deram a
veracidade em interpretações viscerais ao texto do Benedito. A primeira fase foi marcada pelo trabalho impecável do Rodrigo Santoro(Afrânio), Rodrigo Lombardi (Capitão Ernesto Rosa), Carol Castro (Iolanda), Cyria Coentro (Piedade), Fabíola Nascimento (Eulália) e Chico Diaz (Belmiro dos Anjos). Impossível
esquecer as intepretações da Selma Egrei como a Dona Encarnação,
Lucy Alves (Luzia), a
grande revelação da trama; Irandhir
Santos (Bento) , Dira Paes (Beatriz); Zezita Gomes (Piedade) , Marcelo Serrado (
Carlos Eduardo), alçado a grande vilão no final da trama e Christiane Torloni, que foi
fiel à Iolanda por toda a trama e nos brindou com uma crível interpretação e um
show “literalmente” , quando precisou dar vida ao lado musical da personagem.
No elenco de jovens e estreantes Lucas Veloso foi a grande revelação dosando humor e
irreverencia com seu personagem homônimo. Mas não posso deixar de citar Giullia Buscácio (Olívia); Gabriel Leone, Renato Góes e Júlio Dallavia, O
Santo e a Tereza da primeira e segunda fases; e os estreantes em novelas Marienne de Castro (Dalva) e Lee Taylor, que foi impecável
como o Martin, uma pena que o ator foi tão mal aproveitado.
O Trio de protagonistas também defendeu
com maestria seus personagens, embora com perfis difíceis devido à
grande carga dramática que eles traziam das fases anteriores. Antônio Fagundes (Afrânio) e Camila Pitanga (Tereza) , apesar de terem sido
bombardeado de críticas, principalmente o Fagundes devido a discrepância entre
o Afrânio da terceira fase e das anteriores vivido pelo Rodrigo Santoro e o figurino exagerado com direito a
peruca, conseguiram chegar ao tom dos seus personagens na reta final da
novela.
Uma pena que na reta final a arte saltou a ficção e a emblemática
história de vida e morte às margens do Rio São Francisco tenha nos
levado Domingos Montagner, imortalizado para sempre nas águas
do Velho Chico.
A perda do protagonista da trama em um acidente nas locações das
gravações da novela comoveu o Brasil que ficou sem entender se era verdade ou
gravação de novela. Perdemos o grande talento do ator Domingos
Montagner, mas a novela não perdeu seu Santo. Na trama, o
personagem continuou vivo com os atores contracenando diretamente para a câmera
como se o olho de Santo e do Montagner fosse a lente.
Velho Chico foi uma
trama tão requintada que tinha que ser vista por uma ótica
mais teatral e menos novelística, talvez assim fosse marcada pelo
sucesso.
Liberdade, Liberdade (Globo
– 11 de Abril à 04 de Agosto de 2016)
Liberdade, Liberdade, trama do autor Mário Teixeira, causou polêmicas e burburinhos antes mesmo da sua
estreia. Primeiro pela troca de autores, quando foi anunciada a saída de Márcia Prates, e depois quando
descoberto que a trama iria apresentar a primeira transa entre dois homens da
história da teledramaturgia.
Porém nem isso tirou o brilho da
trama e do texto do Mário Teixeira que soou tão
contemporâneo que se fechássemos os olhos poderíamos jurar que a trama não era
de uma época tão distantes assim, com mensagens de fé, luta e
busca por seu direitos e respeito pelas desigualdades. Poderia ser mais atual?
Até
mesmo a cena que causou tanta polêmica e
rejeição antes mesmo de ir ao ar foi um surpresa para o público, e a
teledramaturgia brindada com uma
das cenas mais emblemáticas da trama mostrando todo o tesão, e porque não
o amor, que nasceu entre os personagens de Caio Blat e
Ricardo Pereira.
Tudo mostrado com muita sutileza e respeito ao assunto.
No elenco destaques para nomes que
fizeram um trabalho impecável a frente de seus personagens como o caso de Andrea Horta, na pele da Joaquina, a
filha do Tiradentes; Mateus Solano,
o vilão Rubião; Maitê Proença, que na pele da Dionísia, viveu várias nuances até
chegar o final em dupla perfeita com o bandoleiro Mão de Luva, numa
interpretação impecável do Marco Ricca. O personagem inclusive ganhou um spin-off com o término da
trama exibido pela Globo Play. E não posso deixar de fazer menções honrosas
para: Lília Cabral (A
Virginia), Bruno Ferrari (Xavier) que marcou a volta do ator a Globo, Dalton Vigh (Raposo Viegas), Zezé Polessa (Ascensão)
, Nathália Dill (Branca), Caio Blat (André), Ricardo Pereira (Tolentino), Sheron Menezes(Bertoleza), Juliana Carneiro da Cunha (Alexandra) e Joana Solnado (Anita).
A autor resolveu levar a história central de Liberdade,
Liberdade em
banho-maria no início, a trama sobre a
verdadeira identidade Rosa, que na verdade era Joaquina, e para isso criou
várias tramas paralelas. Essas
tramas criadas para segurar a história
da filha de Tiradentes para a reta final tiveram seu charme e
acrescentaram muito à novela. Foi o caso do romance do André (Caio Blat) e
Tolentino (Ricardo Pereira), as loucuras de Branca Farto (Nathália Dill), a
dupla Duque de Ega (Gabriel Braga Nunes) e Alexandra (Juliana Carneiro da
Cunha) que pretendiam dar um golpe na coroa e a participação luxuosa da
Princesa Carlota Joaquina, tudo providencial e que se tornaram essencial para o
desenrolar dos acontecimentos. A história principal da Joaquina pode até
ter sido prejudicada pela demora em se tornar realmente principal, mas em
nenhum momento essas tramas paralelas foram apenas meras “barrigas” para o desfecho
final. Elas foram escritas de forma tão natural e acopladas ao texto, que
acabaram ganhando vida própria e merecido destaque.
Haja Coração (Globo
– 31 de Maio a 08 de Novembro de 2016)
Daniel
Ortiz voltou ao horário das sete
depois do sucesso de Alto Astral em
2014, e escolheu reescrever o remake de um dos grande sucesso do Silvio de Abreu, Sassaricando apresentado na Globo em 1987. Haja Coração não foi um remake
propriamente dito, o autor usou a trama original do Silvio como inspiração,
mudou a ordem de importância das tramas transformando a Tancinha e Fedora,
personagens da Mariana Ximenes e Tatá
Werneck , em protagonistas da novela e apresentou sua novela. Ambas as personagens que eram coadjuvantes em Sassaricando, na época vividas pela Cláudia Raia e Cristina Pereira, se transformaram em grande
destaque da novela, chegando até suplantar a trama principal.
Haja Coração teve
altos e baixos até se firmar como sucesso, muito disso devido aos órfãos de Totalmente
Demais, a trama anterior no horário que foi
um fenômeno, mas o autor continua sua linha de raciocínio pincelando a trama
com doses de humor, popularidade e romance.
A escalação da Mariana
Ximenes para viver a Tancinha, o que me fez ter um certo receio sobre como
a atriz daria vida a uma personagem que até hoje estava imortalizada na
interpretação exageradamente magistral da Cláudia
Raia, foi o grande acerto de Haja Coração. Mônica
Iozzi e Paolla Oliveira fora as
primeiras atrizes pensadas para viver a personagem.
Uma pena que a outra protagonista,
vivida pela Tatá Werneck tenha
perdido o fôlego no decorrer da trama. A Fedora parecia ter caído como uma luva
para a atriz, mas a temática das redes sociais na qual a personagem era ligada
24 horas por dia acabou cansando logo, e quando isso foi percebido e a Fedora
abandonou as Fedoretes já era tarde demais. Inicialmente
na dobradinha com a Grace
Gianoukas, a personagem até rendia, mas a suposta morte da Teodora, levou
junto a alma da personagem, e para o telespectador sobrou o de sempre,
a Tatá fazendo graça. Nem mesmo a participação
especialíssima da Cristina
Pereira, que viveu a Fedora de Sassaricando, como
a Tia Safira, salvou o núcleo dos
Abdalla que foi definhando e ganhou força apenas nas últimas semanas com o
retorno da Teodora.
O Romance foi o grande trunfo de Haja
Coração com
o público comprando outro conto de fadas
no horário com a história de amor entre Shirley (Sabrina Petraglia) e Felipe
(Marco Pitompo), e o triângulo amoroso levado até o último capítulo com a
Tancinha divididinha entre o Beto (João
Baldassarini) e Apolo (Malvino Salvador).
Haja
Coração nos brindou com grandes personagens e intérpretes que parece que foram feitos
sob medida. O que dizer da Bruna má da Fernanda
Vasconcellos, sem dúvidas seu melhor momento na tv desde a Nanda de Páginas de
Vida (2006); A Teodora da Grace
Gianoukas que foi a grande
estrela do núcleo cômico, assim como a Ellen
Rocche na pele da Leonora
Lammar, que mesmo com a personagem anteriormente vivida pela Irene Ravache, e tendo
como companheira de cenas ninguém menos que Malu Mader e Carolina Ferraz, conseguiu se sobressair e mostrar um ótimo e
inesquecível trabalho.
Outra que também brilhou na trama foi a Ágatha Moreira, que
praticamente viveu três personagens: A Camila má, de antes do acidente; A
Camila boazinha, pós acidente e a última Camila , o meio termo entre as duas.
Com o perfil bem diferente da original de Sassaricando, ela
foi bem mais interessante dramaturgicamente falando, e consagra a atriz em mais
um trabalho.
Haja Coração cumpriu sua função, foi uma novela sob medida que consagrou mais uma vez Daniel Ortiz.
Malhação – Seu Lugar no Mundo (Globo – 17 de Agosto à 02 de Agosto de
2016)
O Vigésimo ano da Malhação teve com subtítulo “Seu Lugar no Mundo” e ficou no ar quase 1 ano. Começou em agosto
de 2015 e terminou em agosto de 2016. A Autoria continuou a cargo de Emanuel Jacobina que voltou a escrever
a trama desde 2011. O Autor foi o primeiro a escrever a novela em sua temporada
inicial em 1995.
Essa temporada foi marcada por um
relevante sucesso e seus protagonistas Nicolas
Prates e Marina Moschen ganharam tanta empatia junto ao público que foram
escalados para personagens importantes em próximas produções da Globo tão logo terminaram sua
participação na trama teen.
Lucas
Lucco e Nego do Borel também
fizeram um trabalho bonito na temporada e ganharam muito destaque. A Globo inclusive queria que além do
Nego, que continua na temporada atual, Lucas
Lucco também continuasse. Mas o desejo de se dedicar ainda mais a carreira
de cantor fez com que o cantor desistisse de seguir com o hilário Uódson, seu
personagem na trama.
A reta final desta temporada foi marcada
por uma tragédia. O Personagem Filipe,
vivido pelo ator Francisco Vitti foi
morto, o que transformou a relação com Nanda (Amanda de Godói), sua namorada na
novela, que já havia tomado o público
com a química entre eles, em uma das mais importantes a partir de então. O
Sofrimento da personagem que perdeu o namorado, rendeu à Mariana de Godói a passagem para a próxima temporada e seu desempenho
ganhou muitos elogios o que a levou
inclusive ser um das indicadas para
melhores do ano no Troféu do Domingão do Faustão.
Fonte:
Texto
: Evaldiano de Sousa
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