Advogado,
poeta, compositor, radialista e um dos grandes atores do brasileiro, esse é Mário Lago!
Mário Lago começou nas artes através da
poesia, quando teve sua primeira
publicada ainda aos 15 anos. Formou-se
em Ciências Jurídicas e Sociais pela Universidade do Rio de Janeiro em 1930,
hoje a Faculdade Nacional de Direito do
Rio de Janeiro. Foi na faculdade que
Mário Lago iniciou na militância política então fortemente influenciado pelo Partido Comunista Brasileiro (PCB).
Essa militância fizeram com que o ator fosse preso em 7 ocasiões: 1931, 1941,
1949, 1952, 1964 e 1969.
Exerceu
a profissão de advogado por alguns meses apenas, pois logo se envolveu no
teatro de revista, atuando, escrevendo e dirigindo.
Famoso
por suas composições musicais que viraram hinos atemporais, sendo a primeira “Menina , eu sei de Uma Coisa” em
parceria com Custódia Mesquita. Mas
foi em 1935, quando Orlando Silva
gravou “Nada Além”, composição
também da dupla, que Mário Lago ganhou notoriedade.
Outras
músicas do ator/compositor que quebraram a barreira do tempo e são sucesso até
hoje : “Ai que saudades da Amélia", "Atire a primeira
pedra", ambas em parceria com Ataulfo
Alves; "É tão gostoso, seu moço", com Chocolate, "Número um", com Benedito
Lacerda, o samba "Fracasso" e a marcha carnavalesca "Aurora",
em parceria com Roberto
Roberti, que ficou consagrada na
interpretação de Carmen Miranda.
Antes de estrear na Tv, Mário Lago foi rádio/ator,
quando participou atuando e escrevendo algumas novelas para a Rádio Nacional. Mas a televisão e a
teledramaturgia era o seu destino e foi nela que Mário se consagrou escrevendo seu nome para sempre no
hall dos grandes profissionais das artes brasileira.
Estreou em novelas no ano de 1966, na trama de O Sheik de Agadir. Já são
mais de mais 50 trabalhos entre novelas, minisséries e especiais para a Tv, e é
através desses personagens que o post vai homenagear esse grande nome
brasileiro que virou até nome de Troféu no Programa Domingão do Faustão, e que infelizmente nos deixou precocemente em
2002, aos 90 anos, mais ainda lúcido de ideias e muito talento.
Bruno
de Verão Vermelho (1970)
Depois
de alguns personagens de pouco destaques em novelas por toda a década de 60, no
início dos anos 70, Mário Lago ganha das mãos de Dias
Gomes o seu primeiro personagem com
maior apelo popular. O Bruno de Verão Vermelho, era um homem bom, sapateiro simplório que vê a tristeza da sua
única filha, vivida pela atriz Dina Sfat,
em um casamento sem amor e prestes a
desmoronar.
Oliveira
Ramos de Assim na Terra como no Céu (1971)
Em Assim na Terra como
no Céu, outra trama do autor Dias
Gomes, Mário Lago deu vida ao banqueiro Oliveira Ramos, um homem
sofisticado e novamente pai de uma personagem vivida pela Dina Sfat. Na trama , Oliveira Ramos tinha uma esposa, a
mãe de sua filha Helô (Dina Sfat) que vivia em uma casa de repouso, mas estava
prestes a se casar como Suzy, uma jovem exuberante, vivida por ninguém menos
que Maria Cláudia.
César
Leão de Minha Doce Namorada (1971)
Os
vilões sempre caíram muito bem ao Mário
Lago .Em 1971, na trama de Minha Doce Namorada, do Vicente Sesso, o ator deu vida ao interesseiro César Leão, tio de
Renato (Claudio Marzo), o protagonista da trama. Com interesse em herdar a
fortuna de Pepe (Sadi Cabral), arma para separar o sobrinho de seu grande amor,
Patrícia vivida pela Regina Duarte.
Sebastião
de Selva de Pedra (1972)
No ano
seguinte, Mário foi o simples e austero Sebastião, pai do personagem Cristiano,
vivido pelo Francisco Cuoco, na trama de Selva de Pedra, da Janete Clair. Sebastião inicia a trama como um beato depois de abrir mão de sua herança de
família para seguir esse dogma.
Atílio
de Sousa de O Casarão (1976)
Mário Lago interpretou na terceira fase
de O Casarão, novela do autor Lauro César Muniz, o personagem que mais representava a decadência
do casarão nesta fase da trama. Atílio
havia sido um homem muito poderoso e que tomou Carolina (Sandra Barsotti) de
João Maciel (Gracindo Jr). Na fase em que Mário
Lago assume o personagem, antes vivido pelo Denis Carvalho, Atílio é um homem esquecido pela cidade e pelos que
o cercam. Vive em um mundo próprio cercado por lixos e lembranças do passado. Mário Lago deu uma interpretação tão
simples e ao mesmo tempo visceral ao personagem que mesmo tendo sido o homem
que separou o principal casal romântico da trama, fez com o público sentisse
pena da sua situação de desgraça e esquecimento. Foi Mas um trabalho
emocionante que só um mago do nível do Mário
Lago para nos proporcionar.
Alberico
Santos de Dancin´Days (1978)
Em 1978, Mário
Lago foi um dos astros de Dancin´Days,
o fenômeno em forma de novela, do autor Gilberto Braga. O Alberico dos Santos era um espetáculo em forma de
personagem e o Mário Lago foi impecável dando vida ao delírios do chefe de
família que vivia em um mundo particular esbanjando requinte e sofisticação mesmo
contando dinheiro para fechar o mês. Estou assistindo pela internet capítulo a
capítulo de Dancin´Days e fico boquiaberto com a magia que o personagem tem
em cena. Mais um grande momento do ator.
Agenor
Rocha de Louco Amor (1983)
Na trama
de Louco Amor,
do Gilberto Braga, Mário Lago viveu
um ex-chefe de cozinha de um dos melhores restaurantes do Rio de Janeiro e que
foi muito aplaudido na época em que trabalhava. No decorrer da trama parece
muito ligado a Renata, a vilã vivida pela Tereza
Rachel, porém no final da trama depois de revelado todo o passado sujo de
Renata, também é revelado que Agenor na verdade é seu pai verdadeiro.
Antero
Sousa e Silva de Cambalacho (1986)
Ele
participou de poucos capítulos da trama de Cambalacho, do autor Silvio de Abreu, mas foi lembrado e mencionado a trama inteira. Na
novela deu vida ao Antero Sousa e Silva, um milionário excêntrico que fazia
questão de ter tudo sob seu controle. Assim perdeu o respeito do filho Tiago (Edson Celulari), por não aceitar a decisão do rapaz em virar bailarino, e acaba
caindo nas garras da vilã Andrea (Nathalia do Vale). Antero ainda tinha uma
filha que não via há 50 anos e começa despertar o interesse em encontrá-la, o
que acaba despertando em Andrea a ideia de se livrar do velho antes que tenha que dividir sua herança com essa filha. Logo nos primeiros capítulos da novela o
personagem é morto na explosão de uma prancha.
Antônio
Villar de Roda de Fogo (1986)
Depois
de sair da trama de Cambalacho, no mesmo ano Mário Lago volta às novelas na pele do grande empresário Antônio
Villar, pai de Renato Villar, o protagonista de Roda de Fogo, vivido pelo ator Tarcisio Meira. Na trama do Lauro César
Muniz, Antônio saia do
nada e construiu toda a base do sucesso empresarial do filho.
Dr.
Molina de Barriga de Aluguel (1990) e O Clone (2001)
O Dr.
Molina de Barriga de Aluguel, da autora Glória Perez, foi um dos últimos
grandes e bons personagens do Mário Lago na Tv. Um cientista a frente do seu
tempo, coube a ele discutir e bater de frente
com os colegas sobre a barriga de aluguel , procedimento que começava a
ser amplamente divulgado no pais no início da década de 90. Molina tinha reticencias contra os
procedimentos e tinha que rebater isso como Dr. Baroni (Adryano Reis) e
Dra. Miss Brow (Beatriz Segall) que
defendiam a técnica. Além do tema científico, Molina ainda passava pelo dilema
de reencontrar seu grande amor do passado por causa da técnica das barrigas de aluguel, a
conceiturada dourora Miss Brow, especialista no assunto. Os telespectadores
foram brindados com grandes momentos desses dois grandes astros contracenando e
duelando em cena. O sucesso dos personagens foi
tão grande que 11 anos depois eles voltaram em uma nova trama da autora.
Desta vez em O Clone (2001), Molina e Miss Braw “duelavam” por causa da
clonagem humana.
Fonte:
Texto : Evaldiano de Sousa
Pesquisa : www.wikipédia.com.br
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