O Autor que será homenageado no post de
hoje eu infelizmente só consegui assistir seu último trabalho, a novela Bambolê, mas foi o suficiente para perceber o seu
perfil ferino e contestador tendo sempre um olhar especialmente crítico tendo
como principal alvo a sociedade brasileira.
Estou falando do Daniel Más, o espanhol naturalizado brasileiro, que veio a falecer
no finalzinho da década de 80 devidos a complicações causadas pelo vírus da
AIDS.
Daniel nasceu em Valença, na Espanha com
o sobrenome de Gonzalez, mas assumiu o Más logo que se estabilizou no Brasil
como jornalista. Trabalhou durante quase
toda sua carreira em jornais cariocas, como O Globo e Última Hora
como colunista social, tendo também assinado matérias importantes nas revistas Vogue e Status.
Na Tv, o autor começou a roteirizar a
partir da década de 60, e exatamente em dezembro de 1965 estrou sua primeira
novela da Globo, Um Rosto de Mulher. Baseada em um original cubano,
a novela tinha NatháliaTimberg como estrela e marcou a
vinda da atriz para a Globo. O
relevante sucesso da trama fez com que Daniel fosse contratado no ano seguinte
pela Rede Tupi, e na emissora
escreveu Os Irmãos
Corsos (1966), com Hélio
Souto e Norma Blum vivendo os
protagonistas.
Durante o final da década de 60 e por
toda a de 70, Daniel Más deu um
hiato na tv e só voltou em 1982
dividindo a autoria da minissérie Avenida Paulista, com Leilah Assumção. A Minissérie teve o mérito de trabalhar uma nova
linguagem mais próxima do estilo americano. Falava-se pouco e ação comandava a
história. Foi um marco para a teledramaturgia nacional.
No ano seguinte a dupla voltou às
minisséries com Moinhos
de Vento (1983), que foi roteirizado
por Walther Avancini.
Entre 1985 e 1988, Daniel Más integrou o seleto
grupo de criadores do seriado Armação Ilimitada, que tinha entre outros nomes Euclydes Marinho e Antônio Calmon.
Entre um episódio e outro de Armação Ilimitada,
Daniel colaborou com Lauro César Muniz
na trama de Transase Caretas (1984), voltando a ser
titular de uma novela na Globo em
1985, com a trama de Um Sonho a Mais.
A novela foi considerada polêmica e podada pelo censura que não viu com bons
olhos os atores homens travestidos de
mulher em cena. Problemas sanadas o destaque da trama ficou por conta de Ney Latorraca, que além do protagonista Volpone, viveu mais quatro
personagens na novela. Um Sonho a Mais ficou marcada também por ser a novela a apresentar o primeiro beijo entre
dois homens da tv brasileira. Na verdade foi uma bitoquinha dada pelo personagem
do Carlos Kroeber no do Antônio Pedro, que travestido de mulher
, dizia ser Clarabela Freire.
Em 1987, Daniel Más apresenta aquela que seria sua última novela, e
certamente a que mais identifica o seu
estilo. Bambolê foi um marco no horário das seis. Inspirada no
romance Chamas
e Cinzas, da Carolina Nabuco,
a novela apresentou em pleno final da
década de 80 todo o glamour do Rio de Janeiro do final dos anos 50.
Uma pena que não tenha tido tempo de mostrar mais
trabalhos. O Autor tinha um perfil que encaixa perfeitamente com o estilo das tramas atuais, que além de entreter
se preocupam em alfinetar a sociedade e a política nacional.
Fonte:
Texto: Evaldiano de
Sousa
Pesquisa: www.wikipédia.com.br
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