Apocalipse, a atual trama bíblica da RecordTv, de autoria da Vivian de Oliveira, chegou ao centésimo
capítulo nesta terça-feira (10.04) e não teve arrebatamento que desse jeito, a
trama não terá o perdão do público e nem a compaixão da crítica. A
trama desinteressante, o texto didático, o ataque explícito à igreja católica,
e inserção da alta cúpula da emissora no roteiro e história, foram os principais ingredientes que transformaram Apocalipse em um espécie de Metamorphoses dos anos 2010. Metamorphoses foi uma
novela com uma proposta inovadora apresentada pela casa em
2004, trazia como principal história o transplante de rostos, mas a ideia logo
se esvaio e a trama amargou uma péssima audiência e foi massacrado da crítica.
Chega
ser estranho que a história de salvação
de uma nação através da fé e a volta de Jesus à terra não cause o mínimo interesse do público, mas acho
que a transferência dos acontecimentos bíblicos
para os dias atuais foi o grande erro da autora. A aura de época dá uma
conotação mais crível às tramas bíblicas,
o que ainda esconde qualquer deslize de interpretação dos atores e até disfarça o didatismo do texto. Isso sem
falar que os acontecimentos bíblicos como catástrofes e caos mostrados em uma trama contemporânea
assusta o público, que muitas vezes ver nas tramas da RecordTv um escapismo
para a dura realidade que vivemos, e issa função, infelizmente, Apocalipse não tem.
Nesta semana, o grande acontecimento da trama foi a
revelação de que Zoe, a personagem da Juliana
Knust, está viva, e agora com a aceitação de Deus, ao lado de Benjamin
(Igor Ricklli), são declaradamente os principais
opositores de Ricardo Montana (Sérgio Marone), a besta-fera.
Porém nem tudo corre contra a Apocalipse.
A aproximação da trama com temas atuais pode ser contado como ponto positivo. A
Ameaça de uma terceira Guerra Mundial, desta vez nuclear, opondo uma coalização
de nações liberadas pelos Estados Unidos e a Rússia e seu aliados árabes. Na novela
, o cenário é a Líbia, no norte da
África, na vida real Trump de fato deu o ponta pé inicial no
que pode vir a ser essa terceira guerra, contra a Síria, que com certeza será
revidada por Putin.
A
Inevitável invasão de Israel na ficção,
lembra em muito a já propagada possibilidade dessa invasão tanto pelo Irã
quanto pela Turquia na vida Real. Outro aspecto que chama atenção na trama é a “Nova Babilônia” , considerada a cidade do
futuro. Edificada no meio do deserto, ela seria um indicativo de uma nova era.
Atendendo pelo nome de “Neom”, um cidade futurista já está começando a ser
edificada na vida real, na Arábia Saudita.
Se Apocalipse não é o
folhetim que esperamos, que pelo menos
sirva para reflexões e mudanças de comportamentos.
Fonte:
Texto: Evaldiano de
Sousa
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