A Globo apresentou em sessão especial nesta segunda-feira (15.10) depois de Segundo Sol , o primeiro episódio da tão falada minissérie Assédio,
baseada no livro A Clínica – A Farsa e os Crimes de Roger Abdelmassih, de Vicente Vilardaga, que fala das
mulheres que se uniram para denunciar os assédios e estupros envolvendo o
médico paulista.
A obra é escrita por Maria Camargo e dirigida por Amora
Mautner, é a primeira original da Globo
a entrar no seu catálogo de streaming,
plataforma tal qual a Netflix
, que a emissora tenta emplacar como empresa do grupo.
A
entrada foi triunfal, a minissérie Assédio, já totalmente disponível com seus 10 episódios no GloboPlay mostra um amadurecimento da teledramaturgia global que
pela primeira vez apresenta uma história polêmica, com o principal protagonista
ainda vivo sem se preocupar com as ramificações que isso possa causar.
O verbo “causar”
é digamos o melhor empregado sobre a produção. Impossível ficar inerte ao
assistir as cenas tão grotescas e revoltantes que a minissérie retrata com
tamanha realidade. A direção não poupou em nenhum momento o telespectador, e
talvez por isso não tenha prejudicado o andamento da história, que pede essa realidade e a falta de pinceladas de imaginação. É tudo bem
explícito.
O
elenco recheado de estrelas globais é sem dúvidas o principal trunfo de Assédio.
Atrizes totalmente entregues às suas personagens são o
diferencial do produto. Nesse primeiro episódio destaque para a sempre perfeita
Adriana Esteves. Ela dar vida a
Stela, que intitula o episódio, e numa
interpretação ímpar mostra mais uma vez a grande estrela que é.
Impossível não se emocionar ou sentir a dor da sua personagem ao ver seu grande
sonho de ser mãe ser transformado em uma tragédia sem precedentes.
No
elenco feminino vale destacar ainda as atuações de Paolla Oliveira (Carolina), Jéssica
Ellen (Daiane) e Elisa Volpatto, que vive a repórter Mira, responsável pela
união das mulheres na denúncia ao médico, uma cara pouco conhecida da TV
aberta. Antes Elisa só havia feito participação no seriado Doce de Mãe (2012
e 2014).
Mariana Lima, que na trama interpreta a
Senhora Glória Sadala, esposa de Roger, vive uma drama à parte dentro da
minissérie. Além de ter que engolir calada todas as traições e crimes sexuais
do marido, acompanha isso tendo que curar-se de um câncer. A Caracterização e interpretação
da atriz nas várias fases da doença é impressionante, e isso tudo além de
protagonizar uma nudez frontal inesquecível e contextual.
Mas o dono
da minissérie é incontestavelmente Antônio Calloni. Que trabalho impecável do ator à frente do Roger
Sadala, o Doutor Vida. Uma interpretação
visceral e sob medida de um personagem complexo, controverso e com um viés
difícil, que poderia facilmente cair numa caricatura. Mas o Calloni fez com uma
propriedade que merece aplausos de pé.
Ainda
não entendi se a Globo vai
apresentar todos os 10 episódios na tv aberta ou se esse episódio será apenas
para chamar atenção para o GloboPlay
onde a minissérie está completa e com certeza sem os cortes, que a Tv Aberta
pede à produção.
Assédio é uma minissérie forte, incômoda e sombria, porém muito importante como cunho social e um
passo importante para a teledramaturgia nacional.
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Meus Personagens Favoritos da Mariana Lima |
Meus Personagens Favoritos da Adriana Esteves |
Fonte:
Texto: Evaldiano de Sousa
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