Vamos
comemorar o mês das crianças relembrando novelas infantis que marcaram a
infância de muita gente.
Desde
os seus primórdios, a teledramaturgia vez ou outra focava no público infantil,
tal qual ocorre com o SBT atualmente, que prima pelas tramas voltadas exatamente para essa camada de
telespectadores. No passado outras emissoras também tinham essa preocupação.
E foi
assim que no decorrer desses mais de 65 anos de teledramaturgia que as crianças foram homenageadas, lembradas
e reverenciadas por novelas inesquecíveis.
A Pequena Órfã (1968)
A Pequena Órfã foi a primeira novela diária infantil de maior
repercussão. Escrita por Teixeira Filho, a trama foi exibida entre os anos de 1968 e 1969 e teve como protagonista Patrícia Ayres. O sucesso foi tanto, que a partir de então as
emissoras começaram a ver como um bom
negócio investir em teledramaturgia infantil.
Patrícia Ayres, é filha do ator Percy Ayres, e na época
tinha apenas 5 anos. Devido à grande demanda de trabalho a qual foi submetida,
Patricia desenvolveu anemia e perdeu peso, com isso seus pais decidiram tirá-la
da trama antes do término. Marize Ney foi chamada às pressas para substituir a
protagonista.
No
rastro do sucesso da menina Toquinho vieram outras tramas como : Ricardinho, Sou
Criança, Quero Viver, na Bandeirantes
(em 1968); Sozinho
no Mundo, O Doce Mundo de Guida e Meu Pé de Laranja Lima na Tupi
(1968 e 1971), e Tilim e Pingo de Gente na RecordTv
entre 1970 e 1971.
A Patota (1972)
Com o
fechamento da Tv Excelsior, a Globo reprisou A Pequena Órfã em 1971, e também
passou a investir em tramas para o público infantil. Na sequência lançou sua primeira produção do
gênero no horário das seis, Meu Pedacinho de Chão, do Benedito Ruy Barbosa; Bicho do Mato (1972),
do Chico de Assis e Renato Corrêa e Castro,
mas foi com A
Patota que a emissora começou
chamar atenção no gênero. A Patota é de autoria da teatróloga de clássicos
infanto-juvenis, Maria Clara Machado, em sua primeira incursão no ramo da
teledramaturgia. Depois da trama, ela adaptaria
para a Tv sua peça infanto-juvenil
- Pluft, o Fantasminha. O grande
destaque da novela sem dúvidas foi o grupo de crianças condutores
da trama , a Patota do título. O Grupo era formado pelos então atores-mirins : Fábio Mássimo, Rosana Garcia, Júlio César, José Antônio Prata
(Pratinha), Córis Júnior, Francis
Waimberg e Jorge Alexandre.
A Gata Comeu (1985)
Sucesso
na década de 80, A Gata Comeu nem
era uma trama feita diretamente para o público infantil, era um remake da
novela A Barba Azul, sucesso da Ivani Ribeiro, apresentada na Tv Tupi
entre 1974 e 1975. O público infantil se apaixonou pelo elenco de crianças da
trama , o Clube dos Curumins, formado entre
outros por Danton Mello (com
10 anos), Juliana Martins (Com 11
anos) e OBerdan Junior (com 14), que seguiram carreira na
Tv.
Era o
primeiro trabalho de Danton Mello e
Juliana Martins, que 10 anos depois protagonizariam a primeira temporada de
Malhação em 1995.
Sonho Meu (1993)
Em
1993, Marcílio Moraes pegou a espinha dorsal da novela A Pequena Órfã (Tv
Excelsior, 1968) e escreveu a trama
de Sonho Meu.
Mesmo com trama paralelas pesadas, Sonho Meu deu grande projeção a pequena Laleska, a órfã da
trama, vivida pela atriz Carolina Pavanelli, que encantou o
público adulto e infantil.
Chiquititas (1997)
Em
1997, a versão brasileira de Chiquititas se
transformou em um fenômeno no SBT, ficando no ar entre 1997 e 2001. A novela foi idealizada a partir da versão original da
argentina Cris Morena, esposa do
dono da rede de televisão Telefé.
Quando iniciou aqui no Brasil, em 1997, a da Argentina já estava em sua terceira
temporada. Mesmo sendo gravada por atores brasileiros, Chiquititas foi
totalmente gravada em Buenos Aires, ou seja todo o elenco, principalmente as
crianças se mudaram para Argentina.
Flávio Monteiro imortalizou a
professora Carolina nas 5 temporadas da trama
e muitos atores que viriam a fazer sucesso no mundo artístico se
destacaram como as crianças da trama: Fernanda
Souza, Carla Diaz, Sthefanny Brito e Gisele Frade.
Alguns nomes fortes da teledramaturgia atual também
foram “descobertos” em Chiquititas, o caso do Bruno Gagliasso e Débora Falabella.
Além
dos dramas e histórias das crianças, os clipes que intercalavam as histórias
eram o grande diferencial da produção. “Coração com Buraquinhos”, “Até 10” ,
“Liberdade”, “Estrela”, “No Começo” entre outros, foram os que mais tocaram
o grande público infantil.
Meu Pé de Laranja Lima (1998)
A Bandeirantes investiu em um projeto de teledramaturgia
infantil com a terceira adaptação para a Tv de Meu Pé de Laranja Lima, escrita pela
Ana Maria Moretzsonh, baseada no
romance homônimo de José Mauro de
Vasconcellos.
A
própria emissora já havia adaptado o romance em 1980, escrita pela Ivani Ribeiro, que já havia apresentado
a mesma trama em 1971 na Rede Tupi.
O
garoto protagonista da trama – Caio
Romei - ruivo, olhos verdes,
sardento, então com 10 anos, assim como aconteceu nas versões anteriores, foi o
grande destaque da produção, e apareceu em outras novelas no decorrer dos anos
até 2007, quando fez até então seu último trabalho, na novela Maria Esperança no Sbt.
Floribella (2005)
Em
2005, a Bandeirantes voltava a
investir em teledramaturgia e pegou carona na febre do sucesso que Floricienta fazia na Argentina adaptando-a para a realidade brasileira. Nasceu assim a
novela musical Floribella,
escrita por Patrícia Moretzsonh e Jaqueline Vargas, protagonizada por Juliana Silveira.
A
trama não era uma literal novela infantil, tinha uma pegada mais jovem, mas a
criançada adorava. Floricienta que
serviu de base para Floribella é de
autoria da Cris Morena, também
responsável pelo sucesso Chiquititas.
Carrossel (2012)
Em
2012, o SBT produziu o remake de mexicana (Carrusel), adaptada por Lei Quintna e Valéria Phillips, a
partir do original argentino de Abel
Santa Cruz, de 1989, que foi apresentada com enorme sucesso no SBT
nos anos de 1991 e 1992.
A nova
versão do SBT deu início ao rentável
filão da emissora em desenvolver tramas voltadas diretamente para o público
infantil.
A
Novela se transformou em um relevante sucesso, que mostrou para o grande público talento de
atores mirins como Larissa Manoela, Jean
Paulo Campos e Maísa Silva (estreando com atriz).
O
sucesso da novela rendeu outros produtos como um spin-off, a série Patrulha Salvadora (2014 – 2015) com quatro temporadas, dois filmes (Carrossel, O Filme e Carrossel 2 – O Sumiço de Maria
Joaquina), versão em desenho entre outros produtos comerciais licenciados.
Carrossel tornou-se um fenômeno de audiência para os padrões do
SBT, surpreendendo inclusive a
emissora. A criançada se apaixonou novamente
por personagens como Cirilo, Maria Joaquina e a Professora Helena
(Rosanne Mulholand).
Meu Pedacinho de Chão (2014)
De
olho no sucesso que Carrossel fez
durante os 2 anos de exibição no SBT,
a Globo resolveu voltar a investir em
tramas com temática infantil com o remake de Meu Pedacinho de Chão, sucesso do
autor Benedito Ruy Barbosa,
apresentado originalmente em 1971, em 2014 numa versão ainda mais infantil com
inspiração na obra do diretor americano Tim
Burton.
Foi
uma inovação para o horário, com a
troca do universo rural original pelos ares lúdicos e pincelados com
muito cor.
Bruna Linzmeyer, que deu vida a protagonista professora
Juliana, aparecia com os cabelos pintados de rosa, o que deixou
a atriz parecida com uma boneca de verdade. Ela realmente pintou os
cabelos de rosa na vida real especialmente para viver a
personagem.
A
Catarina da Juliana Paes; o
Ferdinando do Jonny Massaro; a Gina
da Paula Barbosa foram alguns dos
outros personagens que na trama encantaram o público infantil.
Cúmplices de Um Resgate (2015)
Outro
remake de sucesso dedicado especialmente para as crianças produzida pelo SBT foi Cúmplices de um Resgate, da Íris Abravanel, com Larissa
Manoela, vivendo as gêmeas estrelas
da novela.
A
versão foi baseada na mexicana Cómplices ai Rescate, produzida pela Televisa em 2002, e exibida no Brasil,
pelo SBT no mesmo ano.
Cúmplices de Um
Resgate se diferencia das versões de Carrossel e Chiquititas por ter tramas com nível mais adultas, o que nem por
isso afastou o público infantil, que se apegou aos personagens e os animais que
falavam dentro da novela.
Ainda mais musical, Cúmplices de um Resgate, teve duas
bandas. O Telespectador acompanhou no decorrer da história todo o processo de
formação dessas bandas, com ensaios, show e gravação de videoclipes.
Veja Também:
Novelas Inesquecíveis - A Gata Comeu (1985) |
Novela Inesquecíveis - A Pequena Orfã (1968) |
Novelas Inesquecíveis - A Barba Azul |
Nossos Autores - Marcílio Moraes |
Novelas Inesquecíveis - Chiquititas (1997) |
Meus Personagens Favoritos da Juliana Paes |
Fonte:
Texto: Evaldiano de Sousa
Pesquisa : www.memoriaglobo.com.br www.wikipédia.com.br
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