“Êta Mundo Bom”
apresentou nesta sexta (11.09), seu último capítulo no Vale a Pena Ver de
Novo, marcada por um grande sucesso, ao contrário do que muitos apostaram.
Êta Mundo Bom foi anunciada como substituta de Por Amor (1997),
há 2 anos, mas logo que saiu esse anuncio, a internet em peso,
inclusive eu, detonaram a escolha, afinal de contas Por
Amor , do Manoel Carlos, havia salvo o horário e dados picos de
audiência, e Êta mundo Bom não tinha esse perfil. Assim a Globo imediatamente
trocou e pôs Avenida Brasil (2012), que realmente segurou a
audiência e foi um estouro.
Com o fim de Avenida
Brasil, a Globo fincou o pé e não deu ouvidos para a rejeição à Êta Mundo Bom, apostou na trama do Walcyr Carrasco e viu Candinho (Sérgio Guizé) repetir o sucesso da exibição
original , e durante a Pandemia ou talvez por causa dela, foi a melhor atração
das tardes na tv aberta.
Muita gente já está se sentindo órfãos
do folhetim despretensioso, que o Walcyr se propôs a escrever na sua volta ao
horário que lhe consagrou. Depois de marcar o horário das sete, inovar e
quebrar tabus no horário nobre e ousar no das onze, o autor voltou para o
horário das seis e revelou que não iria apresentar nada de novo, mas foi
exatamente esse “feijão com arroz” requentado que deliciamos como um
manjar dos deuses, nem mesmo os percalços da trama foram capazes de tirar seu
charme.
Por falar nesses percalços o mais forte de todos foi sem dúvidas a fraca
protagonista vivida pela Débora Nascimento. A
Filó logo nos primeiros capítulos se apagou em cena, o próprio autor viu isso e teve que
transformar a Maria, personagem da Bianca Bin, que inicialmente era
uma coadjuvante, na protagonista que descobria todos os segredos da Sandra
(Flávia Alessandra). Além de
detetive, Maria acabou se transformando na mocinha e sua história
de amor, que até transformou o Celso (Rainer Cadete), se tornou o grande
trunfo romântico da novela.
Mas em compensação outros personagens foram tão bons que se transformaram na
alma da trama. A vilã Sandra da Flávia Alessandra, que foi tão criticada
inicialmente pela semelhança com a outra vilã da atriz , a Cristina
de Alma Gêmea (2005) outra trama do Walcyr. Mas a Sandra
tinha vida e perfis próprios, mostrando mais uma vez o talento e a beleza da Flávia
que esteve espetacular.
Elizabeth Savalla foi outro
destaque. A atriz soube transformar a maior crítica à sua personagem, o tom
muito acima, no maior charme da Boca de Fogo, digo Cunegundes!
E o Sérgio Guizé sem dúvidas será eternamente o nosso
Candinho. O Ator entrou no personagem de tal forma que com certeza Mazaroppi ,
que imortalizou o personagem nos cinemas se sentiria orgulhoso.
Apesar de não mostrar nada de novo, e encher a trama com casamentos que não
aconteceram, planos sempre falíveis dos vilões e muita torta na cara,
além das tramas que andavam em círculos, Êta Mundo Bom criou
outro sentido para a palavra “Cegonho”. A personagem Mafalda, interpretada
magistralmente pela Camila Queiroz, em
primeiro trabalho na Tv, pós
Verdades Secretas (2011), apelidou o órgão genital dos seus pretendentes de
Cegonho e essa busca “pela ave” foi um dos destaques da história. Uma
pena que no final a Mafalda tenha ficado com Zé dos Porcos (Anderson di Rizzi)
ao invés do Romeu (Kléber Toledo).
Walcyr na reta final nos surpreendeu com alguns desfechos como a cena
emocionante do casamento da Gerusa (Giovanna Grigio) e Osório (Arthur Aguiar)
ou a ousada cena entre o Dr. Lauro (Marcelo Argenta) e Tobias (Cleiton Morais)
que insinuou uma relação entre eles.
Êta
Mundo Bom nos remeteu aquelas clássicas novelas do horário da década
de 80 em que nos tornávamos público cativo, sentadinhos à frente da tv naquele
horário certinho. Mesmo com a possibilidade de vermos a trama em várias outras
plataformas, com o próprio Globo.play da emissora, o gostinho
de vê-la na tela da tv tinha um sabor mais do que especial.
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Fonte:
Texto:
Evaldiano de Sousa
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