A Globo vem apostando todas as fichas na reprise de A Favorita para
substituir O Clone (2001) no Vale a Pena Ver de Novo.
A Favorita, protagonizada por Claudia Raia e Patrícia Pillar, apesar
de um início complicado, a novela se transformou em um enorme sucesso depois
que Flora, uma das protagonistas vividas pela Patrícia Pillar, é revelada no capítulo 56, como a
grande vilã da história.
Aqui cito 10 motivos que
fazem de A Favorita (2008) imperdível:
1 – Estreia do João Emanuel Carneiro
no Horário Nobre
A Favorita marcou a estreia do João Emanuel Carneiro
no horário nobre global depois dos sucessos no horário das sete -Da Cor do Pecado (2004) e Cobras e Lagartos (2006). A Inovação
de A Favorita se centrava no fato de a
história principal não ser estrelada por um par romântico que lutavam para
ficarem juntos. As protagonistas eram duas amigas criadas como irmãs, que
ao crescerem se tornavam rivais. Uma delas cometeu um crime e
está mentido. São duas versões de uma mesma história. E o telespectador tinha
que descobrir afinal quem está contando a verdade: Flora ou Danatella?
2- Claudia Raia e Patrícia Pillar em
um dos seus melhores momentos na TV
As
protagonistas Flora e Donatella deram um novo status a já consagrada carreira
de suas intérpretes.
Claudia
Raia na pele da Donatella conseguiu
apresentar uma personagem ímpar, sem seus
trejeitos quase sempre apresentado nas personagens
sexy´s e extravagantes a quais a atriz é sempre reservada. A fase
em que Donatella é presa e consegue fugir para tentar provar sua inocência, foi
o melhor momento da atriz. Se livrou de toda a vaidade e deu uma
interpretação singular a agora já revelada mocinha da trama.
PatríciaPillar na pele da Flora, foi aclamada como a grande atriz daquele
ano, abocanhando todos os prêmios ligados a tv. A Sensibilidade da atriz ao
viver a primeira fase da personagem tão frágil e contida, e depois com as
nuances da Flora vilã, no ótimo texto do JEC, foi o ponto forte de A Favorita e
uma das grandes responsáveis pelo sucesso da trama. Os bordões e frases
de efeito da personagem, depois de
revelada a grande vilã, caíram na boca do povo.
3 - A Grande Reviravolta que salvou a trama
O Grande
segredo de A
Favorita, a verdadeira identidade da assassina, teve que ser antecipado diante
da fraca audiência da trama. O
público ficava perdido sem saber por quem torcer afinal, visto que até então
tanto o lado de Donatella como o de Flora davam indícios de que ambas
poderiam ser culpada ou inocente. Assim no capítulo 56, o grande
segredo foi revelado, Flora a personagem da Patrícia Pillar era
mesmo a grande assassina. Em uma das cenas mais fortes da trama, Flora
declara todo seu ódio a Donatella selando ali a grande disputa que estava por
vir entre elas.
A Revelação
fez com que a novela entrasse no eixo realmente. O público voltou a dar
atenção à trama, e A Favorita terminou
consagrada como um novelão.
Para o mercado
internacional, A Favorita perdeu
praticamente todos os seus 55 primeiros capítulos , em que ainda não
ficava nítida quem era a verdadeira assassina. A Globo tinha
receio que tal qual acontecera no Brasil, a trama não se tornasse
interessante até a grande revelação.
4 – Vencedora do Prêmio de Melhor Novela pela APCA
Com a
trama João Emanuel Carneiro ganhou da APCA o prêmio de melhor roteirista do ano de 2008, e entrou de vez
para o seleto time de autores do horário nobre global. Quatro anos depois o
autor escreveria o fenômeno Avenida Brasil (2012).
A Favorita passou por vários percalços para ser considerada uma boa novela e se
firmar na audiência, mas o ritmo alucinante os ótimos ganchos de um
capítulo para o outro seduziram o público que se rendeu a trama, que mesmo
subvertendo o modelo atual do folhetim com um mocinho e mocinha como
protagonistas, dando ênfase ao clima policial, foi elogiada pela crítica
especializada e mostrou um jeito novo de apresentar uma trama.
5 – As Tramas Paralelas
Além da trama
principal das rivais, outras histórias também rechearam a novela e
fizeram muito sucesso:
· Núcleo da família Copolla, personagem do saudoso Tarcísio
Meira, recheado por um grande elenco – a saudosa Suzana Faini
(Iolanda), Lilia Cabral (Catarina), Gisele Fróes (Lorena) e CláudiaOhana (Cida);
·
Núcleo do
deputado Romildo Rosa (Milton Gonçalves), um político rico e corrupto, que
tenta eleger seu filho prefeito de Triunfo, dando continuidade à sua saga.
Nesse núcleo destaque ainda para Alícia, a filha do deputado vivida
pela Tais Araújo e Didu, do ator Fabrício Boliveira.
·
Núcleo da Maria do Céu,
personagem da Déborah Secco, uma retirante que chega a
grande cidade à procura da casa que Romildo Rosa prometeu a seu pai em busca de
votos. Ao se deparar com a realidade, vai trabalhar na fábrica onde também
trabalha Cassiano (Thiago Rodrigues) por quem ela se apaixona. Ao perder o
emprego passa a ser uma das meninas da Cilene (Elizangela), que ás
agencia para sair com homens ricos. Maria do Céu acaba tendo um caso com Harley
e servindo de escudo para Orlandinho Queiroz (Iran Malfitano), um gay
enrustido, que ver em Céu a chance de blindar sua atual situação para a
sociedade. O trio Harley/Céu/ Orlandinho proporciona cenas hilárias a trama
de A Favorita.
6 – Lília Cabral e a inesquecível
Catarina
Lília Cabral (como sempre) conseguiu transforma em estrela
uma personagem coadjuvante. Casada com
Leonardo (Jackson Antunes), mostrou com muita sensibilidade em seus entrechos o drama das mulheres que
sofriam violência doméstica.
7 – Alexandre Nero
e o verdureiro que foi a grande
revelação da Trama
A Favorita revelou o talentosíssimo ator Alexandre Nero, que
mesmo em um personagem minúsculo na trama, mostrou seu talento e carisma, e em
uma carreira meteórica se transformou em grande astro na Globo.
Sete anos depois de A
Favorita, Alexandre Nero foi o protagonista de A Regra do Jogo (2015),
novela também do João Emanuel Carneiro.
8 – A Bela Abertura
A
abertura fez sucesso, tanto pelas imagens – uma animação em cores vibrantes que
contava a trama central da novela – quanto pela música-tema, o tango eletrônico “Pá Bailar”, gravado pelo
grupo de músicos argentinos e uruguaios Bajofondo. A escolha pela música
partiu do diretor geral Ricardo Waddington durante as gravações na
Argentina: “Tivemos a ideia de
colocar um tango na novela porque é um ritmo quente, passional, trágico. (…) É
muito bom quando se tem uma abertura que tenha a ver com o espírito da novela.”
As ilustrações da abertura são uma releitura dos cartazes de cinema das
décadas de 1940 e 1950, chapados e com figuras recortadas. O próprio João
Emanuel Carneiro criou o roteiro da animação. O designer gráfico
Hans Donner, o ilustrador Gustavo Garnier e o especialista em
computação gráfica Alexandre Romano e sua equipe levaram um mês e meio
para executar o projeto. Na
abertura, a trajetória das protagonistas é relatada com a tela dividida ao
meio, tendo no lado esquerdo a figura de uma mulher pintada de preto e, no
direito, uma mulher pintada de branco. À medida que a historinha se desenrola,
fica claro que a mulher do lado esquerdo representa Flora e a do direito,
Donatela. As duas aparecem ainda crianças, brincando juntas, depois, como dupla
sertaneja, até que se separam. No momento seguinte, um homem surge dividido
entre as duas mulheres, que discutem. Após um tiro, o homem cai e Flora é
levada para a cadeia, enquanto no lado direito Donatela brinca com uma criança
(a filha de Flora que ela pega para criar). Por fim, a garota aparece dividida
por suas duas mães, a biológica e a de criação.
Os
nomes de Patrícia Pillar e Cláudia Raia apareciam diariamente em
ordens diferentes na abertura da novela.
9 – Outros Destaques do Elenco
Outros atores do elenco de A Favorita também tiveram
muito destaque em um trabalho impecável, como a Mariana Ximenes, que deu vida a Lara filha de Flora criada por
Danatella; Cauã Reymond que viveu o Harley, descoberto no final da
trama ser o filho raptado de Danatella; Murilo Benício, que deu vida ao Dodi, um dos vilões e comparsa
de Flora; Ary Fontoura como o asqueroso Silveirinha e Carmo Dalla Vecchia que viveu o Zé Bob, o
personagem acabou se tornando o novo centro da disputa entre Flora e
Donatella, 18 anos depois do ocorrido no passado.
10 – O Hit “Beijinho Doce”
O
Único grande sucesso da dupla fictícia Faisca e Espoleta (Cláudia Raia e Patrícia Pillar), “Beijinho Doce”, fez tanto sucesso que ganhou remixes na internet com
batidas pop, dance e funk, e a inclusão de frases e bordões marcantes da Flora.
Veja Também:
A Favorita (2008) |
Claudia Raia |
Patricia Pillar |
Fonte:
Texto : Evaldiano de Sousa
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