Caras e Bocas (2009) , trama do
autor Walcyr Carrasco, clássico do horário das sete
está de volta pelo Canal Viva
a partir do próximo dia 03 de Março
substituindo Cobras e Lagartos (2006).
A Trama
é uma comédia romântica,
ambientada na cidade de São Paulo, apresenta a história de amor entre Dafne
(Flávia Alessandra) e Gabriel (Malvino Salvador). Os dois amantes da arte,
ambos de gênio forte, apaixonam-se na juventude, mas são separados pelo avô da
moça, o milionário Jacques (Ary Fontoura), dono da Conti, empresa
de extração de diamantes. Temendo que o rapaz estivesse apenas interessado na
herança de sua neta, Jacques arma para que os dois se afastem. Eles se
reencontram anos mais tarde, mas as mágoas do passado dificultam a
reconciliação.
Há
15 anos, Dafne apenas sonhava abrir sua própria galeria de arte. Financiada
pelo avô, que passou a criá-la depois da morte dos pais, a jovem se matricula
em um curso de pintura, onde conhece e se apaixona por Gabriel. O rapaz, um
talentoso artista, ingressa no curso graças a uma bolsa de estudo, já que não
tinha condições de pagá-lo. A paixão pela arte os une, mas nem isso os impedia
de viver em conflitos. Ele era um machão; ela se considerava uma mulher moderna
e não aceitava intromissões em sua vida.
É
uma novela charmosa e com
uma audiência primorosa , tanto
na exibição original em 2009, como na reprise no Vale a Pena Ver de Novo
em 2014. Por causa de sua boa repercussão, Caras e Bocas foi esticada em mais
de dois meses. Narrativa rápida e humor escrachado também explicaram a receita
de seu sucesso.
Abaixo o e10blog elenco 10
dos vários motivos que tornam a reprise
imperdível :
Humor regado por
um bom folhetim
Gabriel (Malvino Salvador) e Dafne (Flávia Alessandra) se
amavam, mas havia um série de impedimentos a separar o casal. A família dela,
rica, tratou de afastar os dois, já que ele era pobre. Anos depois, eles ainda
se amavam, mas surgia sempre um motivo para adiar a reconciliação. Havia os
muito ricos, os muito pobres e uma vilã ardilosa. Porém, nada de tipos
ambíguos. Foi uma história leve e de fácil assimilação pelo público.
Os
telespectadores prestigiaram as cenas de pastelão e as situações cômicas. A
leveza de Caras e Bocas veio tanto do texto de Walcyr Carrasco quanto da
direção de Jorge Fernando. A maior parte dos personagens se mantiveram um ou
dois tons acima do que estariam em uma história realista, resultado da leitura
acertada do script. Carrasco evitava o uso de pronomes, por
exemplo, o que conferiu uma certa teatralidade aos diálogos. A boa audiência
que a novela teve certamente derivou de uma empatia do público com este formato
simples e despretensioso, mas competente.
Estrela Flávia Alessandra
Flávia Alessandra viveu mais
uma protagonista do Walcyr, desta vez
sendo a mocinha da história. O Autor já havia lhe presenteado com a Vilã Cristina de
Alma Gêmea
(2005) e depois
viria a Sandra de Êta Mundo Bom (2016). A Daphne não era uma
mocinha burra, é uma mulher
independente e que lutava por seu lugar
ao sol e nenhum momento caiu nas armadilhas das mocinhas
choronas ou sofredoras, sempre dava a
volta por cima.
Elizabeth Savalla em um tipo diferente
ElizabethSavalla vivendo a simplória Socorro, uma personagem
bem diferente do que todas as outras que o autor escreveu para a atriz em suas
tramas foi um dos destaques. A Simplicidade
da personagem foi exatamente seu grande chamariz que a Savalla
tirou de letra.
O Macaco Chico - Um dos
protagonistas
A
Trama traz ainda como uma das
personagens principais , a macaca Kate , que na novela
era o macaco Chico, verdadeiro artista da novela. Caras e Bocas foi a primeira novela que teve um macaco como
personagem com uma trama exclusiva em torno dele. A ideia de Walcyr Carrasco
não foi fácil de ser concretizada. O Ibama impôs inúmeras limitações. Por
exemplo, o animal não podia contracenar com crianças. Ele – na verdade ela,
a chimpanzé Kate – sequer podia circular livremente pela cidade cenográfica.
Para seguir tudo à risca, Jorge Fernando e sua equipe tiveram de fazer
adaptações na rotina das gravações. Com seu personagem irracional, Walcyr quis
– e conseguiu – debochar da irracionalidade de certas avaliações no mundo das
artes plásticas.
E
teve êxito em outras intenções menos “cabeça”: conquistou o público infantil. O
macaco foi um dos motivos. Os atores adolescentes Isabelle Drummond, Miguel
Rômulo e David Lucas não contracenaram com o animal, mas estiveram tão bem
que o truque de edição convenceu. Xico teve um dublê em algumas sequências, e,
embora muitas vezes ficasse difícil de disfarçar, a plateia já estava ganha
para a trama.
Uma
cena com a macaca Kate mereceu destaque: na sequência em que Denis
(Marcos Pasquim), o artista que assinava as telas produzidas pelo símio, foi
desmascarado no meio de uma exposição, Xico mostrou sua solidariedade ao dono
humilhado, com um abraço e um beijo.
Judith - A Vilã da Déborah Evelyn
Déborah Evelyn sempre reservada as mocinhas ou mulheres
neuróticas, ganhou uma grande
vilã em Caras e Bocas. A
Judith entrou para o hall das melhores da nossa teledramaturgia. A megera da trama de Walcyr Carrasco é
a primeira vilã interpretada pela atriz, que já contabilizava 26 anos de
profissão.
Primeira atriz cega
Caras
e Bocas inovou também em trazer pela primeira vez uma atriz realmente
cega para interpretar na Tv. Daniele Haloten que viveu Anita,
teve uma história importante dentro da trama ao lado de Wagner
Santisteban.
Vale destacar na trama também o trabalho de IsabelleDrumond em seu primeiro papel de maior destaque depois da Emília
do Sitio do Pica Pau Amarelo (2001). A Atriz ainda quase pre-adolescente,
assim como a Bianca, cresceu dentro da
trama e
se transformou em um dos grandes
destaques da história do Walcyr. O
Público adolescente comprou a
história de Bianca
e Felipe (Miguel Rômulo) , ela, uma garota decidida e espevitada, ele, tímido,
gago e meio aparvalhado, apaixonado por ela.
“É a Treva!”
Bordão da personagem em Caras e Bocas ganhou o
Brasil.
Núcleos de Humor
Susana Pires e Marco Pigossi foram duas
revelações da trama na pele dos personagens Ivonete e Cássio.
No humor popular – um dos núcleos mais bem recebidos pelo
espectador estava centrado no atendente de bar Fabiano (Fábio Lago), que,
desconfiado das traições da mulher, Ivonete (Suzana Pires), perseguiu-a nos
mais variados disfarces – de japonesa a baiana do acarajé. O bordão de Ivonete
também fez sucesso: “Não me absorva, Fabiano!”
Mereceu
destaque a relação amorosa entre os personagens Léa e Cássio, vividos por MariaZilda Bethlém e Marco Pigossi. Ela foi casada mas se apaixonou por
um rapaz mais novo e que era gay e afetado. Uma trama que
poderia ser considerada ousada para o horário acabou agradando. Cássio caiu nas
graças do público, com seu humor caricato e frases espirituosas, como “Tô
rosa chiclete!”
Primeira personagem de
destaque da Ingrid Guimarães
Walcyr Carrasco convidou Ingrid Guimarães para
viver a personagem Simone mesmo sabendo que a atriz estava grávida. Ingrid saiu
de cena antes da metade da novela, apesar da importância de sua personagem, e
voltou na reta final.
Abertura
A Trama tinha como pano de fundo o mundo das artes plásticas e todo o universo que cerca as
vernissages e grandes exposições. Os personagens do Malvino Salvador e
Marcos Pasquim são pintores na novela. Com base nisso a abertura
trazia dois rostos , um masculino e um feminino, sendo pintados com
várias cores de tintas que eram jogadas em
câmera lenta em sua direção.
Veja Também:
Aberturas - Caras e Bocas |
Isabelle Drumond |
Elizabeth Savalla |
Fonte :
Texto : Evaldiano de Sousa
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