Em
2025, a televisão brasileira completa 75 anos. Sua história começou
oficialmente em 18 de setembro de 1950, quando foi inaugurada a TV Tupi
de São Paulo, do empresário Assis Chateaubriand. Foi a primeira emissora
de TV da América Latina e a quarta do mundo, transmitindo em preto e branco e
com alcance bem limitado.
Desde
então, a televisão no Brasil passou por várias fases marcantes:
Décadas de 1950-60: os primeiros programas ao
vivo, como teleteatros e musicais, ajudaram a consolidar a TV como novidade. Em
1965, a Rede Globo surgiu e se tornaria a maior emissora do país.
Década
de 1970: a chegada das transmissões em cores, em 1972, com
a Festa da Uva em Caxias do Sul. Foi também a época em que as
telenovelas se consolidaram como o gênero mais popular.
Décadas de 1980-90: o auge da TV aberta, com grandes
audiências, exportação de novelas para dezenas de países e cobertura de eventos
históricos (como Diretas Já, Copa de 94, etc.).
Anos 2000: avanço da TV digital e da multiprogramação,
abrindo espaço para mais canais.
Anos 2010-2020: a concorrência com a internet e os
serviços de streaming mudou o consumo, mas a TV continua relevante,
principalmente em eventos ao vivo (futebol, jornalismo, reality shows).
Hoje,
aos 75 anos, a TV no Brasil é um patrimônio cultural, que moldou a identidade
nacional, influenciou a língua, os costumes e a política. Ela convive com novas
mídias, mas segue sendo central na vida de milhões de brasileiros.
Eu,
o autor do e10blog que vus fala, Evaldiano de Sousa, nasci em
1978, a tv já tinha 28 anos, e tenho em minhas primeiras lembranças da tv de
meados de 1985, quando já tinha por
volta dos 7, ou seja estou vivendo na frente da tv há 40 anos.
Abaixo
cito 10 programas que me marcaram nesses
anos:
1 – A Novela Roque Santeiro (1985)
Uma das novelas mais icônicas da teledramaturgia brasileira.
Escrita por Dias Gomes (com colaboração de Aguinaldo Silva) e
exibida pela TV Globo entre 1985 e 1986, marcou a história da televisão
tanto pelo sucesso de público quanto pela carga de crítica social. Protagonizada
pela Regina Duarte com a inesquecível
Viúva que foi sem nunca ter sido –
Porcina; Lima Duarte com Senhorzinho Malta e José Wilker no personagem título.
2 – Programa Silvio
Santos (1963)
O Programa Silvio Santos é um dos programas de
auditório mais tradicionais e duradouros da televisão brasileira. Estreou em 1963,
ainda na TV Paulista, e consolidou-se no SBT (Sistema Brasileiro de
Televisão) a partir de 1981, quando Silvio Santos fundou a emissora.
O
formato sempre foi marcado pela diversidade: quadros de humor, gincanas,
musicais, sorteios, brincadeiras com o auditório e provas interativas com os
telespectadores. Ao longo dos anos, vários quadros se tornaram clássicos, como:
Qual é a Música, Show de Calouros, Topa Tudo Por Dinheiro , Câmera Escondida entre outros.
Impossível imaginar os domingos
sem eles.
3 – Os Trapalhões (1977)
Os Trapalhões foi um dos maiores fenômenos do humor
brasileiro e da televisão nacional. O grupo surgiu na década de 1960, mas se
consolidou na TV Globo a partir de 1977, conquistando diferentes
gerações com sua mistura de comédia popular, crítica social e muita
criatividade.
Outro programa que marcou nossos domingos com o quarteto, Didi, Dedé, Mussum e
Zacarias.
4 – Xou da Xuxa
(1986)
Impossível
ter sido criança nos 80 e não ter se
apaixonado pela Xuxa e seu programa. O Xou da Xuxa foi um dos programas
infantis mais marcantes da televisão brasileira. Exibido pela Rede Globo
entre 1986 e 1992, era apresentado Xuxa,
que ganhou o título de Rainha dos Baixinhos.
O
programa misturava música, brincadeiras, números musicais, desenhos animados e
a interação direta de Xuxa com as crianças da plateia — os baixinhos.
5 – Armação Ilimitada (1985/1988)
Armação Ilimitada foi uma série de televisão brasileira exibida
pela Rede Globo entre 1985 e 1988, criada por Nelson Motta, Euclydes
Marinho e Andréa Maltarolli. Tornou-se um marco da teledramaturgia nacional
por seu estilo inovador, linguagem jovem e visual moderno, algo bastante
diferente do que se fazia na TV brasileira da época.
A trama girava em torno das aventuras da dupla de amigos Juba
(Kadu Moliterno) e Lula (André de Biase), dois surfistas e
empresários que comandavam a empresa de esportes radicais chamada Armação Ilimitada. Eles viviam situações
divertidas, cheias de ação, romance e humor, sempre acompanhados da jornalista Zelda
Scott (Andréa Beltrão), que completava o trio central. Além deles, havia o
personagem Bacana (Jonas Torres), garoto órfão que foi adotado pelos
protagonistas e trazia ainda mais carisma para a história.
Armação Ilimitada marcou uma
geração por ser ousada, leve e divertida, e até hoje é lembrada como uma das
produções mais criativas da Globo nos anos 80.
6 – Vale Tudo (1988)
Uma das novelas mais marcantes da teledramaturgia brasileira.
Escrita por Gilberto Braga, Aguinaldo Silva e Leonor Bassères, com
direção de Dennis Carvalho e Ricardo Waddington, foi exibida na TV
Globo entre 16 de maio de 1988 e 6 de janeiro de 1989, no horário das 20h.
A
trama abordava a questão da ética na sociedade brasileira, sintetizada na
pergunta que marcou época: "Vale a pena ser honesto no Brasil?". Acompanhava a trajetória de Raquel Accioli
(Regina Duarte), mulher simples e honesta, e de sua filha Maria de Fátima
(Glória Pires), ambiciosa e disposta a tudo para subir na vida. Odete Roitman, interpretada por BeatrizSegall, tornou-se uma das maiores vilãs da TV. Seu assassinato no final da
novela virou um dos maiores mistérios da televisão brasileira. A revelação de
que a assassina era Leila (Cássia Kis) parou o país e entrou para a
história da teledramaturgia.
7 - Tieta (1989)
Tieta, um novelão exibido pela Globo entre 14 de
agosto de 1989 e 30 de março de 1990 Escrita por Aguinaldo Silva, Ana Maria
Moretzsohn e Ricardo Linhares, com direção de Reynaldo Boury e Ricardo
Waddington, foi inspirada no romance “Tieta do
Agreste”, de Jorge Amado.
A
história acompanha Antônia (Tieta),
interpretada e imortalizada por Betty
Faria, é expulsa ainda jovem da
cidade fictícia de Santana do Agreste pelo pai, em razão de seu comportamento
considerado “escandaloso” para os padrões da época. Anos depois, já rica e
sofisticada, ela retorna triunfalmente ao povoado, despertando tanto a
admiração quanto a inveja dos moradores.
Sua
volta movimenta a cidade e mexe com figuras importantes, como a irmã Perpétua
(Joana Fomm), moralista e hipócrita, e o coronel Artur da Tapitanga
(Ary Fontoura). O romance entre Tieta e o jovem Ricardo (CássioGabus Mendes) também marcou a trama. A novela voltou recentemente ao VPVN e foi
sucesso novamente.
8 - Vale a PenaVer de Novo (1980)
O Vale a Pena Ver de Novo faixa
de reprises da Globo, criada em 1980,
com o objetivo de reapresentar novelas de sucesso no período da tarde.
Tornou-se um dos principais espaços da programação da emissora e, ao longo das
décadas, marcou gerações que puderam rever tramas icônicas ou conhecer
histórias que não acompanharam na época original.
Antes da Globoplay e o Projeto Resgate foi nessa faixa que acompanhei
tramas que não consegui assistir na exibição
original que foram exibidas, como Gabriela (1975),
A Gata Comeu (1985), Ti Ti Ti (1985)
entre outras.
9 - Domingão do
Faustão (1989/2021)
O Domingão do Faustão foi um dos programas dominicais
de maior sucesso dos últimos anos. Foi exibido pela Globo entre 1989 e 2021, sob o comando
de Fausto Silva. Marcado pelo estilo irreverente, pelo improviso e pelo
carisma do apresentador, o dominical se consolidou como um dos maiores sucessos
de audiência da emissora.
Vários quadros
marcaram o programa entre eles estão o Arquivo Confidencial
(homenagens a artistas e personalidades), Se Vira nos 30, Dança dos Famosos,
Olimpíadas do Faustão e Videocassetadas.
O palco recebia semanalmente artistas
de diferentes estilos, do sertanejo ao samba, do pop ao rock, reforçando o
papel de vitrine da música brasileira.
O Faustão ficou conhecido por
bordões como “Ô loco, meu!” e pelo jeito espontâneo de conduzir o
programa, com comentários rápidos e interações diretas com plateia, elenco e
convidados.
Outro programa que foi a cara dos domingos brasileiros.
10 – Lady Night
(2018/2205)
Lady Night o talk show humorístico da Rede Globo e do Multi Show estreou
em 2018 e ficou marcado pelo estilo irreverente e descontraído da TatáWerneck, que mistura entrevistas com celebridades, quadros engraçados e
improvisos. A proposta é quebrar o formato tradicional de talk show, trazendo
situações inesperadas e muito humor, sempre com a marca registrada da
apresentadora: espontaneidade e brincadeiras com os convidados.
Com uma tv aberta cada vez mais escassa de novidades, o
programa, apesar de ser
híbrido entre a tv aberta e fechada,
foi uma das melhores ideias dos últimos anos.
Tatá Werneck é a grande estrela, usando seu timing
cômico e improviso para criar situações hilárias.
Veja Também:
Novelas que marcaram a Rede Tupi
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Trilha Sonora Eterna - Tieta (1989) |
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Fonte:
Texto: Evaldiano de Sousa
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