O Téo do remake de “A Viagem” no VPVN
Ator, cantor e galã dos anos 80 e 90, Maurício Mattar
marcou época na TV brasileira em novelas inesquecíveis como Roque Santeiro, Rainha da Sucata, A Viagem e Pedra Sobre
Pedra.
Além da carreira sólida como ator, ele também brilhou na
música, com discos de sucesso e shows que mostraram seu lado artístico além da
dramaturgia. Inclusive ele já foi astro do post No Tema e Na Trilha que você pode rever aqui.
Nos
últimos anos, se reinventou atuando em produções da RecordTv (Jesus, Gênesis, Topíssima) e também se dedicou
à pecuária e à vida familiar. Hoje, segue seletivo em seus projetos, mas
continua sendo lembrado como um dos grandes nomes da televisão brasileira.
O
Retorno de A Viagem (1994) no Vale
a Pena Ver de Novo, novamente de volta ao sucesso,
trouxe o nome do ator aos holofotes em um dos seus mais marcantes
personagens - O Téo.
Com
mais de 40 anos de carreira, Mauricio
estreou na tv em 1984, fazendo uma pequena participação no último capítulo de Vereda Tropical (1987),
como namorado da personagem Catarina (Marieta Severo) e logo chamou atenção ganhando destaque a cada novo trabalho.
Um
artista completo, que marcou o coração do público com carisma, talento e
versatilidade, que o post de hoje homenageia
relembrando os seus melhores personagens na tv.
João Ligeiro de Roque Santeiro(1985)
Depois da participação em VeredaTropical (1984), Maurício
Mattar ganhou personagem fixo na novela RoqueSanteiro (1985), de Dias Gomes
e Aguinaldo Silva, o João Ligeiro. Ele era um dos jovens da
fictícia cidade de Asa Branca, marcada por tipos caricatos, figuras
populares e disputas de poder em torno do mito do “santo” Roque.
A Censura Federal
(ainda em voga na época, agora da Nova República) reprimiu a trama do peão
homossexual João Ligeiro (Maurício Mattar). O personagem vivia pensativo,
recusando o assédio da namorada Dondinha (Cristina Galvão). Sem poder mostrar a
sua inclinação sexual, os autores mudaram sua trama. João Ligeiro pensou,
pensou e rendeu-se ao amor de Dondinha, para depois ser morto, baleado por um
jagunço em um tocaia armada por Sinhozinho Malta (Lima Duarte) contra Roque(José Wilker). João foi assassinado no capítulo 143, exibido em 06/12/1985. Após a
morte do amado, Dondinha descobriu-se grávida. Na versão vetada da novela (de
1975), João Ligeiro seria uma mulher, masculinizada, vivida pela atriz Cidinha
Milan.
Porthos de Cambalacho (1986)
Na novela Cambalacho (1986), de Silvio de Abreu, Maurício
Mattar interpretou o personagem Porthos, um jovem bonito, charmoso e
conquistador.
O
nome fazia referência a um dos mosqueteiros de Alexandre Dumas, e o
personagem era um tipo sedutor, alegre e envolvido em confusões amorosas.
Porthos tinha um jeito meio malandro, mas também era afetuoso, o que o tornava
simpático ao público. No início, é apaixonado por Ana Machadão (Déborah Bloch),
mas acaba se rendendo ao amor de Julinha (Andrea Avancini). Sofre de uma doença
congênita.
Murilo de Bambolê (1987)
Na novela Bambolê (1987), de Daniel Más, exibida às 18h na Globo,
Maurício Mattar interpretou Murilo, um dos personagens jovens da
trama.
Murilo
fazia parte do núcleo que retratava a juventude dos anos 1950, período em que a
história se passava. Ele era um rapaz moderno, charmoso, gênio forte e cheio de energia, muito ligado ao universo
musical e aos movimentos culturais da época. Com seu jeito sedutor e ao mesmo
tempo ingênuo, Murilo representava a efervescência de uma geração que sonhava
com liberdade e mudanças. Na história ele
fazia o filho da personagem
da Susana Vieira, o que
iria acontecer novamente em O Salvador da Pátria
(1989) e Lua Cheia de Amor (1990).
Sérgio de O Salvador da Pátria
(1989)
Na novela O Salvador da Pátria (1989), do
Lauro César Muniz, Maurício Mattar interpretou Sérgio Toledo Blanco,
filho de Severo (Francisco Cuoco) e Gilda (Susana Vieira). Rapaz
apático, mimado pela mãe e dominado pelo poder do pai. Não tem grandes
ambições, mas é impulsionado pela família a concorrer à prefeitura da região.
Vive uma
relação conturbada com a esposa, principalmente depois que volta a
cidade natal, Tangará e reencontra a ex-namorada Camila, vivida pela Mayara Magri.
Rafael de Rainha da Sucata (1990)
No inicio da década de
90, na
icônica novela Rainha da Sucata (1990), Maurício Mattar deu
vida a Rafael, um jovem romântico e cheio de intensidade. Filho de
Laurinha Figueroa (Gloria Menezes), Rafael cresceu cercado de luxo, mas
carregava em si a rebeldia e a busca por um amor verdadeiro. Seu envolvimento
com Alaide (Patricia Pillar), empregada da casa, não é aceito pela
mãe , o que causa grandes
conflitos no decorrer da novela. MaurícioMattar brilhou no papel, dando ao personagem um misto de ingenuidade,
desejo e coragem, tornando Rafael um dos destaques masculinos da trama de
Silvio de Abreu , o que lhe rendeu seu
primeiro protagonista oficial na trama seguinte.
Augusto de Lua Cheia de Amor (1990)
O Augusto foi um marco na carreira do Maurício
Mattar. O ator vinha de papéis de
destaque em produções como Roque Santeiro,
Cambalacho e Bambolê, mas em LuaCheia de Amor, dos autores Ricardo Linhares, Ana Maria Moretzsonh e Maria
Carmem Barbosa, ele assumiu, pela primeira vez, o posto de
protagonista, consolidando sua imagem de galã e grande astro da Globo
nos anos 90.
Augusto é um rapaz de família abastada, idealista e
romântico. Busca a realização pessoal sem contar com o dinheiro da família. Não
aceita trabalhar como diretor na agência de publicidade do pai porque não
concorda com a publicidade convencional. Quer ter seu próprio negócio. Faz
pesquisa de campo em empregos modestos para conhecer os hábitos das pessoas
comuns. Conhece Mercedes (Isabela Garcia) e se apaixona, mas se decepciona
quando ela o recusa por imaginar que ele é pobre. Ao longo da trama, vai abrir
uma agência de publicidade alternativa, tendo Rodrigo (Roberto Battaglin) como
um dos parceiros.
Leonardo de Pedrasobre Pedra (1992)
Em 1992, Maurício Mattar brilhou como Leonardo Pontes,
um dos personagens mais marcantes da novela Pedrasobre Pedra. Filho de Murilo
(Lima Duarte) e Hilda (Eva Wilma), Leonardo preferiu trilhar seu próprio
caminho, escondendo da família sua verdadeira formação em engenharia de minas.
Seu grande objetivo era reativar o garimpo da cidade de Resplendor, desafiando
a visão de que as jazidas já estavam esgotadas. No campo afetivo, viveu um amor intenso e
cheio de obstáculos com Marina Batista (Adriana Esteves), filha da rival
de seu pai Pilar Batista (Renata Sorrah). Um romance ao
melhor estilo Romeu e Julieta, marcado por encontros, desencontros e
proibições familiares. Leonardo foi um papel que consolidou a carreira do Maurício Mattar, combinando
charme, idealismo e muita paixão em uma das tramas mais emblemáticas de Aguinaldo
Silva, Ricardo Linhares e Ana Maria Moretzsohn.
Téo de A Viagem (1994)
Na novela A Viagem,
da Ivani Ribeiro, Maurício
Mattar brilhou como Téo, um arquiteto apaixonado e de coração nobre, mas
que viveu um dos maiores conflitos espirituais já vistos na teledramaturgia.
O
personagem voltou aos holofotes com a
atual reprise da trama no Vale a Pena Ver de Novo. Casado com
Diná (Christiane Torloni), enfrentava o ciúme sufocante da esposa. Após a
separação, encontrou o amor em Lisa (Andréa Beltrão), ex-namorada de Alexandre
(Guilherme Fontes). Foi exatamente essa
relação que causou o grande drama: Téo se tornou alvo da vingança
espiritual de Alexandre, chegando a ser possuído por ele protagonizando cenas impactantes, como surtos,
destruição de ambientes e agressões a
pessoas que gostava. Téo foi um
personagem intenso, que exigiu muito de Maurício Mattar e marcou para
sempre sua história nas novelas
brasileiras.
Laudelino / Rosalvo de O Fim do Mundo (1996)
Na novela O Fim do Mundo (1996), do
Dias Gomes, Maurício Mattar deu vida a Rosalvo (Laudelino
de Jesus Nogueira), um peão da fictícia Tabacópolis. O personagem protagonizou um dos romances mais
intensos da trama ao se envolver com Letícia (Paloma Duarte), jovem que
prometera manter-se virgem até o casamento. Movida pelo clima de fim dos tempos
que dominava a cidade, ela acaba cedendo à paixão por Rosalvo. Mas a história
toma um rumo trágico: o noivo traído, Josias (Guilherme Fontes), reage de forma
brutal e castra Rosalvo, em uma das cenas mais chocantes do folhetim. Para completar, o personagem tinha um tema
especial: “Teu Cafuné”, cantado pelo próprio Maurício Mattar, que
embalava suas cenas românticas. Rosalvo
marcou a curta, mas intensa trajetória de O Fim
do Mundo, novela de Dias Gomes que abordou desejos, medos e
segredos despertados pela iminência do apocalipse.
André de LoucaPaixão (1999)
Em 1999, Mauricio Mattar deixa a Globo e protagoniza na RecordTv a novela Louca Paixão. Mattar viveu na trama de Yves Dumont, o personagem André de
Albuquerque, jovem formado em Direito, larga a carreira para se dedicar à revista de
moda Estillus, mas sua vida muda por completo após um simples engano ao
telefone: ele conhece Letícia, a personagem da Karina Barum, uma presidiária injustamente condenada, e se
apaixona apenas por sua voz. A relação,
no entanto, nasce cercada de segredos: Letícia se apresenta com outro nome,
enquanto André precisa enfrentar os obstáculos de sua mãe controladora e da
noiva obcecada, Carla (Cássia Linhares). Romântico e sensível, André ainda revela sua
paixão pela música, interpretando canções que marcaram a trama e reforçaram o
tom emocional do personagem. Louca Paixão é a Reedição atualizada da novela 2-5499 Ocupado, exibida pela TV Excelsior
em 1963, lembrada por ter sido a primeira telenovela diária da TV brasileira.
Fernão
de A
Padroeira (2001)
De volta a Globo em
2001, Maur[icio fez uma participação nos
primeiros capítulos de Porto dos
Milagres, do Aguinaldo
Silva e, depois deu vida ao
vilão Fernão na trama de A Padroeira, do Walcyr Carrasco.
Fernão é um dos
grandes antagonistas da trama. Ambicioso e sem escrúpulos é movido pelo desejo de ascender socialmente e
conquistar poder a qualquer custo. Na história, ele se apaixona por Cecília de
Sá (Déborah Secco), mas não por amor verdadeiro — e sim pela conveniência de se
casar com a filha de Dom Lourenço (Carlos Vereza), o que lhe daria prestígio e
vantagens financeiras. O papel deu a Maurício Mattar a chance de
interpretar um vilão mais sombrio e calculista, em contraste com os muitos
galãs românticos que ele havia vivido em sua carreira.
Júlio Pantaleão de Dona Xepa (2013)
Depois de alguns trabalhos na Globo durante os anos
2000 (Sitio do Pica Pau Amarelo/2002,
Agora é
que São Elas/2003, A Lua me Disse/2005,
O Profeta/2006, Malhação/2009, Toma
Lá, Da Cá/2009 e Na Forma da Lei/2010)
, em 2013 Maurício Mattar volta a
RecordTv no remake de Dona
Xepa, do Gustavo Reiz.
Na trama, Maurício Mattar deu vida a Júlio César
Pantaleão, um empresário poderoso e dono da indústria Sabor e Luxo.
Casado com a extravagante Meg (Luiza Tomé) e pai de Vitor Hugo (Márcio Kiling)
e Lis (Rayana Carvalho), ele representava o lado discreto da família Pantaleão,
em contraste com a ostentação da esposa. Obcecado pelo trabalho e
centralizador, Júlio vivia em choque com o filho Vitor Hugo, que queria provar
seu valor nos negócios com ideias modernas. Já com Lis, mantinha uma relação de
afeto e admiração. Durante a novela, o personagem enfrentou um grave problema
de saúde, que mudou sua rotina e mexeu profundamente em sua vida familiar,
revelando um lado mais humano. Júlio Pantaleão simbolizava o choque entre a
elite paulistana e o universo simples de Dona
Xepa (Ângela Leal), eixo central
da novela.
Carlos de Topíssima (2019)
Na novela Topíssima, da Crhistiane Fridmann, na RecordTV,
Maurício Mattar interpretou Carlos, o pai da protagonista Sophia Loren
Alencar, vivida por Camila Rodrigues.
Carlos
era um homem de caráter firme, que se destacava por seu senso de justiça e
pelos valores familiares. Apesar de não ser o centro da trama, sua figura
representava uma influência marcante na vida de Sophia, sendo um dos pilares de
sua formação e personalidade. A relação entre pai e filha mostrava-se afetuosa,
mas também permeada de conflitos típicos, já que Sophia era uma mulher moderna,
independente e determinada, muitas vezes em choque com as tradições defendidas
por ele.
A
presença de Carlos na trama ajudava a reforçar temas importantes como família,
ética e responsabilidade, funcionando como contraponto para o ambiente de
poder, negócios e intrigas que envolvia a história central de Topíssima.
Jasper de Gênesis - Fase Jacó (2021)
Na novela Gênesis, do Camilo Pellegrini, Mattar interpretou Jasper, um personagem que
aparece na fase de Jacó. Jasper é um mercador nômade, um homem experiente e
sábio, que vive de suas trocas e viagens pelo deserto. Ele tem um espírito
prático e, ao mesmo tempo, observa com atenção os acontecimentos da vida,
sempre trazendo reflexões importantes para os que cruzam seu caminho.
Na
trama, Jasper interage com personagens centrais da fase, trazendo conselhos e,
muitas vezes, funcionando como uma espécie de voz da razão em meio às tensões e
desafios enfrentados por Abraão (Zé Carlos Machado) e seu povo. Embora não seja
um personagem fixo em toda a novela, sua presença acrescenta nuances de
humanidade e realismo ao enredo, além de marcar a participação de Maurício
Mattar em mais uma superprodução bíblica da Record. O Ator já havia
participado da novela Jesus em 2018.
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Fonte:
Texto: Evaldiano de Sousa
Pesquisa: www.wikipedia.com.br www.memoriaglobo.com.br
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