A Iara de “Plumas e Paetês” na Globoplay Novelas
Cleyde Blota trilhou um caminho próprio na
teledramaturgia brasileira, conquistando seu espaço com atuações marcantes e
elegância cênica.
Com
uma carreira voltada principalmente para a televisão, Cleyde fez parte de um
momento importante da dramaturgia nacional, destacando-se em novelas das
décadas de 1970 e 1980. Participou de produções na TV Tupi e na TV
Globo, demonstrando versatilidade tanto em papéis dramáticos quanto em
personagens mais suaves.
O
show em cena da atriz está sendo revisto na atual reprise de Plumas e Paetês, novela do Cassiano Gabus
Mendes, que está sendo reprisada pelo Canal Globoplay Novelas, em
que a atriz dá vida a personagem Iara.
Cleyde
assumiu o sobrenome Blota depois do casamento com o diretor Gonzaga
Blota, com quem viveu até 2017, quando o mesmo faleceu.
Entre
suas participações mais lembradas onde
atuou ao lado de grandes nomes da época, estão a Emília de Dancin Days (1978), a Joana de Pão Pão BeijoBeijo (1983), a Lurdes de Fera Radical (1988)
e outras produções que ajudaram a construir a base da teledramaturgia que
conhecemos hoje. Embora não tenha tido uma carreira de muitos papéis
protagonistas, Cleyde sempre trouxe dignidade e presença às personagens que
interpretou.
Fora
das câmeras, Cleyde Blota também é lembrada por sua postura discreta e
pela ligação com o meio artístico herdada da família. Sua trajetória é uma
representação do talento silencioso e consistente, que constrói a história da
televisão brasileira sem alarde, mas com muito mérito.
O
Post de hoje vai relembrar e reverenciar
a carreira dessa grande profissional que se aposentou em 1998, depois de uma participação na novela Torre de Babel.
Após
se desligar da carreira artística, Cleyde se mudou do Rio de Janeiro para Araruama, na
Região dos Lagos do estado do Rio de Janeiro, onde vive com a família e
dedica-se à vida tranquila, cercada por netos. Lá ela permanece até hoje, em um estilo de
vida mais reservado e pacífico.
Maria do Carmo de Senhora (1975)
Depois de alguns papéis
de destaques em novelas nas
emissoras Tupi, Excelsior e RecordTv a atriz foi contratada pela Globo e estreou
fazendo uma pequena participação na novela Fogo sobreTerra (1974) e em seguida
ganhou um papel de destaque na
novela Senhora,
do autor Gilberto Braga.
Na trama deu vida a
Maria do Carmo, mãe de Mariazinha
(Fátima Freire), uma mulher compreensiva que tenta apaziguar a
situação entre o marido e filha , por este tentar fazê-la casar-se por conveniência.
Doralice de O Astro (1977)
Em O Astro ,
da autora Janete Clair, Cleyde
deu vida a personagem Doralice, dona de um bar na cidade de Guariba Grande , é
mãe de Alan (Stepan Necerssian) e ex-mulher de Herculano Quintanilha (FranciscoCuoco). Ela não consegue perdoar
Herculano por ter deixado mãe e filho, interrompendo deliberadamente qualquer
contato entre eles durante anos. Ao
descobrir um romance entre Herculano e Amanda (Dina Sfat), chega “de mala e
cuia”, usando Alan como instrumento de chantagem emocional e tenta atrapalhar o
novo relacionamento do ex-marido. Acaba também se envolvendo com Neco (FlávioMigliaccio), o antigo comparsa de Herculano.
Cleyde Blota deu vida a essa mulher amarga, ressentida e movida
por rancor, com uma atuação carregada de intensidade emocional.
Emília de Dancin´Days (1978)
Em 1978 foi a vez de Emília
de Castro Melo, da clássica novela Dancin’ Days,
do Gilberto Braga, interpretada
com sutileza por Cleyde Blota. Emília era uma mulher refinada, sócia de
um antiquário ao lado de Solange (Jacqueline Laurence) e uma figura querida no
círculo social carioca retratado na trama. Mãe do jovem médico Raulzinho
(Eduardo Tornaghi), Emília representava uma geração mais tradicional da elite
carioca, mas sempre com empatia e humanidade, especialmente ao lidar com os
dilemas amorosos e profissionais do filho.
No decorrer da trama ele se envolve com Horário (José Lewgoy), o ex-marido
de Iolanda Pratini (Joana Fomm). O relacionamento se desenvolve como um romance maduro, baseado
no diálogo, na admiração e no respeito comum. Ao encontrá-la, Horácio
redescobre carinho e paz que lhe faltavam havia anos.
Inesquecível a cena em que Emília,
por justiça resolve devolver o que
Iolanda teria de direito na venda dos
bens de Horário, e a mesma por
orgulho finge não precisar da esmola. Um
duelo cênico de duas grandes estrelas.
Iara de Plumase Paetês (1980)
Na novela Plumas e Paetês (1980), escrita por Cassiano Gabus Mendes,
Cleyde Blota deu vida à elegante e intrigante Iara — uma personagem que,
embora coadjuvante, conquistou o público com sua presença marcante. A novela
está em reprise atualmente no canal Globoplay Novelas.
Iara
é uma mulher sofisticada, ligada ao universo da moda e dos eventos sociais,
refletindo o glamour e a leveza que marcaram a trama. Sempre muito discreta,
mas observadora, ela circulava entre os personagens principais com inteligência.
Na reta final da trama Iara (Cleyde
Blota) começa a receber cartas anônimas que despertam suspeitas, medos e
memórias do passado. O conteúdo dessas mensagens misteriosas não é revelado de
imediato, o que provoca tensão tanto na personagem quanto no público.
Cleyde
Blota brilhou ao transmitir, com sutileza, a
transformação emocional de Iara, que passou de mulher firme e observadora a
alguém assombrada por fantasmas antigos. Esse arco acrescentou uma camada de
drama e mistério à novela, mantendo o público curioso até os capítulos finais.
Joana de Pão-Pão Beijo-Beijo
(1983)
Na charmosa novela Pão Pão,
Beijo Beijo (1983), escrita por WaltherNegrão, Cleyde Blota deu vida à sensível e forte Joana, uma personagem que
conquistou o público com sua presença marcante e humana. Joana era o braço
direito de Mama Vitória (Lélia Abramo). No passado, foi abandonada pelo marido e criou
a filha sozinha, com muitos mimos.
Lurdes de Fera Radical (1988)
Na inesquecível novela Fera
Radical (1988), escrita por Walther
Negrão, tivemos a oportunidade de acompanhar mais uma atuação marcante da
grande Cleyde Blota. Ela deu vida à Lurdes, uma personagem que, apesar
de não ocupar o centro das atenções da trama, foi essencial para o
desenvolvimento de muitos núcleos e emoções da história, com a dona da pensão
que recebia todos os que chegavam à
cidade fictícia de Rio Novo. Despachada,
fofoqueira e vaidosa, é uma mulher com sonhos de ascensão social, transferidos
para a filha caçula, que quer ver bem casada, ou seja, com um marido rico, de
preferência um Flores.
Beatriz de Gente Fina (1990)
Em 1990, Cleyde interpretou Beatriz, na trama de Gente Fina,
do autor Luis Carlos Fusco. Na história ela era a grande amiga e
confidente de Janete, a personagem vivida pela saudosa Sandra Bréa.
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Fonte:
Texto: Evaldiano de
Sousa
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