Que estreia hoje na Record
com “Pecado Mortal”
Carlos Lombardi (São Paulo, 27 de agosto de 1958), autor de telenovelas, roteirista e produtor de televisão . |
Excepcionalmente a homenagem desta semana
do e10blog está sendo editada na quarta-feira pegando carona na estreia da nova novela da Record Pecado Mortal , que marca a chegada de Carlos
Lombardi na emissora depois de mais de 30 anos de Globo.
E é exatamente Carlos Lombardi o nosso homenageado. Esse mestre em fazer novelas anarquicas,
recheadas de cenas de ação e corpos desnudos que são sua marca registrada.
Foto : http://rd1.ig.com.br |
Como ele mesmo divulgou nas reportagens de
lançamento de Pecado
Mortal, a novela é definida como um melodrama de ação com doses de
humor. Ou seja , nada diferente do que o
autor fez na Globo, o que o levou a consagração com novelas como Quatro por Quatro (1994) e Uga Uga (2000).
Foto : http://1.bp.blogspot.com/ |
A Primeira novela do Carlos Lombardi que assiti foi Bebê a Bordo (1988) , e confesso que o estilo exagerado das
cenas de ação e de sexo me fizeram estranhar a novela. Aquela confusão de
pessoas em torno da Heleninha (o bebê) , protagonista da história, mas parecia
um seriado do que uma novela as quais estava acostumado.
Porém a estranheza foi inicial, não demorou muito para me apaixonar por
personagens como o Tonico, que trouxe o Tony
Ramos fazendo comédia; Raio de Luar e sua falta de ar sempre que se excitava
vivida pela Silvia Buarque. Isso sem
falar nas dúbias personagens vividas pela saudosa Dina Sfat e Isabela Garcia,
mãe e filha, que nos deixavam a dúvida
de saber quem afinal de conta era a culpada pela vida da outra.
Lombardi é formado em comunicação social
(Rádio e Televisão) pela USP , tendo Antônio
Abujamra como professor. Iniciou
como escritor na TV roteirizando alguns programas para o Telecurso 2º. Grau e sua
estreia nas telenovelas foi na mal fadada Como Salvar Meu Casamento na
Rede Tupi no ano de 1979 em parceria com
Ney Marcondes e Edy Lima. A Novela
acabou sendo cancelada depois que a emissora resolveu fechar as portas em sua
última crise financeira.
No mesmo ano , Lombardi assumiu no meio
com a mesma parceira de Edy Lima e Ney
Marcondes , a novela O Todo Poderoso na Rede Bandeirantes. A trama que tinha como mote principal a
paranormalidade não caiu no gosto do público e a emissora mais uma vez
fracassou na tentiva de competir com a Globo
na área de telenovelas.
Em 1981, Carlos Lombardi estreou na Globo
como colaborador informal de Silvio de
Abreu em Jogo
da Vida. No ano seguinte foi creditado como colaborador de Cassiano Gabus Mendes em Elas Por Elas.
Ainda em 1982, escreveu para a Tv
Cultura, Maria
Stuart baseada na peça de Friedrich Schiller. Em 1983 , voltou a trabalhar com Silvio de Abreu em um dos maiores
sucesso da teledramaturgia brasileira no estilo comédia escrachada, a novela Guerra dos Sexos.
Fico imaginado quanto de Carlos Lombardi
teve na primeira versão de Guerra dos Sexos, principalmente se levarmos em
conta o remake da trama feito no ano passado, que não chegou nem perto do
sucesso e do magnestismo da primeira.
Porém a grande prova de Carlos Lombardi veio em 1984 quando
assumiu sozinho (embora tivesse a colaboração de Silvio de Abreu) como titular a novela Vereda Tropical. Movimentada e
divertida, dentro da linha e estilo de Carlos
Lombardi, a trama foi um dos grandes
sucessos do horário da sete.
Foto : http://www.trash80s.com.br/ |
Como prêmio pelo sucesso de Vereda Tropical , em 1988 Carlos
Lombardi voltou ao horário das sete em alto estilo como o novelão Bebê a Bordo,
que trazia Isabela Garcia, Tony Ramos e
Dina Sfat como protagonistas. A novela perpetuou o estilo do autor que
conquistou o público de vez com suas novelas de aventura.
Para o horário das sete o autor escreveu
sucessos como Perigosas
Peruas (1992), Quatro por Quatro (1994) , Uga
Uga (2000) e Pé na Jaca (2006).
Curiosamente, o autor viu algumas de suas novelas fracassarem .
Embora tivessem a mesma espinha dorsal dos sucessos já citados, os corpos
desnudos e a sensualidade explicita, tramas como Vira Lata (1996)
e Kubanacan (2003) foram
rejeitadas pelo público. Em Vira Lata o autor
teve que mudar o foco da história, mudando
a protagonista. Andreia Beltrão que
viva Helena, a protagonista inicial, não
tinha empatia com o público, assim Renata vivida pela Carolina Dieckmann que fazia uma personagem secundária, teve sua
história com Fidel (Marcelo Novaes)
transformada em principal trama da novela. O esforço foi reconhecido
pelo público, mas infelizmente a estreia de Jorge Fernando dirigindo uma trama do autor acabou ficando abaixo
das espectativas. Kubanacan que era
uma espécie de microcosmo de um país cheios de vícios e corrupção, confundiu o
público com a pontuação da história, que
apesar de se passar em meados dos anos 40, costumeiramente era possível
ver objetos e linguagem impossíveis de existirem na época. Assim o público e a crítica ficaram sem entender afinal de contas que era o
Esteban (Marcos Pasquim). Ao
longo da trama descobrimos que Esteban sofre de um distúrbio (mais tarde diagnosticado como esquizofrenia) que lhe provoca dupla personalidade. No final é
revelado que quem dizia ser Esteban era na verdade Leon, filho dele com Rubi
(Carolina Ferraz), vindo do futuro para impedir que a Fênix (uma arma de
destruição em massa) matasse várias pessoas como na época dele. Suas
"lembranças", na verdade, são frutos da árdua pesquisa sobre seu pai
Esteban, em conjunto com a desorientação severa causada pela viagem no tempo.
Leon descobre que Esteban estava vivo, mas manco de uma perna devido a um
acidente que sofreu ao cair de um avião. Nada mais confuso para uma trama que foi exagerada em tudo, a começar
pelas dezenas de participações
especiais.
Foto : http://i1.ytimg.com |
Foto : http://3.bp.blogspot.com |
Em 2002, Lombardi entrou no campo
das minisséries com a bombástica e polêmica O Quinto do Infernos. A Minissérie contava a história da chegada da família real
ao Brasil. Muitos dos parentes da realeza não gostaram de ver grandes personagens
da história brasileira ser retratados de
maneira caricata. Dona Maria I (Eva
Wilma) tinha como característica principal sua
loucura; D. Pedro I (Marcos Pasquim) e
Carlota Joaquina (Betty Lago) eram mostrados com um grande apetite sexual. A
Minissérie que trazia Betty Lago, Marcos
Pasquim, Humberto Martins e Danielle Winits como protagonistas , atores que
viraram figurinhas carimbadas em tramas do autor na Globo, foi um dos maiores sucessos do ano.
Foto : http://www.teledossie.com.br/w |
O Autor colaborou nas tramas de Coração de Estudante (2003)
do Emanuel Jacobina e Bang Bang do Mário Prata
em 2005.
O último trabalho do autor na Globo foi o seriado Guerra e Paz em 2008 , protagonizado por Danielle Winits e Marcos Pasquim. Desde o término do seriado , Carlos Lombardi vem tentando emplacar uma nova novela na
emissora o que só lhe era negado.
Provavelmente essa “geladeira” tenha
sido o principal motivo para Lombardi ter trocado a Globo pela Record, que
lhe deu todas as regalias para escrever uma grande novela.
Foto : http://contigo.abril.com.br |
Pecado
Mortal estreia hoje com a responsabilidade de salvar o núcleo de
teledramaturgia da Record.
Internamente está sendo veiculado que se
a novela repetir o insucesso de audiência dos trabalhos anteriores da emissora
(Máscaras, Balacobaco e Dona Xepa) o
núcleo de teledramaturgia da casa será fechado.
Ao levar em conta pelas chamadas Pecado Mortal promete repetir o sucesso do autor na Globo. Todo o casting masculino e
feminino da emissora já aparece nas chamadas em várias cenas de ação ou de
sensualidade, o que já é um dos
principais chamarizes para novela. Seu amuleto de sorte (Betty Lago) também
está na trama. Então é só rezar para que Pecado Mortal seja
um golpe certeiro!
Fonte :
Texto : Evaldiano de Sousa
Pesquisa : memóriaglobo.com,
teledramaturgia.com
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