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“Barriga?”
Para quem acompanha o mundo da teledramaturgia sabe muito bem o que significa
esse termo dentro de uma novela. Barriga é aquele espaço de tempo dentro de uma
trama onde praticamente nada acontece. Fica normalmente no meio da novela,
depois que o autor apresentou todos os personagens e suas tramas e sem poder
ainda dar um desfecho a cada um “puxa as rédeas” e cozinha os acontecimentos em
“banho-maria” até que eles possam ser finalmente desenvolvidos. A “Barriga” pode
ser considerada praticamente um personagem de novela, afinal cedo ou tarde ele
acaba entrando em cena.
Felizmente a novela Sangue Bom foge essa regra. Maria
Adelaide Amaral e Vicente Villari vêm apresentando uma novela que desde o
seu primeiro capítulo, com aquele
encontro entre Amora (Sophie Charlotte) e Bento (Felipe Pigossi), não perdeu o
fôlego um só minuto. Barriga em Sangue Bom nem pensar!
Os autores
escrevem uma novela “redondinha” nada
fora do lugar e com cada núcleo com seus acontecimentos marcados como num jogo de
xadrez. Quando pensamos que eles já deram tudo, lá vem uma nova situação que dá
uma reviravolta na novela.
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Foi
assim com a eterna briga de gato e rato da Amora e Bento. Quando pensamos que depois de casados o casal cairia
naquela mesmice, a autora revelou Amora a grande vilã da trama e o mote central
do núcleo é fazer com que Bento enxergue
quem realmente é a mulher que amou a vida toda.
Alguns
perfis de personagens que logo poderiam
enjoar o público foram ganhando novas nuances a cada capítulo.
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Damaris (Marisa Orth) - Foi a ex-mulher louca para refazer seu
casamento; Virou uma missionária fanática anunciando um novo Deus; Virou mulher
fruta e ganhou uma versão mais sensual e agora vive o drama da paixão por
Lucindo (Joaquim Lopes).
Foto : Tv Globo Divulgação |
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Tina ( Ingrid Guimaraes ) – Ficou literalmente
louca nos primeiros capítulos da trama; depois adotou uma vibe inspirada na
Nina (Déborah Falabella) em Avenida Brasil (2012)
e ensaiou uma vingança contra Barbara Ellen (Giulia Gam), a mulher que ela
julga ter destruído seus de sonhos de casar; e agora depois de seu plano
completo, volta às origens se transformando numa ninfomaníaca à procura de seu
grande amor. Aliás, a Ingrid Guimaraes
está um espetáculo na trama provando que uma atriz humorista pode
fazer em uma novela muito mais do que
eternas enquetes de humor.
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E por falar em Barbara Ellen, a melhor personagem
de Giulia Gamm na tv, é outra
personagem da trama que se transforma a cada capítulo, tão rica
dramaturgicamente que é impossível
transformar suas cenas em “barrigas” por que se queira.
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Outra boa virada dada na trama foi na história do Erico (Armando
Babaioff) e Verônica (Letícia Sabatella). Os dois começaram com todo aquele magnetismo da personagem
Palmira Valente , uma válvula de escape da Verônica, que acabou fazendo com que
ela se revelasse uma grande mulher e amante. Depois de descoberto o segredo de Palmira, Erico e Verônica
resolvem viver juntos, porém as diferenças entre eles acabou esfriando a
relação. Ao invés de usar aquelas eternas “DR´s” de casal e várias idas e
vindas, os autores usaram o acidente do Erico para dar uma transformada no
personagem criando uma nova e
interessante história para o casal.
Sangue Bom já está em seu quinto mês de exibição e se a “barriga”
até então não apareceu, agora não tem mais
espaço para ela. Embora toda novela que se preze tenha tido o seu “barrigão”
Sangue Bom vai ficar marcada com a novela mais “sarada” da
história da teledramaturgia.
Fonte :
Texto : Evaldiano de Sousa
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