Uma das
mais versáteis atrizes brasileiras. Além de atuar magistralmente, Marília Pêra canta, dança , produz, coreografa e dirige
peças e espetáculos.
Pisou
nos palcos de um teatro pela primeira
vez aos quatro anos. Dos quatorze aos
vinte e um foi bailarina e participou de várias
espetáculos e revistas.
Sua
estreia na TV foi em 1965 na novela Rosinha do Sobrado do autor Moysés Wetman vivendo a personagem
título. São mais de 30 novelas e
minisséries em seu currículo e uma seleção de personagens que escreveram a
história da teledramaturgia brasileira.
A
Seção hoje vai tentar fazer a difícil
missão de elencar os 10 melhores personagens vividos por essa grande profissional politizada e de um talento
indescritível.
A
Gioconda criada para a atriz em Duas Caras, novela do autor Aguinaldo Silva, foi a primeira personagem de Marília Pêra em uma novela do
horário nobre. Marília protagonizou várias tramas, porém sempre em outros
horários, inclusive Bandeira Dois e O Cafona na
década de 70 no horário das 22 horas. A
Atriz fez uma participação como ela mesma em Rainha da Sucata (1990) e Celebridade (2003). A Estreia foi em alto nível. Gioconda que no início não passava de uma
dondoca que vivia em uma redoma, acabou se tornando uma personagem importante
dentro da trama. Com a personagem, Aguinaldo Silva criou o dia do “Basta” quando Gioconda teve sua amiga
assaltada na rua e resolveu gritar como num desabafo de todos que não
aguentavam mais essa violência no Brasil.
9º. Serafina de Uma Rosa com Amor (1972)
Com Leonardo Villar, Paulo Gourlart e Yoná Magalhães |
Marília Pêra teve sua carreira marcada
por mocinhas engraçadas e cativantes e que muitas vezes fugiam do estereótipo da
mocinha romântica. Uma delas foi a Serafina de Uma Rosa com Amor do autor Vicente
Sesso. Uma secretária solteirona e
atrapalhada. Ela dificilmente chamaria atenção de algum homem, tanto que
mandava flores para ela mesma por se
sentir tão sozinha. Guardava uma paixão recolhida por seu patrão francês Claude
Geraldy (Paulo Goulart) e para viver
esse amor teve que enfrentar toda a fúria de Nara Paranhos (Yoná Magalhães) noiva dele.
Supermanoela foi uma novela problemática do Walther Negrão, e trazia Marília
Pera em sua quarta novela seguida. A Atriz reclamou para a direção da Globo sobre o cansaço e
estresse que estava passando, chegando a nem mais conseguir decorar os textos
de Manuela. Mas mesmo assim a
protagonista foi até o final, mesmo vendo a trama dos rapazes que vinham de outros estados para estudar no
Rio de Janeiro se tornar o mote central da novela. Aborrecida com o situação, Marília se afastou
das novelas e só voltou a atuar treze anos depois , protagonizando a novela Brega e Chique (1987) do Cassiano
Gabus Mendes.
Em
1994, Marília viveu um dos mortos que os coveiros se negaram a enterrar na
minissérie Incidente
em Antares dos autores Nelson Nadotti e Charles Peixoto baseada no romance homônimo de Érico Veríssimo. A Eroltildes era
prostituta e morreu de uma tuberculose mal-curada. A Personagem contradizia sua situação, mesmo
tendo sido humilhada por toda a cidade sua vida inteira, era uma mulher meiga e
delicada e aproveitou esse tempo entre sua e morte e seu sepultamento para
provar a pequena cidade de Antares que
mesmo sendo uma prostituta ela era uma bela pessoa. Inesquecível a cena em que
Erotildes dança com o Barcelona (Elias Gleizer) em plena praça da cidade, depois de revelar
que este era seu grande sonho. Marília
Pera foi de uma sensibilidade incrível ao interpretar uma personagem tão
encantadora.
6º. Genu Miranda de Lua Cheia de Amor (1990)
Em 1990
a Globo resolveu fazer um remake da
novela Dona Xepa, sucesso do Gilberto
Braga inspirada na peça de Pedro
Bloch sucesso na emissora em
1977. Marília Pera ganhou o papel
que seria de Joana Fomm , que
foi preterida por Marília ter um nome
mais conhecido fora do Brasil. A novela
dos autores Ricardo Linhares ,
Ana Maria Moretzsohn e Maria Carmem Barbosa foi co-produzida com a RTVE Espanhola e a RTSI Suiça. A Novela
não chegou nem perto do sucesso da original, mas Marília Pera foi espetacular vivendo essa Dona Xepa dos
anos 90, que em Lua
Cheia de Amor ao invés de feirante foi camelô e teve
seu nome trocado para Genu Miranda.
Foto : http://lh6.ggpht.com/ |
5º. Maria Monfort em Os Maias (2001)
Com FÁBIO ASSJUNÇÃO e ANA PAULA ARÓSIO Foto : http://imguol.com/blogs |
Em 2001,
Marília Pera entrou na reta final da
elogiadíssima minissérie Os Maias da Maria Adelaide Amaral baseada no
romance homônimo de Eça de Queiroz,
para dar vida a Maria Monfort, agora
velha. No romance a personagem não volta
para contar a Carlos da Maia (Fábio
Assunção) e Maria Eduarda (Ana Paula Arósio) que são irmãos. O Responsável pela trágica
notícia no original era um velho amigo da família, Manuel Vilaça (Everton de
Castro). Porém a participação de Marília na minissérie enriqueceu muito a obra
televisiva.
Marília Pêra foi a grande estrela de
uma das novelas de maior sucesso do
autor Bráulio Pedroso. A Shirley Sexy foi uma das primeiras grandes
personagens da atriz. Em entrevista ela conta que a liberdade que o autor dava
aos atores para improvisar e inserir “cacos”
em seu texto ajudou muito no destaque de vários personagens. Mas é óbvio
que o talento impecável da atriz também foi primordial para tornar a Shirley Sexy inesquecivelmente
adorável.
Viver
na TV uma personagem real é uma estrada de mão dupla, e em se tratando de Dona Sara Kubitsckek, uma mulher que marcou
a política brasileira, a
responsabilidade dobra. Mas Marília Pera
foi perita dando vida a personagem na segunda fase da minissérie JK da Maria
Adelaide Amaral. Foi uma brilhante
e elegante interpretação que soou como uma homenagem a essa grande dama brasileira.
Em
1988, Marília Pêra recebeu uma chuva
unanime de elogios da crítica especializada ao dar vida a perversa Juliana da minissérie
O Primo Basílio do autor Gilberto
Braga baseada no romance de Eça de Queiroz. Inesquecível a morte da personagem, vítima da sua própria
maldade.
Luxo e
elegância eram os sobrenomes de Rafaela Alvaray, personagem que Marília
Pera viveu na trama de Brega e Chique do autor Cassiano Gabus Mendes. A personagem é de longe o melhor momento da
Marília na TV, e sua dobradinha com Marco Nanini nos rendeu cenas impagáveis. Como esquecer Rafaela indo para a feira com seu casaco de
pele de grife depois de ficar pobre ? O
sucesso de Marilia a frente da personagem foi tamanho , que ela acabou apagando
a outra esposa de seu marido, a brega da história vivida por Glória Menezes.
Falar de Marília Pêra e não citar os personagens criados para ela pelo autor
Miguel Falabella seria uma
injustiça. Por isso vale uma menção honrossa para : Catarina Faisal do seriado A Vida Alheia (2010); a Maruschka Lemos de Sá da novela Aquele Beijo
(2011) e a Darlene de Pé na Cova (2013)
que volta nesta próxima terç-feira em
sua segunda temporada.
Fonte :
Texto : Evaldiano de Sousa
Pesquisa : Wikipédia.com e memóriaGlobo.com
Nossa e a milu de cobras e lagartos
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