Em
1980, A Rede Bandeirantes
transformou em sucesso a primeira incursão da atriz e comediante Dercy Gonçalves no gênero telenovela.
Ivani Ribeiro apresentava sua primeira
novela inédita depois de sair da Rede
Tupi, que tinha acabado de encerrar suas atividades, e mostrou uma trama que primava pelo humor escrachado
toda alicerçada pela irreverência de Dercy
Gonçalves. A Fórmula foi perfeita. Cavalo Amarelo se
transformou em um dos grandes sucessos da teledramaturgia do canal que herdou o
público da Tupi. Junto com Meu Pé de Laranja
Lima (1980), Cavalo Amarelo chegou a ficar em primeiro lugar em
seus respectivos horários, batendo a
audiência de As Três Marias e O Amor é Nosso ,
ambas apresentadas pela Globo na
época.
A
novela conta a história da irreverente Dulcinéa (Dercy
Gonçalves) que luta para manter seu
teatro de revista, o Mambembe, cujo prédio pertence à tradicional família
Maldonado. O patriarca, Salvador Maldonado (Rodolfo Mayer), homem conservador,
leva o clã a rédeas curtas, mantendo o controle sobre os negócios e sobre os
filhos: Joana (Márcia de Windson), mulher elegante e esnobe, a maior defensora
das idéias do “Paizão” (como os filhos o tratam); Téo (Fulvio Stefanini), que
sempre acatou calado os desmandos do velho; Wálter (Walther Breda), dominado
pela irmã mais velha e o preferido do pai; e Lalucha (Marta Volpiani), a
caçula, estudante de cinema, contestadora e contra a caretice de sua família. O
conservadorismo de Maldonado acaba por minar o casamento de Wálter com Belinha
(Carmem Monegal), por não conseguirem dar um tão desejado neto ao velho, e por
Belinha não aguentar mais a passividade do marido diante dos desmandos do
sogro.
Téo, por sua vez, se vê envolvido com duas mulheres. É noivo há seis
anos de Maria do Carmo (Maximira Figueiredo), a retraída filha do Dr. Júlio
Sampaio (Newton Prado), médico e amigo da família. Mas é apaixonado por Pepita
(Yoná Magalhães) – sobrinha de Dulcinéa e estrela do Mambembe -, apesar do
gênio difícil dos dois. Dulcinéa não vê
com bons olhos o relacionamento da sobrinha, pois entra em constante conflito
com a família Maldonado, que lhe cobra os aluguéis atrasados do teatro, em
constante crise financeira. Desbocada e impulsiva, a empresária vive batendo de
frente com o velho Maldonado e com a pose de Joana, que não tolera seus modos e
espontaneidade. Mas Dulcinéa descobre um trunfo que pode salvar seu show da
falência: uma carta de amor de uma antiga amiga vedete ao Sr. Maldonado e a
revelação de um filho bastardo, o que põe o velho em maus lençóis. Em troco do
silêncio de Dulcinéa, Maldonado perdoa a dívida e ainda empresta dinheiro para
incrementar os shows do Mambembe, o que acaba por surpreender toda a família.
Mas a
morte do Sr. Maldonado e a abertura do testamento faz o grande segredo vir à
tona: seu filho bastardo é Zeca (Kito Junqueira), o jovem e fiel empregado,
homem de confiança e braço direito de Maldonado nos negócios. É quando a
tradicional e unida família começa a desmoronar, na luta pela herança e divisão
de bens.
Ivani Ribeiro mais uma vez escreveu uma novela em que o público se
tornava cativo, encantado com a história simples e personagens apaixonantes.
Dercy Gonçalves, que foi ela mesmo na trama, usando de cacos e
improvisos, foi impecável e conquistou o Brasil em sua primeira telenovela. A
personagem fez Dercy dividir o Trófeu
Imprensa Melhor Atriz do ano de 1980 com Dina Sfat, que na época concorria por Os Gigantes (1980). O sucesso da Dulcinéia foi tão grande que a Bandeirantes produziu uma espécie de
continuação de Cavalo
Amarelo com Dúlcinéia vai à Guerra (1981). A trama foi também idealizada por Ivani Ribeiro e escrita por Sérgio Joyckmann e contava a história
de Dulcinéia agora às voltas com
crianças abandonadas. A “Continuação” não chegou nem perto do sucesso da
primeira, e acabou sendo um fisco para a emissora. Mas claro que isso nunca tirou o brilho de Cavalo Amarelo,
que chegou a ser reprisada por três vezes pela emissora. Eu inclusive só
assisti a trama na reprise de 1989.
Dercy voltou a
teledramaturgia em outras ocasiões: Numa participação na trama de Que Rei Sou Eu? (1989), como a mãe da Rainha Valentine (Tereza
Rachel); como a protagonista da minissérie La Mamma (1990) ao
lado de César Filho e como
protagonista da novela Deus nos Acuda (1992),
em que viveu a “anja” Celestina, todas na Globo; além de algumas participações
em seriados.
No elenco destaque também para Wanda
Sthefânia, que vivia a personagem Jaci, a menina que se passava por homem
para ajudar no sustento da família.
Yoná Magalhães e Fúlvio Stefanni também defenderam muito bem seus
personagens e ganharam grande empatia junto ao público.
A novela teve participações
especialíssimas de celebridades como Hebe
Camargo, Moacyr Franco, Maria Alcina, Nelson Gonçalves, Tim Maia, José
Vasconcellos e Dudu França.
Cavalo Amarelo foi uma das
últimas novelas do ator Rodolfo
Mayer que imortalizou o personagem
Salvador Maldonado, o paizão.
Uma trama leve e gostosa de
assistir, que mesmo tendo a grife da Ivani
Ribeiro, consagrada na Rede Tupi,
era um risco por trazer a comédia e uma atriz comediante do nível da Dercy Gonçalves como estrela. A Comédia
poderia ofuscar de maneira negativa o folhetim. Ledo engano! Cavalo Amarelo continuou sendo uma novela com todas as suas
características padrão, porém com dose de muita comédia. A Bandeirantes
arriscou e acabou apresentando uma das suas melhores e mais assistidas tramas
da década de 80.
Depois de Cavalo Amarelo,
outras emissoras viram que comediantes também poderiam render dentro das
novelas e não só nos programas de humor. A Globo
depois do sucesso da trama começou a investir em seus humoristas também em
novelas com papeis de maior destaque, como o Agildo Ribeiro que foi protagonista junto com Eva Wilma de De Quina pra Lua (1985), do autor Alcides Nogueira.
Ficha
Técnica:
Novela da autora Ivani Ribeiro
Direção: Henrique Martins e Davi José
Elenco:
DERCY GONÇALVES – Dulcinéa
YONÁ MAGALHÃES – Pepita
FÚLVIO STEFANINI – Téo
RODOLFO MAYER – Salvador Maldonado (Paizão)
MÁRCIA DE WINDSOR – Joana
ROLANDO BOLDRIN – Alberto
KITO JUNQUEIRA – Zeca
WANDA STEPHÂNIA – Jaci
JORGE DÓRIA – Barbosa
WÁLTER PRADO – Wálter
CARMEM MONEGAL – Belinha
MARTA VOLPIANI – Lalucha
MAXIMIRA FIGUEIREDO – Maria do Carmo
NEWTON PRADO – Dr. Júlio Sampaio
CARMINHA BRANDÃO – Dedé
ETTY FRASER – Elisa
ALDO CÉSAR – Roque
GUILHERME CORRÊA – Porfírio Padilha
RAFAEL DE CARVALHO – Viriato
ALZIRA ANDRADE – Sônia
REGINA DOURADO – Ivonete
JACQUES LAGOA – Xande
OSWALDO CAMPOZANA – Lambari
EDUARDO ABBAS – Vitório
DOUGLAS MAZZOLA – Juca
PAULO LEITE – Dudu
EWERTON DE CASTRO – Corisco
WÁLTER SANTOS – Alemão
LUPE FERREIRA – Luísa
CRISTINA PRADO – Cristina
MÁRCIA MAY – Márcia
CELSO PERDIGÃO
ARLETE MONTENEGRO
YONÁ MAGALHÃES – Pepita
FÚLVIO STEFANINI – Téo
RODOLFO MAYER – Salvador Maldonado (Paizão)
MÁRCIA DE WINDSOR – Joana
ROLANDO BOLDRIN – Alberto
KITO JUNQUEIRA – Zeca
WANDA STEPHÂNIA – Jaci
JORGE DÓRIA – Barbosa
WÁLTER PRADO – Wálter
CARMEM MONEGAL – Belinha
MARTA VOLPIANI – Lalucha
MAXIMIRA FIGUEIREDO – Maria do Carmo
NEWTON PRADO – Dr. Júlio Sampaio
CARMINHA BRANDÃO – Dedé
ETTY FRASER – Elisa
ALDO CÉSAR – Roque
GUILHERME CORRÊA – Porfírio Padilha
RAFAEL DE CARVALHO – Viriato
ALZIRA ANDRADE – Sônia
REGINA DOURADO – Ivonete
JACQUES LAGOA – Xande
OSWALDO CAMPOZANA – Lambari
EDUARDO ABBAS – Vitório
DOUGLAS MAZZOLA – Juca
PAULO LEITE – Dudu
EWERTON DE CASTRO – Corisco
WÁLTER SANTOS – Alemão
LUPE FERREIRA – Luísa
CRISTINA PRADO – Cristina
MÁRCIA MAY – Márcia
CELSO PERDIGÃO
ARLETE MONTENEGRO
Exibição:
23 de Junho à 29 de Novembro de 1980
Fonte:
Texto : Evaldiano de Sousa
Pesquisa : Wikipédia.com.br
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