Há um ano atrás o e10blog editou um post com 10 aberturas inesquecíveis de
minisséries brasileiras, mas claro que não são apenas 10 que foram
inesquecíveis, muitas outras ficaram de fora, e para corrigir esse pequeno
erro, o post de hoje vai relembrar,
através das suas aberturas, mas 10 minisséries que fizeram história na
teledramaturgia brasileira.
10 Aberturas Inesquecíveis de Minisséries Brasileiras
10 Aberturas Inesquecíveis de Minisséries Brasileiras
Lampião e Maria Bonita (1982)
Minissérie
do Aguinaldo Silva e Doc Comparato
Com Nelson Xavier e Tânia Alves
Essa foi a primeira experiência da Globo no gênero “minissérie brasileira”
que se consagraria no decorrer dos anos. Os intérpretes foram escolhidos
levando em consideração semelhanças físicas com os personagens da vida real. A
Caracterização de Nelson Xavier como
Lampião foi tão perfeita que o ator
chegou a ser confundido com o próprio por uma figurante já idosa e que conhecera o
cangaceiro quando criança. Lampião e Maria
Bonita foi premiada com a medalha de ouro no festival de
filmes e televisão de Nova York. Em 2015, a minissérie foi transformada em
telefilme para ser apresentada em comemoração os 50 anos da Globo no especial Luz, Câmera, 50 anos.
A abertura da minissérie mostrava
algumas cenas da história, porém marcou mais pelo seu tema “Mulher Nova Bonita e Carinhosa, faz o Homem
gemer sem sentir Dor” , o clássico imortalizado na voz de Amelinha.
Marquesa de Santos (1984)
Minissérie
do Autor Wilson Aguiar Filho
Baseada no
livro de Paulo Setúbal
Com Maitê Proença, Gracindo Jr e Edwin Luisi
Milionária produção feita pela Rede Manchete que entrava com unhas e
dentes no ramo da teledramaturgia. Com um elenco de globais estrelar e destaque
absoluto para interpretações de Maitê Proença (A Marquesa), Edwin Luisi
(O Chalaça) e Gracindo Jr (D. Pedro
I), a minissérie foi considerada um bom momento da emissora. Aliás, Gracindo Jr tinha uma difícil missão,
reviver D. Pedro I que estava imortalizado
em nossa memória com a imagem de Tarcisio Meira, que havia feito o papel com maestria no filme Marquesa de Santos, do Carlos Coimbra.
A abertura da minissérie mostrava lindas
cenas extraídas da história entre Maitê Proença e Gracindo Jr , revelando o grande amor que existia entre a Maquesa e D. Pedro I.
Grande Sertão: Veredas (1985)
Minissérie
do autor Walter George Durst
Baseada no
romance homônimo de Guimarães Rosa
Um dos maiores espetáculos produzidos
pela Globo em forma de minissérie
foi a adaptação do clássico do Guimarães
Rosa, Grande Sertão: Veredas. Os idealizadores Durst e Walther Avancini, o diretor do projeto, disseram em entrevistas na época que, se trouxessem
pelo menos 15% do universo de Guimarães
Rosa para a tv, já se davam por satisfeitos. Mas o resultado
foi muito melhor do que esperado com muito elogios da crítica, consagrando seus
atores (Tony Ramos e Tarcísio Meira)
em destaque Bruna Lombardi, que deu vida
ao Diadorim, personagem que fingia ser homem durante boa parte da minissérie.
Para a abertura da trama foram usadas
imagens marcantes da minissérie mostradas através do letreiro do logotipo da
produção.
Minissérie
dos autores Doc Comparato e Antonio Calmon
Verdadeiros espetáculos recriando os
áureos tempos de sucesso dos shows do Cassino da Urca foram o grande destaque da minissérie.
Ambientada em 1939 e 1945 , contava a história de espionagem política, que tem
como pano de fundo a Segunda Guerra Mundial.
Na abertura da minissérie, ao som de uma
versão instrumental criada por André
Sperling de “Aquarela do Brasil”
, em um letreiro musical eram
apresentadas várias imagens que marcaram a época como Carmem Miranda, Getúlio
Vargas entre outros.
Minissérie
do Walther Negrão e Geraldo Carneiro
Baseado no
romance homônimo de João Ubaldo Ribeiro
Com Tony Ramos, Maitê Proença e Raul Cortez
O Sorriso do Lagarto foi
um projeto independente do diretor Roberto
Talma, com elenco e equipe técnica cedida pela Globo. Foi o primeiro projeto assim apresentado pela emissora. A
Minissérie é considerada um “biscoito
fino” com grandes intepretações. O Sorriso do Lagarto foi o último trabalho do ator Carlos Augusto Strazzer, morto em 1993.
A Abertura foi gravada no estúdio do Ganibal sob direção
do Hans Donner. O Vídeo era
estrelado por um lagarto teju-açu, emprestado pelo Zoológico do Rio de Janeiro.
O Tema de abertura ficou na voz do Ritchie
na música “Mercy Street”.
Do Autor Geraldo Vietri
Baseado na
Obra Gaston Leroux
A Rede
Manchete tentou abrasileirar o clássico de Gaston Leroux e mostrou numa
produção feita a toque de caixa a história do Fantasma da Ópera. Infelizmente a
minissérie deixou muito a desejar, e o
único destaque mesmo foi a impecável interpretação de Cláudio Marzo na pele do pianista fantasma.
O Vídeo da abertura mostrava um concerto
com o pianista fantasma e sua corista no
microfone principal. Nos créditos da abertura Fafy Siqueira era apresentada como “Atriz cedida pelo SBT”.
Do autor Dias
Gomes
A Ideia de escrever a minissérie surgiu
depois que Dias Gomes assistiu uma
reportagem no Fantástico, sobre o
caso de Heraldo Madureira, morador
de Niterói no Rio de Janeiro, que matava suas vítimas vestidas de noiva. Donato, o personagem vivido pelo Miguel Falabella foi seu primeiro
protagonista na tv, em uma rara atuação dramática do ator. A Minissérie juntou Miguel Falabella e Tássia Camargo, que são considerados dois dos
rostos que mais representam o Vídeo Show.
Ela como apresentadora do programa na década de 80 e ele na década de 90 e
2000. O charme da minissérie ficou por conta de sua locação, quase que 100%
ambientada no bairro de Copacabana.
Na abertura, belas imagens de Copacabana
mescladas com uma manequim vestida de noiva sendo destruída ao ser jogada ao
chão. “Copacabana” , do João de Barros e Alberto Ribeiro,
ganhou uma nova versão instrumental gravada especialmente para abertura da minissérie
por Guilherme Dias Gomes,
filho do autor.
Minissérie
do Autor Lauro César Muniz
A Áurea época de sucesso do rádio e as
tensões políticas da Segunda Guerra Mundial foram pano de fundo para a história
de Isa Galvão, uma aspirante a grande cantora.
Mesmo com uma rica reconstituição de época e produção impecável, o
horário de exibição e desentendimento entre autor e direção prejudicaram o
andamento de Aquarela
do Brasil. No elenco destaque para Maria Fernanda Candido e Thiago Lacerda, que vinham do grande
sucesso que fizeram em Terra Nostra (1999), trama do autor Benedito Ruy Barbosa. E eu não posso
deixar de citar também Daniela Escobar, que teve
noções de romeno e aprendeu a falar com sotaque, emagreceu dez quilos e cortou
os cabelos de forma irregular, desempenhando perfeitamente sua personagem, a
sofrida judia Bella Landau.
Na abertura, ao som de “Aquarela do Brasil” na voz da Roberta Lombardi, várias imagens que
marcaram o Brasil durante a segunda guerra mundial era apresentadas em preto e
branco, e mudavam com a passagem de um
aparelho de rádio na tela.
Do Autor Benedito Ruy Barbosa
Baseado no
romance Homônimo de Márcio Souza
A Minissérie contou a história da
construção da ferrovia Madeira-Mamoré, no norte do Brasil, um dos maiores
desafios arquitetônicos do século XX. A Minissérie estava engavetada nos
arquivos da Globo há 24 anos devido
a complexidade da viabilidade do projeto. Ana
Paula Arósio e Fábio Assumpção
novamente fizeram par romântico como em Os Maias (2001). Fidelis Baniwa, o índio que é um dos
protagonistas da trama e divide o amor da personagem da Ana Paula com o do
Fábio, é da tribo dos Baniuas, que vivem na fronteira do Brasil com a Colômbia
e a Venezuela. O Ator, nascido em Santa Isabel do Rio Negro, no Amazonas, se formou em teatro em Manaus, e a minissérie
era seu primeiro trabalho em Tv. Alguns personagens marcantes da História do Brasil
“participaram” da minissérie. O ator Renato
Borghi interpretou o jurista Rui
Barbosa, e Othon Bastos, o então
presidente do Brasil, o Marechal Hermes
da Fonseca.
A abertura foi produzida a partir de fotos do
americano Dana Merrill, fotógrafo
que acompanhou todas as etapas da construção da ferrovia, de 1907 a 1912. Um
fio vermelho percorria o caminho dos trilhos da estrada de ferro, simbolizando
o sangue derramado na construção do empreendimento. O tema de abertura foi
feito por Marcelo Barbosa.
Do autor Manoel Carlos
A minissérie biográfica foi uma das mais realistas
apresentadas pela emissora até então. Toda a trajetória de sucesso,
polêmicas e escândalos da mulher da sociedade que chocou o Brasil ao
se tornar uma das maiores cantoras do Brasil. Larissa Maciel que imortalizou a Maysa, mesmo sendo
fisicamente muito parecida com a cantora, teve que fazer vários testes para que o
diretor, Jayme Monjardim visse sua
mãe em cena. A Atriz nasceu exatamente no ano em que Maysa morreu, Dois filhos do
diretor viveram o pai em duas fases da minissérie: André Matarazzo, aos 10 anos, filho do diretor com a atriz Daniela Escobar, e Jayme Matarazzo, de 22 anos, filho dele com Fernanda Lauer. Jayme seguiu a carreira de ator e depois da
minissérie estrelou vários outros trabalhos e é considerado um dos grandes
nomes da sua geração.
A abertura da minissérie mostrava
imagens do quarto e camarim da Maysa
na trama vazios, sem a presença da artista. Os temas de abertura foram as
canções “Demais”, do Tom Jobim e Aloysio de Oliveira, e “Meu Mundo Caiu” da própria Maysa, um dos seus grandes sucessos.
Fonte:
Texto:
Evaldiano de Sousa
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