Ivani
Ribeiro foi uma das autoras mais ativas nas décadas de 70, 80 e 90. Passou por várias emissoras e tem em
seu currículo novelas que ajudaram a alicerçar a teledramaturgia nacional.
Seus remakes dos anos 80 e 90 (A Gata Comeu , A Viagem e
Mulheres de Areia entre outras) são
consideradas as melhores novelas de suas
épocas.
Para continuar com as homenagens
iniciadas com o post do link anexo, vou falar no de hoje sobre as aberturas de 12 clássicos que saíram da imaginação e talento para
escrever da Ivani Ribeiro.
Aritana (1978)
Em 1978, Ivani Ribeiro inovou ao apresentar como tema principal de uma
novela a causa indígena, e transformou um dos principais galãs da época , Carlos Alberto Ricelli em um índio
quase nato. A trama ganhou o troféu da APCA
como melhor tema de novela daquele ano e Carlos Alberto Ricelli juntamente com Jayme Barcellos o de melhores atores. A abertura da novela, que foi apresentada pela Rede Tupi , mostrava através de um filtro amarelo algumas imagens
da trama ao som da música “Krahô”
gravada especialmente para a novela por Marlui
Miranda.
A Deusa Vencida (1980)
A Deusa Vencida foi
o remake do grande sucesso que a Ivani
escreveu em 1965 na Tv Excelsior. Elaine Cristina, que viveu a
protagonista desta versão apresentada
pela Rede Bandeirantes, foi o grande
destaque e sem dúvidas seu melhor momento na tv.
A Abertura da novela apresentava a
protagonista vista de longe passeando por um belo bosque ao som de “Balada para uma Deusa Menina” na voz do
cantor Paulo Ildefonso.
Cavalo Amarelo (1980)
Novamente Ivani Ribeiro conseguiu prender um público cativo com uma novela
leve e despretensiosa. Cavalo Amarelo explorou
ao máximo o humor de Dercy Gonçalves
que vivia a protagonista. Dercy Gonçalves ganhou o prêmio de
melhor atriz do ano de 1980 da APCA,
juntamente com Tônia Carrero por Água Viva (1980) e Regina Duarte por Malu Mulher (1979).
O Sucesso da personagem da Dercy foi tão grande que a trama ganhou uma
continuação tendo a atriz também como protagonista, Dulcinéia Vai em Guerra (1981).
A Abertura de Cavalo Amarelo foi simples. Apenas um fundo azul com rabisco que
formavam a imagem do cavalo do logotipo da trama. Kleitor e Kledir cantaram o tema de abertura “Roda da Fortuna”.
Meu Pé de Laranja Lima (1980)
Remake da mesma novela que Ivani
escreveu para a Rede Tupi em 1970. Nesta
versão, Alexandre Raymundo e Dionízio
Azevedo viveram o menino Zezé e o velho Portuga, respectivamente. A novela
apesar de mais curta que a original também foi marcada pelo sucesso. Inclusive
a própria Bandeirantes produziu a terceira versão da trama em 1999, escrita
pala Ana Maria Moretzsonh, com Caio Romei e Gianfrancesco Guarnieri nos papéis principais.
Na abertura ao som de “Num dia de Sol” na voz da Nana Chaves vários desenhos eram
apresentados levando o telespectador para o mundo lúdico de Zezé.
Final Feliz (1982)
Final Feliz marcou
a estreia de Ivani Ribeiro na Globo depois dos vários sucessos em
todas as outras emissoras do país. A Trama é a única inédita escrita pela
autora. Depois de Final Feliz, todas as outras que viriam foram remakes e adaptações de seus sucessos anteriores. A autora não mostrou nada de novo na trama, apenas os
mesmos ingredientes que marcaram suas novelas
em outras emissoras. Mas foi
exatamente essa fórmula que transformou a novela em seu primeiro sucesso na
casa, consagrando de vez sua carreira. As belas paisagens do Ceará e Pernambuco
apresentadas na novela, o que era uma novidade na época, fugindo do eixo Rio
–São Paulo, também ajudaram a alavancar esse sucesso.
A Abertura de Final Feliz é
uma das sempre citadas entre as melhores e mais criativas apresentadas pela Globo. Idealizada pelo designer Hans
Donner e sua equipe, teve produção cuidadosa. Imagens de beijos
e bofetadas que ficaram famosas na história do cinema – como em ...E o Vento
Levou (Victor Fleming /1939) e Casablanca (Michael Curtiz/1942) – eram exibidas em sequência
rápida, com atores conhecidos, como Rodolfo
Valentino, Marilyn Monroe e Clark Gable. Ao final, numa montagem, as mesmas
estrelas do cinema apareciam caracterizadas e assistindo às cenas, numa
fictícia plateia de cinema. A direção da abertura foi de Roberto Cardim, e a música-tema era “Flagra”, de Rita Lee.
Amor com Amor se Paga (1984)
Em 1984, Ivani Ribeiro pegou a
espinha dorsal de Camomila e Bem-me-Quer (1972),
que ela apresentou na Tupi, trocou
alguns nomes e apresentou Amor com Amor se Paga. A trama consagrou Ary Fontoura no papel do Seu Nonô
Correa, que teve inspiração em O Avarento, do Moliére. O personagem fez
tanto sucesso que até hoje é sinônimo de pessoa avarenta e econômica. De carona no sucesso do seu Nonô, também vale
destacar a Frosina, a inesquecível personagem vivida pela Berta Loran. A dupla cômica formada por ela e Ary por si só já
fazia a trama valer a pena.
Na abertura ao som de “Levantar o Astral” da Banda Santa Cruz, mostrava várias imagens e objetos em forma de
coração que formava o logotipo da trama.
A Gata Comeu (1985)
A Gata Comeu,
remake da trama A Barba Azul (1974), que autora havia escrito na Tupi, é considerada um clássico da
autora. Hoje mais de 30 anos depois a novela e considerada cult e não tem quem
não tenha se apaixonado pela história de Jô e Fábio, os personagens da Christiane Torloni e do Nuno Leal Maia, ou pelo Clube dos
Curumins. A trama está sendo reprisada atualmente pelo Canal Viva e foi um dos
títulos mais pedidos desde a inauguração do canal. A trama foi a primeira
novela a ser reprisada duas vezes no Vale a Pena a Ver de
Novo, em 1989 e 2001. Inclusive a segunda reprise foi uma tentativa de
alavancar a audiência do horário derrubada com a reprise de episódios do Você Decide, apresentados pela Susana Werner. A Trama é um dos clássicos dos anos 80 apresentados no
horário das seis.
A Abertura som de “Comeu” da
banda Magazine mostrava
as aventuras de uma gata se
desvencilhando de vários obstáculos.
Hipertensão (1986)
O Mote central de Hipertensão era o da novela Nossa Filha Gabriela, que a autora
escreveu para a Tupi em 1971. Em Hipertensão,
a Gabriela vivida pela Eva Wilma na
versão da Tupi, ganhou o nome de Carina e foi vivida pela Maria Zilda. A personagem é uma das mais marcantes da carreira da
atriz. Cláudio
Corrêa e Castro voltou a interpretar
o mesmo personagem que havia feito em Nossa Filha Gabriela: o metódico e autoritário Napoleão, um dos velhinhos da
trama.
Os outros velhinhos, Candinho (Paulo Gracindo) e Romeu (Ary Fontoura), foram interpretados na novela original por Ivan Mesquita e Abrahão Farc, respectivamente. Fafy Siqueira deu vida na trama a fofoqueira Fifi, que vivia na janela fazendo fofocas da vizinhança. A Personagem fez tanto sucesso, que a partir de então Fifi passou a ser sinônimo de pessoas que gostam de fazer fofocas e intrigas.
Os outros velhinhos, Candinho (Paulo Gracindo) e Romeu (Ary Fontoura), foram interpretados na novela original por Ivan Mesquita e Abrahão Farc, respectivamente. Fafy Siqueira deu vida na trama a fofoqueira Fifi, que vivia na janela fazendo fofocas da vizinhança. A Personagem fez tanto sucesso, que a partir de então Fifi passou a ser sinônimo de pessoas que gostam de fazer fofocas e intrigas.
Outro ponto da trama que chamava atenção era sua abertura. Ao
som de “Gosto do
Prazer” da orquestra Cor do Som com participação especial do Gilberto Gil, um caminhão de teatro mambembe cortava uma
pequena cidade espalhando brilho e cor por onde
passava, simbolizando a alegria que o espetáculo traria à cidade
que lhe recebia.
O Sexo dos Anjos (1989)
Em 1989, a Globo lançou no horário das seis, o remake de um dos
grandes sucessos de Ivani Ribeiro na Tupi. Baseado
na trama de O Terceiro
Pecado (1968), O Sexo dos Anjos contou a história de Isabela
(Isabela Garcia), uma moça predestinada a ser levada pelo Anjo da Morte (Bia
Seidl) se cometesse três pecados. A Trama foi mais uma das charmosas
novelas das seis apresentadas na década de 80, e teve além de Isabela Garcia,
Bia Seidl, Felipe Camargo, Silvia Buarque, Marcos Frota e Normal
Bengell como protagonistas.
No vídeo de abertura, convidados de uma festa se defendiam de uma
flecha de cupido, que no final acaba acertando o “bumbum” do próprio cupido que
a lançou. A Música tema foi “Matinê
no Rian” do João Penca e seus Miquinhos Amestrados com uma
participação especialíssima da Paula Toller, vocalista do Kid Abelha. A música virou hit nas
rádios no final da década de 80.
Mulheres de Areia (1993)
Um dos
remakes de maior sucesso já apresentados pela Rede Globo , Mulheres de Areia da autora Ivani Ribeiro , é
aquele tipo de novela atemporal, tanto que sua reprise no “Vale a Pena Ver de Novo” em
2011 quase 20 anos depois de sua
exibição original , foi um dos últimos
sucessos da sessão vespertina. A novela também fez bonito na sua reprise
recém-terminada em outubro último no Canal
Viva.
Na
abertura da trama, Mônica Carvalho , naquela época ainda modelo, aparece nua
jogando na tela areia e água
enquanto apresenta sua plástica perfeita em pleno horário das seis. Era
o ano de 1993. Quando reprisada em 2011, a abertura foi reeditada de modo
que cobrisse a nudez da modelo, considerada “imprópria”
para os atuais padrões morais. A Música
que embalava a abertura , “Sexy Iemanja”,
interpretada por Pepeu Gomes , foi um dos
grandes sucessos da década de 90. A Música pois o cantor nas paradas de
sucessos novamente e na época da reprise
, aqui no Ceará chegou até ser gravada em ritmo de Forró.
A Viagem (1994)
“Há tanto tempo que eu
deixei você . . .”
bastava ouvir essa frase que já sabia que ia começar mais um capítulo da
novela A Viagem,
remake da autora Ivani Ribeiro , no
ar pela Globo em 1994. A Trama que contava a história da vida após a morte de
acordo com a doutrina de Alan Kardec,
foi outro grande sucesso da autora que
com a segunda reprise de da trama em 2006 no Vale a Pena Ver de Novo, passou a se a única autora que teve três
novelas reprisadas duas vezes na sessão.
A Abertura tinha como tema a música homônima do grupo Roupa Nova e
trazia belas imagens de paisagens que se desfiguravam no ar em uma
imagem abstrata azulada representando o
céu, destino da viagem de todos os mortos da trama.
Quem é Você (1996)
Quem é Você foi a última
novela de Ivani Ribeiro. A autora chegou a escrever todo o
argumento da trama antes de falecer em 1995. Ficou a cargo de Solange
Castro Neves escrevê-la que inicialmente tinha como título “Caminhos dos Ventos”.
A Novela não chegou a despertar o interesse do público, e teve uma baixa
audiência. Destaque mesmo só para a perfeita composição das protagonistas
vividas pelas atrizes Elizabeth Savalla e Cássia Kiss Magro.
A Abertura da trama foi muito elogiada por sua beleza. Homens e
mulheres com máscaras tradicionais do carnaval de Veneza dançavam ao som
de “Noite dos Mascarados” sucesso do Chico Buarque na
voz de Emilio Santiago. O Vídeo já deixava o telespectador
familiarizado com a principal trama da novela, que tinha início em um
carnaval de Veneza anos antes.
Fonte:
Texto : Evaldiano de Sousa
Vídeo : You Tube
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